Itán: Oxossi ganha de Orunmilá a cidade de Ketu
Um certo dia, Orunmilá precisava de um pássaro raro para fazer um feitiço de Oxum.
Ogum e Oxossi saíram em busca da ave pela mata a dentro, nada encontrando por dias seguidos.
Numa manhã, porém, restando apenas um dia para a realização do feitiço, Oxossi se deparou com a ave e percebeu que só lhe restava uma única flecha.
Mirou, com precisão e atingiu a ave.
Quando voltou à aldeia, Orunmilá estava encantado e agradecido com o feito de Oxossi, por sua determinação e coragem, oferecendo assim a cidade de Ketu para que ele governasse até sua morte, e fazendo de Oxossi o Orixá da caça e senhor das florestas.
Fonte: PRANDI. Reginaldo. Mitologia dos Orixás.
Ogum e Oxossi saíram em busca da ave pela mata a dentro, nada encontrando por dias seguidos.
Numa manhã, porém, restando apenas um dia para a realização do feitiço, Oxossi se deparou com a ave e percebeu que só lhe restava uma única flecha.
Mirou, com precisão e atingiu a ave.
Quando voltou à aldeia, Orunmilá estava encantado e agradecido com o feito de Oxossi, por sua determinação e coragem, oferecendo assim a cidade de Ketu para que ele governasse até sua morte, e fazendo de Oxossi o Orixá da caça e senhor das florestas.
Fonte: PRANDI. Reginaldo. Mitologia dos Orixás.
POR QUE OSSAIM SÓ TEM UMA PERNA?
Itán: Ossaim é multilado por Orunmilá
Ossaim vivia numa guerra não declarada com Orunmilá, procurando sempre enganá-lo, preparando sempre armadilhas para transtorno do velho.
Um dis Orunmilá procurou Xangô a fim de descobrir quem seria o inimigo oculto que o atormentava tanto.
Xangõ o aconselhou a fazer oferendas com doze mechas de algodão em chamas e doze pedras de raio (edum ará).
Se isso fosse feito, o segredo seria desvendado.
Ao iniciar o ritual, Orunmilá invocou o poder do fogo. E nesse mesmo momento, Ossaim andava pela mata procurando algo para enfeitiçar Orunmilá.
Ossaim foi surpreendido com um raio que mutilou sua perna e lhe cegou um olho.
Orunmilá seguiu para o local de onde se via o fogo na mata e ouviu os gemidos do aleijado.
Ao tentar ajudar a vítima, deparou-se com Ossaim, descobrindo assim quem era o misterioso inimigo.
Fonte: PRANDI. Reginaldo. Mitologia dos Orixás.
Ossaim vivia numa guerra não declarada com Orunmilá, procurando sempre enganá-lo, preparando sempre armadilhas para transtorno do velho.
Um dis Orunmilá procurou Xangô a fim de descobrir quem seria o inimigo oculto que o atormentava tanto.
Xangõ o aconselhou a fazer oferendas com doze mechas de algodão em chamas e doze pedras de raio (edum ará).
Se isso fosse feito, o segredo seria desvendado.
Ao iniciar o ritual, Orunmilá invocou o poder do fogo. E nesse mesmo momento, Ossaim andava pela mata procurando algo para enfeitiçar Orunmilá.
Ossaim foi surpreendido com um raio que mutilou sua perna e lhe cegou um olho.
Orunmilá seguiu para o local de onde se via o fogo na mata e ouviu os gemidos do aleijado.
Ao tentar ajudar a vítima, deparou-se com Ossaim, descobrindo assim quem era o misterioso inimigo.
Fonte: PRANDI. Reginaldo. Mitologia dos Orixás.
POR QUE OXOSSI É REI DE KETU? – 2
Itán: Oxossi é feito rei de Ketu por Oxum
Oxossi ia para uma caçada buscar comida para sua gente, quando avistou Oxum nas águas doces.
Encantou-se imediatamente com sua beleza, com seu deslumbramento nas águas cintilantes.
Oxossi entrou no rio para alcançar o Orixá e lá ficou de amores com Oxum, esquecendo-se da fome que sua tribo passava.
Seus companheiros sentiram-se traídos e começaram a atirar flechas em Oxossi.
Oxum, que já estava enamorada por Oxossi, começou a cantar uma cantiga de encantamento para defendê-lo das mortíferas flechadas:
“A ti re okê
A ti re nu bale ba re io”
Dos perseguidores, Oxossi teve que fugir, sendo guiado por Oxum, onde encontraram guarida na cidade de Ketu. E lá, Oxum deu à Oxossi o posto de rei, o Alaketu.
Assim, Oxossi, o caçador, também se tornou rei de Ketu.
Fonte: PRANDI. Reginaldo. Mitologia dos Orixás.
Oxossi ia para uma caçada buscar comida para sua gente, quando avistou Oxum nas águas doces.
Encantou-se imediatamente com sua beleza, com seu deslumbramento nas águas cintilantes.
Oxossi entrou no rio para alcançar o Orixá e lá ficou de amores com Oxum, esquecendo-se da fome que sua tribo passava.
Seus companheiros sentiram-se traídos e começaram a atirar flechas em Oxossi.
Oxum, que já estava enamorada por Oxossi, começou a cantar uma cantiga de encantamento para defendê-lo das mortíferas flechadas:
“A ti re okê
A ti re nu bale ba re io”
Dos perseguidores, Oxossi teve que fugir, sendo guiado por Oxum, onde encontraram guarida na cidade de Ketu. E lá, Oxum deu à Oxossi o posto de rei, o Alaketu.
Assim, Oxossi, o caçador, também se tornou rei de Ketu.
Fonte: PRANDI. Reginaldo. Mitologia dos Orixás.
POR QUE LOGUN EDÉ É CHAMADO DE METÁ-METÁ E COMO ELE SE TORNOU ORIXÁ?
Itán: Logun Edé rouba segredos de Oxalá
Logun Edé era um caçador solitário, infeliz e orgulhoso. Era também pretensioso, ganancioso e acostumado com bajulação devido a sua incomum e extraordinária formosura.
Um dia Oxalá conheceu Logun Edé e o levou para conviver em sua casa sob a sua proteção, dando-lhe também companhia, sabedoria e compreensão.
Mas Logun Edé queria muito mais que isso e roubou os segredos de Oxalá. Segredos esses que Oxalá deixava à mostra, confiando na honestidade de Logun.
O caçador guardou seu furto num embornal a tiracolo, seu adô, deu as costas à Oxalá e fugiu.
Não tardou Oxalá dar-se conta da traição do caçador, que fez vários sacrifícios que cabia a oferecer, e muito calmamente sentenciou que, toda vez que Logun Edé usasse seus segredos, todos deveriam dizer: “Que maravilha o milagre de Oxalá!”.
Toda vez que usasse seus segredos, alguma arte não roubada iria faltar.
Com o tempo, Oxalá imaginou o caçador sendo castigado e compreendeu que era pequena a penalidade imposta.
O caçador era presumido e ganancioso, acostumado a angariar bajulação.
Oxalá então determinou que Logun Edé fosse homem durante um período, e no outro fosse mulher.
Nunca haveria a possibilidade dele ser completo, e teria a sina de sempre começar tudo novamente.
Mesmo assim, a sentença ainda era nada para o orgulhoso Odé, e para que o castigo durasse por toda eternidade, Oxalá fez de Logun Edé um Orixá.
Fonte: PRANDI. Reginaldo. Mitologia dos Orixás.
Logun Edé era um caçador solitário, infeliz e orgulhoso. Era também pretensioso, ganancioso e acostumado com bajulação devido a sua incomum e extraordinária formosura.
Um dia Oxalá conheceu Logun Edé e o levou para conviver em sua casa sob a sua proteção, dando-lhe também companhia, sabedoria e compreensão.
Mas Logun Edé queria muito mais que isso e roubou os segredos de Oxalá. Segredos esses que Oxalá deixava à mostra, confiando na honestidade de Logun.
O caçador guardou seu furto num embornal a tiracolo, seu adô, deu as costas à Oxalá e fugiu.
Não tardou Oxalá dar-se conta da traição do caçador, que fez vários sacrifícios que cabia a oferecer, e muito calmamente sentenciou que, toda vez que Logun Edé usasse seus segredos, todos deveriam dizer: “Que maravilha o milagre de Oxalá!”.
Toda vez que usasse seus segredos, alguma arte não roubada iria faltar.
Com o tempo, Oxalá imaginou o caçador sendo castigado e compreendeu que era pequena a penalidade imposta.
O caçador era presumido e ganancioso, acostumado a angariar bajulação.
Oxalá então determinou que Logun Edé fosse homem durante um período, e no outro fosse mulher.
Nunca haveria a possibilidade dele ser completo, e teria a sina de sempre começar tudo novamente.
Mesmo assim, a sentença ainda era nada para o orgulhoso Odé, e para que o castigo durasse por toda eternidade, Oxalá fez de Logun Edé um Orixá.
Fonte: PRANDI. Reginaldo. Mitologia dos Orixás.
POR QUE OYÁ É REVERENCIADA POR EGUNGUN?
Itán: Oyá dá a luz a Egungun
Oyá não podia ter filhos e foi buscar o conselho de um babalawô, que revelou que ela só poderia ter filhos se fosse possuída com violência por um homem.
Um certo dia, Xangô a tomou de forma violenta e deste ato nasceram nove filhos, onde oito deles eram mudos.
Oyá procurou novamente o babalawô que recomendou oferendas, e assim ela fez.
Tempos depois nasceu mais um filho de Oyá que não era mudo, mas tinha uma voz estranha, rouca, profunda e cavernosa.
Esse filho se chamava Egungun, o antepassado que fundou cada família.
Hoje, quando Egingun volta para dançar entre seus descendentes, usando ricas máscaras e roupas coloridas, somente diante de uma mulher ele se curva.
Somente diante de Oyá, sua mãe, Egungun se curva.
Fonte: PRANDI. Reginaldo. Mitologia dos Orixás.
Oyá não podia ter filhos e foi buscar o conselho de um babalawô, que revelou que ela só poderia ter filhos se fosse possuída com violência por um homem.
Um certo dia, Xangô a tomou de forma violenta e deste ato nasceram nove filhos, onde oito deles eram mudos.
Oyá procurou novamente o babalawô que recomendou oferendas, e assim ela fez.
Tempos depois nasceu mais um filho de Oyá que não era mudo, mas tinha uma voz estranha, rouca, profunda e cavernosa.
Esse filho se chamava Egungun, o antepassado que fundou cada família.
Hoje, quando Egingun volta para dançar entre seus descendentes, usando ricas máscaras e roupas coloridas, somente diante de uma mulher ele se curva.
Somente diante de Oyá, sua mãe, Egungun se curva.
Fonte: PRANDI. Reginaldo. Mitologia dos Orixás.
POR QUE A GUIA DE XANGÔ É VERMELHO E BRANCO?
Itán: Xangô ganha de Oxalá um colar vermelho e branco
Xangô foi um filho muito rebelde e saía pelo mundo fazendo o que queria.
Seu pai Oxalá era informado de seus atos, recebendo diversas queixas das artes de seu filho. Sempre Oxalá justificava os atos do filho pelo fato de não ser criado perto dele, mas aguardava o dia em que Xangô se submeteria a ele.
Na ocasião, Xangô estava na casa de uma de suas mulheres e havia deixado seu cavalo amarrado à porta da casa.
Oxalá e Odudua passaram por lá e levaram o cavalo.
Xangô logo percebeu o roubo, partindo em busca do animal, quando foi informado que dois velhos que por ali passavam, levaram seu animal.
Xangô saiu em seu encalço, e na perseguição encontrou Oxalá e o enfrentou.
Oxalá não se intimidou diante do rapaz e exigiu dele respeito e submissão, ordenando: “Kunlé! Foribalé!” (Ajoelhe-se! Prostre-se no chão aos meus pés!). E Xango desarmado atirou-se no solo, deixando-se dominar por Oxalá.
Xangô, que já possuía um colar de contas vermelhas, teve seu colar tomado por Oxalá, onde ele o desfez, inserindo também contas brancas alternadas com as contas vermelhas já existentes.
Oxalá entregou à Xangô seu novo colar, e a partir daí, todos saberiam que Xangô era filho de Oxalá.
Fonte: PRANDI. Reginaldo. Mitologia dos Orixás.
Xangô foi um filho muito rebelde e saía pelo mundo fazendo o que queria.
Seu pai Oxalá era informado de seus atos, recebendo diversas queixas das artes de seu filho. Sempre Oxalá justificava os atos do filho pelo fato de não ser criado perto dele, mas aguardava o dia em que Xangô se submeteria a ele.
Na ocasião, Xangô estava na casa de uma de suas mulheres e havia deixado seu cavalo amarrado à porta da casa.
Oxalá e Odudua passaram por lá e levaram o cavalo.
Xangô logo percebeu o roubo, partindo em busca do animal, quando foi informado que dois velhos que por ali passavam, levaram seu animal.
Xangô saiu em seu encalço, e na perseguição encontrou Oxalá e o enfrentou.
Oxalá não se intimidou diante do rapaz e exigiu dele respeito e submissão, ordenando: “Kunlé! Foribalé!” (Ajoelhe-se! Prostre-se no chão aos meus pés!). E Xango desarmado atirou-se no solo, deixando-se dominar por Oxalá.
Xangô, que já possuía um colar de contas vermelhas, teve seu colar tomado por Oxalá, onde ele o desfez, inserindo também contas brancas alternadas com as contas vermelhas já existentes.
Oxalá entregou à Xangô seu novo colar, e a partir daí, todos saberiam que Xangô era filho de Oxalá.
Fonte: PRANDI. Reginaldo. Mitologia dos Orixás.
POR QUE CARNEIRO É KIZILA DE IANSÃ?
Itán: Iansã é traída pelo carneiro
Um dia Oxum e outro alguém queriam fazer mal a Iansã, e colocaram um feitiço num bracelete de Oxum e o puseram dentro de uma caixa para que fosse entregue à Iansã.
Agbô foi chamado para levar esse presente para Iansã.
Agbô era dono dos carneiros, dono dos agbôs, e tudo que corria pelo palácio era espalhado pela língua de Agbô, o Carneiro.
Mas Iansã com sua intuição aguçada, pressentiu o que lhe vinha por meio de Agbô, e então ela foi ao encontro do Carneiro sob a forma de vento, e abriu a caixa, trocando o bracelete por um pequeno pássaro.
Agbô foi o instrumento contra Iansã, e Iansã sentiu-se traída por ele.
Desde então Iansã odeia carneiros e não aceita comê-los.
Fonte: PRANDI. Reginaldo. Mitologia dos Orixás.
Um dia Oxum e outro alguém queriam fazer mal a Iansã, e colocaram um feitiço num bracelete de Oxum e o puseram dentro de uma caixa para que fosse entregue à Iansã.
Agbô foi chamado para levar esse presente para Iansã.
Agbô era dono dos carneiros, dono dos agbôs, e tudo que corria pelo palácio era espalhado pela língua de Agbô, o Carneiro.
Mas Iansã com sua intuição aguçada, pressentiu o que lhe vinha por meio de Agbô, e então ela foi ao encontro do Carneiro sob a forma de vento, e abriu a caixa, trocando o bracelete por um pequeno pássaro.
Agbô foi o instrumento contra Iansã, e Iansã sentiu-se traída por ele.
Desde então Iansã odeia carneiros e não aceita comê-los.
Fonte: PRANDI. Reginaldo. Mitologia dos Orixás.
POR QUE XANGÔ COME EM GAMELA?
Itán: Xangô é condenado por Oxalá a comer como os escravos
Xangô Airá, aquele que se veste de branco, foi um dia às terras do velho Oxalá para leva-lo à festa que faziam em sua cidade.
Oxalá era velho e lento, por isso Airá o levava nas costas.
Quando se aproximavam do destino, viram a grande pedreira de Xangô, bem perto de seu palácio.
Airá levou Oxalufã ao cume, para dali mostrar ao velho amigo todo o seu império e poderio.
E foi lá de cima que Airá avistou uma belíssima mulher mexendo sua panela.
Era Oyá!
Era o amaçá do rei que ela preparava!
Xangô Airá não resistiu a tamanha tentação.
Oyá e amalá! Era demais para sua gulodice, depois de tanto tempo na estrada.
Xangô perdeu a cabeça e disparou caminho abaixo, largando Oxalufã em meio as pedras, rolando na poeira, caindo nas valas.
Oxalufã se enfureceu com tamanho desrespeito e mandou muitos castigos que atingiram diretamente o povo de Xangô.
Xangô muito arrependido, mandou o povo todo trazer água fresca e panos limpos.
Ordenou que banhassem e vestissem Oxalá, que aceitou todas as desculpas e apreciou o banquete de caracóis e inhames que, por dias, o povo lhe ofereceu.
Mas Oxalá impôs um castigo eterno à Xangô, pois como ele apreciava tanto se fartar de boa comida, nunca mais poderia comer em prato de louça ou porcelana.
Nunca mais Xangô poderia comer em alguidar de cerâmica, já que só poderia se alimentar em gamela de pau, como comem os bichos da casa, o gado e como comem os escravos.
Fonte: PRANDI. Reginaldo. Mitologia dos Orixás.
Xangô Airá, aquele que se veste de branco, foi um dia às terras do velho Oxalá para leva-lo à festa que faziam em sua cidade.
Oxalá era velho e lento, por isso Airá o levava nas costas.
Quando se aproximavam do destino, viram a grande pedreira de Xangô, bem perto de seu palácio.
Airá levou Oxalufã ao cume, para dali mostrar ao velho amigo todo o seu império e poderio.
E foi lá de cima que Airá avistou uma belíssima mulher mexendo sua panela.
Era Oyá!
Era o amaçá do rei que ela preparava!
Xangô Airá não resistiu a tamanha tentação.
Oyá e amalá! Era demais para sua gulodice, depois de tanto tempo na estrada.
Xangô perdeu a cabeça e disparou caminho abaixo, largando Oxalufã em meio as pedras, rolando na poeira, caindo nas valas.
Oxalufã se enfureceu com tamanho desrespeito e mandou muitos castigos que atingiram diretamente o povo de Xangô.
Xangô muito arrependido, mandou o povo todo trazer água fresca e panos limpos.
Ordenou que banhassem e vestissem Oxalá, que aceitou todas as desculpas e apreciou o banquete de caracóis e inhames que, por dias, o povo lhe ofereceu.
Mas Oxalá impôs um castigo eterno à Xangô, pois como ele apreciava tanto se fartar de boa comida, nunca mais poderia comer em prato de louça ou porcelana.
Nunca mais Xangô poderia comer em alguidar de cerâmica, já que só poderia se alimentar em gamela de pau, como comem os bichos da casa, o gado e como comem os escravos.
Fonte: PRANDI. Reginaldo. Mitologia dos Orixás.
LOGUM EDÉ/ LOGUNEDÉ
“Erinlè teria tido, com Oxum Ipondá, um filho
chamado Lógunède (Logunedé), cujo culto se faz ainda, mas raramente, em
Ilexá, onde parece estar em vias de extinção.”
“No
Brasil, tanto na Bahia como no Rio de Janeiro, Logunedé tem,
entretanto, numerosos adeptos. Esse deus tem por particularidade viver
seis meses do ano sobre a terra, comendo caça, e os outros seis meses,
sob as águas de um rio, comendo peixe. Esse deus, segundo se conta na
África, tem aversão por roupas vermelhas ou marrons. Nenhum dos seus
adeptos ousaria utilizar essas cores no seu vestuário. O azul-turquesa
entretanto parece ter sua aprovação. É sincretizado na Bahia com São
Expedito.”
Hoje, na Nigéria, a mais rica cidade chama-se Ilesa, e é
a cidade de Logun Ede, que para muitos é metade homem e metade mulher, o
que não é verdade. Logun Ede é um santo único, um Orixá rico que herdou
tanto a beleza e agilidade do pai quanto a beleza e riqueza da mãe. Em
Ilesa, uma das cidades mais prósperas da África, encontra-se o palácio
de Logun Ede.
… a mãe criadora
Conta
a lenda que Osun teve uma grande paixão na sua vida: Osossi, mais na
época era casada com Ògún e não podia ter nada com Osossi. Numa das
saídas de Ògun para guerrear, Osun encontrou Osossi e dele ela
engravidou. Nove meses depois, quando a criança estava para nascer, Ògún
mandou recado que estava regressando. Osun não podia mostrar a ela a
criança. Ela deu a luz a um menino e o pôs em cima de um lírio e ali o
deixou e foi embora. Iansã passando viu aquela criança e sabia que era
de Osun, pegou e criou Logun Ede. Iansã o ensinou a caçar e pescar.
Logun Ede viveu com Iansã durante muito tempo.
… o reencontro
Certo dia Logun Ede saiu para caçar. Quando estava no
topo de uma cachoeira, olhou para baixo e viu uma linda mulher sentada
nas pedras, tomando banho e se penteando. Ele ficou fascinado pela
beleza desta mulher. Aí ele desceu e ficou olhando-a escondido. Osun com
seu abebe (espelhinho) viu que havia um homem a observando. Virou o
abebe para ele. Neste momento Logun Ede se encantou e caiu nas águas em
forma de cavalo marinho. Iansã quando soube, correu atrás de Osun e
disse a ela que aquele menino que ela havia encantado era seu filho:
Logun Ede, que um dia ela havia deixado em cima de um lírio. Osun desfez
o encantamento e disse que apartir daquele dia Logun Ede viveria seis
meses na terra como o pai, comendo da caça e seis meses viveria como a
mãe, comendo do peixe.
… fascínio
Logun Ede, o menino caçador, andava pelos matos quando
um certo dia, passando pela beira do rio Alaketu, ele viu no meio do rio
um palácio muito bonito. Voltou para sua cidade, relatou a beleza deste
palácio e sua vontade de ir até lá. Disseram a ele que era o palácio de
Osun, Lugar em que nenhum homem punha os pés. Passou-se o tempo e
Logun Ede não encontrava um meio de ir até lá. Um certo dia, encontrou
sua mãe de criação, Iansã, que lhe confirmou que no palácio de
Osun nenhum homem punha os pés e ele só conseguiria entrar se
se vestisse como mulher. Logun Ede fascinado e obcecado pelo palácio
pediu a Iansã que lhe arrumasse os trajes adequados. Depois de arrumado,
pegou sua jangada e se pôs no rio a caminho de palácio.
Chegando em terra cantou:
Alaketo-ê
Ala Ni Mala
Ala Ni Mala
okê
Este oro foi cantando em saudação às águas e pedia permissão à dona do palácio para sua entrada. Abriram-se os portões e Logun Ede entrou e no meio das mulheres Osun reconheceu seu filho. Disse que apartir daquele dia Logun Ede usaria saia, que lhe daria o direito de reinar ao seu lado.
Chegando em terra cantou:
Alaketo-ê
Ala Ni Mala
Ala Ni Mala
okê
Este oro foi cantando em saudação às águas e pedia permissão à dona do palácio para sua entrada. Abriram-se os portões e Logun Ede entrou e no meio das mulheres Osun reconheceu seu filho. Disse que apartir daquele dia Logun Ede usaria saia, que lhe daria o direito de reinar ao seu lado.
… o belo
Logun-Edé era filho de Osun e Osóssi. Sem poder viver no
palácio de Osun, foi criado por Oiá na beira do rio. Osóssi seu pai,
era demasiado rude e não conseguia conviver com o filho, sumindo por
longo tempo em suas caçadas. Logun, afeiçoado pela mãe, vez por outra ia
ao palácio de Sango, onde Osun vivia. Logun vestia-se de mulher pois
Sango era ciumento e não permitia a entrada de homens em sua morada.
Assim, Logun passava dias e dias vestido de mulher mas na companhia de
sua mãe e das outras rainhas.
Um dia houve uma grande festa no orun à qual todos os orisás compareceram com seus melhores trajes. Logun-Edé, que vivia na beira do rio a caçar e pescar não possuía trajes belos. Foi então que vestiu-se com as roupas que Osun lhe dera para disfarçar-se e com elas foi à grande recepção. Ao chegar, todos ficaram admirados com a beleza de Logun-Edé, e perguntavam: “Quem é esta formosura tão parecida com Osun?”. Ifá, muito curioso, chegou perto do rapaz e levantou o filá que cobria seu rosto. Logun-Edé ficou desesperado e saiu da festa correndo, com medo que todos descobrissem sua farsa. Entrou na floresta correndo e foi avistado por Osóssi que o seguiu, sem reconhecê-lo, encantado com sua beleza. Logun-Edé, de tanto correr fugindo à perseguição do caçador, caiu cansado. Osóssi então atirou-se sobre ele e possuiu-o ali mesmo.
Um dia houve uma grande festa no orun à qual todos os orisás compareceram com seus melhores trajes. Logun-Edé, que vivia na beira do rio a caçar e pescar não possuía trajes belos. Foi então que vestiu-se com as roupas que Osun lhe dera para disfarçar-se e com elas foi à grande recepção. Ao chegar, todos ficaram admirados com a beleza de Logun-Edé, e perguntavam: “Quem é esta formosura tão parecida com Osun?”. Ifá, muito curioso, chegou perto do rapaz e levantou o filá que cobria seu rosto. Logun-Edé ficou desesperado e saiu da festa correndo, com medo que todos descobrissem sua farsa. Entrou na floresta correndo e foi avistado por Osóssi que o seguiu, sem reconhecê-lo, encantado com sua beleza. Logun-Edé, de tanto correr fugindo à perseguição do caçador, caiu cansado. Osóssi então atirou-se sobre ele e possuiu-o ali mesmo.
… amado por Osóssi e Ósum
Estava Òsóssì o rei da caça a caminhar por um lindo
bosque em companhia de sua amada esposa Òsún, dona da beleza da riqueza e
portadora dos segredos da maternidade. Quando de seu passeio, foi
avistado por Òsún um lindo menino que estava a beira do caminho a
chorar, encontrando-se perdido, Òsún de pronto agrado, acolheu e amparou
o garoto, onde surgiu nesse exato momento uma grande identificação,
entre ele, Òsún e Òsóssì.
Durante muitos anos Òsún e Òsóssì, cuidaram e protegeram-lhe, sendo que, Òsún procurou durante todo esse tempo a mãe do menino, porém sem sucesso, resolveu te-lo como próprio filho. O tempo foi passando e Òsóssì, vestiu o menino com roupas de caça e ornamentou-o com pele de animais, proveniente de suas caçadas. Ensinou a arte da caça, de como manejar e empunhar o arco e a flecha, ensinou os princípios da confraternidade para com as pessoas e o dom do plantio e da colheita, ensinou a ser audaz e a ter paciência, a arte e a leveza, a astúcia e a destreza, provenientes de um verdadeiro caçador. Òsún por sua vez, ensinou ao garoto o dom da beleza, o dom da elegância e da vaidade, ensinou a arte da feitiçaria, o poder da sedução, a viver e sobreviver sobre o mundo das águas doces, ensinou seus segredos e mistérios.
Foi batizado por sua mãe e por seu pai de Lógún Edé, o príncipe das matas e o caçador sobre as águas. Viveu durante anos sobre a proteção de pai e mãe, tornando-se um só, aprendendo a ser homem, justo e bondoso, herdando a riqueza de Òsún e a fartura de Òsóssì, adquirindo princípios de um e princípios de outro, tornando-se herdeiro até nos dias de hoje de tudo que seu pai Òsóssì carrega e sua mãe Òsún leva.
Durante muitos anos Òsún e Òsóssì, cuidaram e protegeram-lhe, sendo que, Òsún procurou durante todo esse tempo a mãe do menino, porém sem sucesso, resolveu te-lo como próprio filho. O tempo foi passando e Òsóssì, vestiu o menino com roupas de caça e ornamentou-o com pele de animais, proveniente de suas caçadas. Ensinou a arte da caça, de como manejar e empunhar o arco e a flecha, ensinou os princípios da confraternidade para com as pessoas e o dom do plantio e da colheita, ensinou a ser audaz e a ter paciência, a arte e a leveza, a astúcia e a destreza, provenientes de um verdadeiro caçador. Òsún por sua vez, ensinou ao garoto o dom da beleza, o dom da elegância e da vaidade, ensinou a arte da feitiçaria, o poder da sedução, a viver e sobreviver sobre o mundo das águas doces, ensinou seus segredos e mistérios.
Foi batizado por sua mãe e por seu pai de Lógún Edé, o príncipe das matas e o caçador sobre as águas. Viveu durante anos sobre a proteção de pai e mãe, tornando-se um só, aprendendo a ser homem, justo e bondoso, herdando a riqueza de Òsún e a fartura de Òsóssì, adquirindo princípios de um e princípios de outro, tornando-se herdeiro até nos dias de hoje de tudo que seu pai Òsóssì carrega e sua mãe Òsún leva.
…oxum ipondá e erinlé
Um dia Oxum Ipondá conheceu o caçador Erinlé e por ele
se apaixonou perdidamente. Mas Erinlé não quis saber de Oxum. Oxum não
desistiu e procurou um babalaô. Ele disse que Erinlé só se
sintia atraído pelas mulheres da floresta, nunca pelas do rio.
Oxum pagou o babalaô e arquitetou um plano: Embebeu seu corpo em mel e
rolou pelo chão da mata.
Agora sim, disfarçada de mulher da mata, procurou de novo seu amor.
Erinlé se apaixonou por ela no momento em que a viu. Esquecendo-se
das palavras do adivinho, Ipondá convidou Erinlé para um banho no rio.
Mas as águas lavaram o mel de seu corpo e as folhas do disfarce se
desprenderam. Erinlé percebeu imediatamente como tinha sido enganado e
abandonou Oxum para sempre.Agora sim, disfarçada de mulher da mata, procurou de novo seu amor.
Foi-se embora sem olhar para trás. Oxum estava grávida; deu à luz a Logun Edé.
Logun Edé é a metade Oxum, a metade rio, E é metade Erinlé, a metade mato. Suas metades nunca podem se encontrar.
Ele habita num tempo o rio e noutro o mato. Com o Ofá, arco e flecha que herdou do pai, ele caça. No abebé, espelho que recebeu da mãe, ele se admira.
EWÁ
Ewá
é a divindade do canto, das coisas alegres e vivas. Dona de raro
encanto e beleza, é considerada como a Rainha das mutações, das
transformações orgânicas e inorgânicas. É o Orixá que transforma a água
de seu estado liquido para o gasoso, gerando nuvens e chuvas.
Quando olhamos para o céu e vemos as nuvens formando, às vezes, figuras de animais, de pessoas ou objetos, não nos importamos muito. Porém, ali está Ewá, Rainha da beleza, evoluindo solta pelos céus, encantando e desenhando por cima do azul celeste da atmosfera da Terá. Ewá é também o inicio da chuva, regida por sua mãe Nanã. Este seu principal encantamento: o ciclo interminável de transformação da água em seus diversos estado, incluindo o sólido. Ela, como todos os outros, está entre nos no cotidiano, convivendo e influenciando nosso comportamento, mexendo com nosso destino, gerando situações que vamos viver diariamente.
Ewá também esta ligada às transformações orgânicas e inorgânicas, que se sucedem no Planeta. É a mágica da transformação. Está ligada à mutação dos animais e vegetais. Ela é o desabrochar de um botão de rosa; é a lagarta que se transforma em borboleta; é a água que vira gelo e o gelo que vira água; faz e desfaz, num verdadeiro balé da Natureza.
Senhora do belo, Ewá é aquela que vai dar cor ao seres; torná-los bonitos, vivos, estimulando a sensibilidade; a fragilidade das coisas; a transformação das células, gerando o que há de mais lindo no mundo. É a deusa da beleza; é o sentimento de prazer pelo que é belo,; é o respeito pela maravilha que o mundo apresenta.
A força natural Ewá é ligada também à alegria, dividindo com Vungi (Ibeji) a regência daquilo que se chama ou se tem como feliz. Está presente nas coisas e nos momentos alegres, que têm vida.
É também a divindade do canto; da música; dos sons da natureza, que enchem nossos ouvidos de alegria e contentamento. Está presente no canto dos pássaros; no correr dos rios; no barulho das folhas, sopradas ao vento; na queda da chuva; no assovio dos ventos; na música interpretada por uma criança, no choro do bebê, no canto mais que sagrado da mãe Natureza.
Ewá é a própria beleza. É o som que encanta. É o canto da alegria. É a transformação do mal para o bom. É a vida…
Mitologia
Ewá é filha de Nanã, irmã de Obaluaê, Ossãe e gêmea de Oxumarê. Apesar de gêmea, foi a segunda a nascer sendo, assim a caçula dos filhos de Nanã. Cada um dos filhos regia algo: Obaluaê, as pestes e moléstia contagiosas; Ossãe, as ervas, as plantas e seus segredos e mistérios; Oxumarê, o arco íris, a riqueza.
Ewá nada regia. Era apenas uma menininha bonita, formosa, cheia de encantos. E assim cresceu, bela e de brilho intenso.
Pouco a pouco, os homens foram se interessando por ela, tal era a sua beleza. Muitos pretendente chegavam, de todas as partes, com a intenção de desposar Ewá, pois usa beleza era tão grande que sua fama chegou a todos os reinos.
Em pouco tempo o reino de Nanã estava cheio de supostos noivos, que lutavam entre si para conquistar o coração da jovem Ewá. As lutas foram crescendo e tomando proporções, a ponto de, em cada canto do reino, haver um grupo em luta, com um só objetivo: desposar Ewá, Isso tudo fugiu ao controle de todos, pois o encanto do jovem parecia enfeitiçar os homens, a ponto de matarem-se uns aos outros.
A situação já passara dos limites e os pretendentes, que não paravam de chegar, foram até a própria Ewá, obrigando-a a escolher um deles. Isto acontecia aos gritos, empurrões, exibições de força e poder, cobranças violentas, barulho, levando a jovem a um desespero que jamais sentira.
A pressão foi tão grande, mas tão grande que, de repente, ouviu-se um grande estrondo. Todos se calaram, voltaram-se para Ewá e ficaram imóveis, estáticos, e de olhos arregalados com o que estavam vendo.
Ewá, impossibilitada de escolher um noivo, e atormentada por ver tanta morte e confusão por sua causa, começou a se transformar. Como um reflexo do sol, sua silhueta começou a perder a forma, até que restou apenas um poça d’água no chão. Aos poucos, aquela poça foi evaporando e subindo em direção ao céu. Os homens, pretendentes, não se moviam, só acompanhavam a evaporação, bem visível e o vapor subindo.
Em pouco tempo uma enorme nuvem branca, contrastando com o azul-claro do céu, foi desenhando um coração, numa visão de raríssima beleza. Ewá não se casou com ninguém, mas colocou na mente dos homens que o amor nasce naturalmente, não com disputas e guerras.
Assim, Ewá transformou-se e recebeu o poder de ir ao céu , como nuvem e voltar à terra, como água, permanecendo como o símbolo da beleza, do canto e da alegria.
Dados
Dia: sábado
Data: 13 de dezembro;
Metal: ouro, prata e cobre;
Cor: vermelho maravilha;
Partes do corpo: olhos;
Comida: banana inteira da terra feita em azeite de dendê com farofa do mesmo azeite.
Arquétipo: tendência a duplicidade devido a natureza andrógena da deusa, tendência a riqueza, magnetismo, gosta de jogar, bonitos, gostam de elogios, imediatistas, necessitam de outros odus para que ajudam com seu brilho nos processos difíceis.
Símbolo: ejô (cobra) e espada.
Quando olhamos para o céu e vemos as nuvens formando, às vezes, figuras de animais, de pessoas ou objetos, não nos importamos muito. Porém, ali está Ewá, Rainha da beleza, evoluindo solta pelos céus, encantando e desenhando por cima do azul celeste da atmosfera da Terá. Ewá é também o inicio da chuva, regida por sua mãe Nanã. Este seu principal encantamento: o ciclo interminável de transformação da água em seus diversos estado, incluindo o sólido. Ela, como todos os outros, está entre nos no cotidiano, convivendo e influenciando nosso comportamento, mexendo com nosso destino, gerando situações que vamos viver diariamente.
Ewá também esta ligada às transformações orgânicas e inorgânicas, que se sucedem no Planeta. É a mágica da transformação. Está ligada à mutação dos animais e vegetais. Ela é o desabrochar de um botão de rosa; é a lagarta que se transforma em borboleta; é a água que vira gelo e o gelo que vira água; faz e desfaz, num verdadeiro balé da Natureza.
Senhora do belo, Ewá é aquela que vai dar cor ao seres; torná-los bonitos, vivos, estimulando a sensibilidade; a fragilidade das coisas; a transformação das células, gerando o que há de mais lindo no mundo. É a deusa da beleza; é o sentimento de prazer pelo que é belo,; é o respeito pela maravilha que o mundo apresenta.
A força natural Ewá é ligada também à alegria, dividindo com Vungi (Ibeji) a regência daquilo que se chama ou se tem como feliz. Está presente nas coisas e nos momentos alegres, que têm vida.
É também a divindade do canto; da música; dos sons da natureza, que enchem nossos ouvidos de alegria e contentamento. Está presente no canto dos pássaros; no correr dos rios; no barulho das folhas, sopradas ao vento; na queda da chuva; no assovio dos ventos; na música interpretada por uma criança, no choro do bebê, no canto mais que sagrado da mãe Natureza.
Ewá é a própria beleza. É o som que encanta. É o canto da alegria. É a transformação do mal para o bom. É a vida…
Mitologia
Ewá é filha de Nanã, irmã de Obaluaê, Ossãe e gêmea de Oxumarê. Apesar de gêmea, foi a segunda a nascer sendo, assim a caçula dos filhos de Nanã. Cada um dos filhos regia algo: Obaluaê, as pestes e moléstia contagiosas; Ossãe, as ervas, as plantas e seus segredos e mistérios; Oxumarê, o arco íris, a riqueza.
Ewá nada regia. Era apenas uma menininha bonita, formosa, cheia de encantos. E assim cresceu, bela e de brilho intenso.
Pouco a pouco, os homens foram se interessando por ela, tal era a sua beleza. Muitos pretendente chegavam, de todas as partes, com a intenção de desposar Ewá, pois usa beleza era tão grande que sua fama chegou a todos os reinos.
Em pouco tempo o reino de Nanã estava cheio de supostos noivos, que lutavam entre si para conquistar o coração da jovem Ewá. As lutas foram crescendo e tomando proporções, a ponto de, em cada canto do reino, haver um grupo em luta, com um só objetivo: desposar Ewá, Isso tudo fugiu ao controle de todos, pois o encanto do jovem parecia enfeitiçar os homens, a ponto de matarem-se uns aos outros.
A situação já passara dos limites e os pretendentes, que não paravam de chegar, foram até a própria Ewá, obrigando-a a escolher um deles. Isto acontecia aos gritos, empurrões, exibições de força e poder, cobranças violentas, barulho, levando a jovem a um desespero que jamais sentira.
A pressão foi tão grande, mas tão grande que, de repente, ouviu-se um grande estrondo. Todos se calaram, voltaram-se para Ewá e ficaram imóveis, estáticos, e de olhos arregalados com o que estavam vendo.
Ewá, impossibilitada de escolher um noivo, e atormentada por ver tanta morte e confusão por sua causa, começou a se transformar. Como um reflexo do sol, sua silhueta começou a perder a forma, até que restou apenas um poça d’água no chão. Aos poucos, aquela poça foi evaporando e subindo em direção ao céu. Os homens, pretendentes, não se moviam, só acompanhavam a evaporação, bem visível e o vapor subindo.
Em pouco tempo uma enorme nuvem branca, contrastando com o azul-claro do céu, foi desenhando um coração, numa visão de raríssima beleza. Ewá não se casou com ninguém, mas colocou na mente dos homens que o amor nasce naturalmente, não com disputas e guerras.
Assim, Ewá transformou-se e recebeu o poder de ir ao céu , como nuvem e voltar à terra, como água, permanecendo como o símbolo da beleza, do canto e da alegria.
Dados
Dia: sábado
Data: 13 de dezembro;
Metal: ouro, prata e cobre;
Cor: vermelho maravilha;
Partes do corpo: olhos;
Comida: banana inteira da terra feita em azeite de dendê com farofa do mesmo azeite.
Arquétipo: tendência a duplicidade devido a natureza andrógena da deusa, tendência a riqueza, magnetismo, gosta de jogar, bonitos, gostam de elogios, imediatistas, necessitam de outros odus para que ajudam com seu brilho nos processos difíceis.
Símbolo: ejô (cobra) e espada.
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