ODÚS



Odus são presságios, são destinos, predestinações. A palavra Odu por si mesmo quer dizer caminho é o destino, é aquilo que a pessoa traz ao mundo quando nasce e é o que vai regê-la por toda a vida. Cada pessoa traz o um Odu de origem, são eles que trazem a inteligência a cada criatura do universo e cada um deles tem a sua característica própria.

O odu é como um signo, é uma marca que a pessoa traz de acordo com tudo aquilo que ela faz de bem ou de mal através de todas as encarnações que ela teve através do seu registro arcático.Signo quer dizer marca e Odu também é uma marca. A pessoa tem todo um arquétipo do filho daquele Odu. É bem diferente de signo porque não se tem uma data certa, porque na África não existia calendário. Os odus são os principais responsáveis pelo destino do homem e do mundo que os cerca e cad odu possui um nome e uma característica própria que dividem os caminhos e onde está atado ao seminúmero de muitos conhecimentos nos etano de Ifá.

Os Orixás não mudam o destino da pessoa e nem da vida, e sim executam funções dentro da natureza, liberando energia para q1ue todos possam se alimentar e viver.

O Odu é o caminho. O Odu é o destino. O Odu é a existência o qual o Orixá e todos os seres que estão inseridos existem. Todo mundo já escutou a seguinte frase: “com o destino não se brinca”. Isso porque a sua vida é o Odu, que quer dizer o destino, carma, existência. O Odu é que dá caminho, o Odu é que traz.

Cada pessoa pode ir de encontro ou seguir um destino alheio ao seu destino estabelecido e quando isso acontece, dizemos que esta pessoa está com o Odu negativo, pois nós temos o Odu positivo e o Odu negativo, ou seja, o seu destino, a sua conduta foge as regras siderais que estão predestinadas, seguir a um caminho negativo dentro do estabelecido, então alguma coisa tem que se fazer.

Quando nascemos, somos regidos pelo Odu do Ori, que quer dizer cabeça, este Odu é que representa o nosso eu, aquilo que está dentro da gente assim como o Odu que vai traçar o nosso destino. Então o Odu da nossa cabeça é que nos guia no dia a dia para a gente vencer o nosso caminho, e cada Odu tem uma quantidade de caminhos, porque afinal de contas, ele fala de tudo na vida. Fala dos sentimentos, do futuro, do presente, das doenças, da conduta da pessoa, o que pode ser evitado, o que a pessoa deve comer no decorrer da sua vida e o que não deve comer para evitar percas e também para que não chame para cima de si, coisas negativas, energias negativas.

O Odu fala até da própria fecundação da terra, ele começa com a própria criação da terra que são os 16 Odus principais. Tudo para o afro existe os dois lados. É o perfeito equilíbrio. Temos a mão direita, temos a mão esquerda, temos o dia e temos a noite, e dentro d nossa vida, nós também não podemos só ganhar, também temos a nossa fase ou de perca ou de parar. Então justamente todo e qualquer Odu, ele tem um lado que vem trazendo boas novas, como também tem o outro lado que vem pressagiando problemas, é quando as pessoas falam: “O Odu está negativo, o Odu está ruim”. Não! Ele tem as fases dele. Todo Odu tem os dois lados: positivo e negativo.

Existem muitas lendas de como nasceram os Odus, porém a mais bonita dizia que Ifá era mudo até a sua juventude, e o pai de Ifá aconselhado por alguns sacerdotes que existiam naquele tempo fizeram com que o pai dele desse com o bastão na cabeça de Ifá e tanto esse bastão foi dado na cabeça de Ifá que ele começou a falar as palavras e cada palavra era um Odu e assim foram saindo os Odus principais.

Como já vimos, existem os 16 Odus principais que depois de desmembrados, vai dar 256 Odus, que com mais desmembramentos vai dar mil e poucos odus. É todo um universo e a pessoa leva mais ou menos dois anos de estudo para que possa ter um conhecimento quase que total, pois existe a conjunção de um Odu com outro, aonde vai começar ser os desmembramentos. Por exemplo, o de Ossá, Ossadi, etc.

As energias associadas aos Odus baseiam-se no que a pessoa herdou por parte dos antepassados, a relação dela com os elementos água, terra, fogo e ar e vários outros cont6extos psicológicos, espirituais, físicos e mentais.

Quando se trabalha com odu, não precisa de qualidade de santo, porque se percebe as características, as diferenças do comportamento do Orixá, através dos caminhos daquele odu. Por isso que não há necessidade de qualidade de santo. Quem trabalha com odu, tem um território muito maior, porque existem sessenta e cinco mil e tantos odus, então se consegue perceber o posicionamento da qualidade, porque o problema da qualidade não é o nome em si, o problema da qualidade é quando se coloca um santo para comer com outro sem conhecer os fundamentos correto de um santo com outro e aí acaba se criando misturas e combinações que são complicadas.

Odu e Carma. É muito comum a pessoa confundir esses dois pontos, como se o odu da pessoa estivesse inserido no carma. Carma é a lei de ação e reação. Se você faz uma coisa, seja ela boa ou ruim, você vai ter resposta daquilo na sua vida. O carma, ele não é necessariamente uma coisa ruim, porque se você tem uma boa ação, se você faz a ação correta para a sua vida, o retorno dessa ação correta vai ser positivo para você. Então o carma é simplesmente isso, a lei de ação e reação. Já os odus são os caminhos do destino de uma pessoa associada as suas energias particulares. As suas energias que se baseiam no que ela herdou por parte dos antepassados, a relação dela com os elementos água, terra, fogo e ar e vários outros contextos psicológicos, espirituais, físicos e mentais. O Odu, ele pode superar o carma na medida em que o odu possa lhe ensinar qual á e a sua ação correta.

A magia do Odu é importante porque através do conhecimento dos odus, você pode saber direitinho o que você deve fazer na sua vida para ter um resultado positivo. Aí o carma passa a agir a seu favor. Por isso carma é uma coisa e odu é outra completamente diferente. O odu é a consciência do seu carma. È a consciência da sua energia e você vai aplicando isso com consciência, com sabedoria você pode burlar o carma.

O Odu pode superar o carma na medida em que o Odu possa lhe ensinar qual é a sua ação correta. A magia do Odu é importante, porque através do conhecimento dos Odus, você pode saber o que deve fazer na sua vida para ter um resultado positivo. Aí, o carma que é a lei de ação e reação passa a agir a seu favor. O Odu é a consciência do seu carma. É a consciência da sua energia e aplicando isso com consciência e com sabedoria pode se burlar o carma.

Os 16 Odus

1.
OKANRAN-MEJI - a disciplina e teimosia Regente: Exú
Pessoas com esse Odu são inteligentes, versáteis e passionais, com enorme potencial para a magia. Seu temperamento explosivo faz com que raras vezes atuem com a razão. Têm sorte nos negócios. No amor, extremamente sedutoras, são muito inconstantes e mentem com facilidade. As mulheres têm como ponto vulnerável o útero.

Okaran é o primeiro odu, é ligado ao elemento fogo. É o odu do movimento, do barulho, do alvoroço, de criações tumultuadas; é quente, nervoso. É um odu muito perigoso, vulgarmente falando, surpresas desagradáveis.

É diabólico em seus objetivos. Foi criado para se insubordinar e fazer insubordinar-se. É o odu da variação das coisas, dos envolvimentos rápidos e impossíveis, é a vista estranha, é o aprofundamento nos relacionamentos, explora potencialidade, investiga e procura desfazer bloqueios.
Cuidado se ele estiver negativo, pois Okaran é tudo e é nada, de acordo com a sua vontade, é um nó, é a certeza seja ela qual for. É bom e é o péssimo de cada uma das coisas regidas por ele.
A Okaran é atribuído o barulho dos sons. A sua influência pode ser extremamente pesada, seus objetivos são bastante variáveis e a ligação dos seres na terra com ele, devem ser cautelosa para que o positivo não se transforme em negativo, às vezes, a pessoa está com o odu positivo e quando menos se espera, na mesa de jogo ele cai negativo.
Costuma-se dizer que não se deve pronunciar o nome de Okaran, dentro de casa para não atrair problemas para a vida pessoal.
Okaran rege com coisas desastrosas, confusões, acidentes, guerras, morte, doenças fatais, as quais não se podem nem revelar, prisão, roubo, ruína, perda, prejuízos, fofocas e tudo de negativo, caminhos fechados e ruins.
Exú comanda este odu. Os nativos deste odu são desconfiados, gostam de ficar sozinhos, são muito pensativos e altamente preguiçosos. Tem uma proteção muito grande, por isso, feitiço é coisa difícil de cair sobre suas cabeças, mas se tratando de trabalhos feitos com eguns, aí sim, são mais vulneráveis. Quando fazem algo por alguém, podem esquecer reconhecimento, pois coisa que normalmente não terão. Amigos em suas vidas é coisa muito rara, pois tem dificuldades em se relacionar com as pessoas. Senhores da razão e da vaidade. Trabalhar só se for por conta própria, ser empregado dos outros, nem pensar! Pessoas desse odu não devem manipular cipós, comer peixes defumados ou trabalhar com a árvore sagrada Iroko. O lado negativo: são vingativos, arrogantes e preguiçosos. O lado positivo: São prósperos, amigos e excelentes empresários.
Representa a magia boa e má, maus presságios. Significa roubo, ambição, discussão, inimizade, trabalhos feitos, perdas de negócios e ruínas, susto, prisão. A pessoa sente dificuldade de realizar seus negócios, resultados de trabalhos feitos por inimigos invejosos. Terão que ser tiradas as perturbações para que Exú trabalhe em sua defesa.

O dia de sorte é segunda-feira.

Era um pobre peregrino que vivia migrando. Permanecia em diversos lugares, mas, depois de fazer as plantações, mandavam embora, ficando os donos das terras com tudo o que ele tinha feito.

Por conselho de alguém, esse homem foi um dia a casa de um Oluô, que lhe indicou um ebó (oferenda). tendo tudo preparado, partiu o homem para a grande mata fronteiriça e, lá chegando deu início ao serviço.
Mais tarde, ouvindo um barulho naquele lugar tão impenetrável, assustou-se. Era Ogum, o dono dessa mata misteriosa. Chegando perto, ficou Ogum espreitando o estranho, até que este, muito amedrontado, implorou misericórdia, perguntando a Ogum se queria se servir de alguma coisa servida no ebó. Que falasse sem cerimônia, pois estava tudo a sua disposição.
Ogum aceitou tudo o que havia ali e ficou satisfeito. Perguntou, então, quem era tão perverso a ponto de mandar o peregrino para aquela paisagem impenetrável. O homem contou todos os percalços de sua vida.
Então, Ogum, transfigurado, aterrorizante, bradou que ele pegasse o mariô e fosse marcar as casas dos seus amigos, pois ele, Ogum, iria aquela cidade à noite destruir tudo o que lá se achasse. Iria arrasar todos os haveres lá existentes, até o solo.
Dito e feito...
Ogum acabou com tudo, exceto as casas e os lugares que tenha sido demarcados pelo homem com a colocação de mariô em cima das portas. Tudo o que havia de riqueza ali Ogum deu para ele, tudo mesmo, conforme tinha prometido.

2. EJIOKO-MEJI - a incerteza e a indecisão

Regente: Ogum/Ibejis

Ejiokô é um odu que tem uma característica ligada as forças das águas. Os melhores rituais feitos para ele, devem ser à beira de um lago, à beira de um rio ou de uma cachoeira. Este odu é do encontro a dois, casamento ou convivência conjugal, tendência para grandes triunfos, felicidade inesperada, produtividade profissional, expansão nos relacionamentos, parcerias pessoais e profissionais. Evoluir é a grande obra. Este odu significa muita curiosidade, surpresas boas, notícias e gravidez, mas também pode indicar dificuldade, mal entendido, inquietações, rivalidades, brigas entre pessoas da família, propensa a grandes ilusões, inimigos ocultos impedem o progresso, poderá também perder tudo se estiver negativo: amor, amizade, saúde, etc.
Ejiokô é um odu cuja criação é de calma aparente, carrega consigo a dúvida e a incerteza, o pensamento indefinido. Foi criado para duvidar e fazer duvidar de tudo que existe e que foi criado. É o odu do questionamento que discute boas e más formas de comportamento dos seres vivos. A Ejiokô é atribuída a discussão sobre a melhor forma de proceder e sobre a forma que algo terá, se for grande, pequeno, largo, estreito, forte e fraco.
Ejiokô rege como todos os odus por sinal, cabeças humanas e de alguns animais, vegetais, como por exemplo, pássaros, ervas de rápida metamorfose, e entre elas outras coisas.
Indica grandes confusões, prisão, brigas, complicações com a justiça, crimes.
Pessoas com personalidades fortes e objetivos fortes, franqueza, sinceridade, não aceita falsidade, ciúmes, espírito de luta, geralmente são criaturas tensas e nervosas. Não se preocupam com as lutas e sacrifícios que terão que enfrentar para conquistar o que desejam. Tendências para jogos, bebidas e casos amorosos. Ótimos como amigos, terríveis como inimigos.
Pessoas com esse ODU são intuitivas, joviais, sinceras e honestas. Revelam grande combatividade, mas não sabem conviver com derrota. Apesar de volúveis no amor, são muito ciumentas. Devem controlar obstinação e ter cuidado com a vesícula e com o fígado, seus pontos vulneráveis.

Dizem as histórias que havia diversos príncipes que disputavam o poder. Também havia outros fidalgos oriundos de diversas cidades. Entre estes, havia tela-okô, que era desprovido de todos os meios de subsistência.
E lá um dia, enquanto roçava, bem no lugar onde havia colocado o ebó que ele tinha feito conforme a maneira decretada, tela-okô bateu com a enxada num forno enorme, que se abriu, causando-lhe grande espanto. Chamou os companheiros que estavam mais afastados, dizendo que tinha afundado no buraco da riqueza.
Mas, em seguida, tendo ele reconhecido ser deveras um verdadeiro tesouro da fortuna o que encontrara, mudou repentinamente, dizendo que o que tinha encontrado era apenas um buraco cheio de orobôs, e que estes eram tão alvos que pareciam tratar-se de moedas.
Claro que através deste caminho de odu, entende-se que jamais devemos revelar de onde provem nossas riquezas e não o tanto o que temos, afim de evitar invejosos, perseguidores e ladrões.

3. ETAOGUNDÁ-MEJI - a perseverança e a obstinação
Regente: Obaluaiê/Ogum

É um Odu conhecido pela obstinação, pela luta, pela agitação, pela adoração ao vitorioso, pela aplicação prática da criatividade, pela dedicação ao trabalho, pela capacidade de produção e realização. Na discussão nasce a tragédia. Cuidado! Este Odu indica muitas brigas em família, traições, descrenças, desordem, acusação, desastre, desacordo e rivalidade. Todos que tem este odu deve se cuidar se ele estiver negativo, pois estará sempre em dificuldade nos negócios, nos trabalhos e também nos envolvimentos com a justiça, com situações bem difíceis, bem desagradáveis para resolver, mas estando positivo em pouco tempo poderá mudar e ter ajuda inesperada. Com esforço terá lucro e com razão vencerá todos os obstáculos.
Etaogundá é a definição das situações vitoriosas. Ele é atribuído exatamente a isso, à vitória, a discussão, o trabalho solitário ou em conjunto, a definição das coisas. O Odu Etaogundá rege o trabalho, a confecção de qualquer coisa e além de muitas cabeças, rege as árvores frondosas, animais poderosos como o tigre e o leão.
Este Odu é um dos mais perigosos, pois contém a ira do Orixá Ogum. Os nascidos sobre este Odu são pessoas conscientes que sem força de vontade não obterão sucesso (pois lutam a vida inteira pelos seus objetivos). Vivem passando por cortes, separações e traições. Cansam de lutar, desiste rapidamente dos seus intentos. Tem que tomar muito cuidado com as pragas que rogam, pois pegam horrivelmente. É bom lembrar que Olodumarê não dorme, portanto, tendem proferir boas palavras no lugar das pragas. Seus nativos devem se dedicar muito ao culto de Orixás, para que tenham uma vida com poucas atribuições e alcancem sucesso.
Os nativos desse Odu não devem beber bebida alcoólica, comer inhame, manga espada e galo, e não devem transportar armas brancas e de fogo. Geralmente vivem perturbadas, destruição e morte na família, demandas e trabalhos feitos no cemitério e outros locais negativos.
Significa também paixão por amor impossível e sonhos impossíveis de se realizar, sonhos que jamais se realizarão. Não é aconselhável assinar papéis. É interessante gritar em cima do Orixá, pois pode está pedindo Obori à cabeça.
O lado positivo é que são corajosos e usam muito a razão. O dia de sorte é a terça-feira; a cor é azulão ou verde escuro e a pedra é a safira.
Ogum fala nesse odu, que representa a espada da lei e é o senhor da batalha. Consulte suas forças para não recuar, mas destruir os obstáculos e o mau com o bem. O consulente está sob as vistas do Orixá e este pode lhe dá proteção.
O consulente está lutando com dificuldades para realizar um grande projeto, mas precisa ter calma, caso contrário sofrerá certas conseqüências e prejuízos. Cuidado com a doença e a decepção. Este odu fala em prisão, brigas, papéis, casos de justiça, mas vencerá os maiores obstáculos com a razão. Significa também doenças, paixões, suicídio, mas traz também herança ao consulente.

Pessoas com esse ODU em geral vêem seus esforços recompensados. Costumam vencer na política e conseguem obter grandes lucros nos negócios, particularmente nas atividades agrícolas, mas podem sofrer desilusões no amor e traições dos amigos. Emocionalmente inconstantes, estão propensas a ter problemas espirituais e físicos, embora na maioria dos casos consigam se recuperar com facilidade de qualquer doença. Seus pontos vulneráveis são os rins, as pernas e os braços.

Dizem ter existido um senhor que, depois de ter estado muito bem, ficara num estado tão precário que, devido à extrema miséria em que se achava, viu-se forçado a procurar todos os meios para não pôs termo à própria existência.

Mas, tendo feito o que lhe determinaram fazer e tendo esperado a melhoria das suas coisas da vida sem ter algum resultado benéfico, foi-se para o mato com uma corda, afim de se enforcar.
Foi quando, de súbito, viu um pobre leproso que estava pelejando para botar a água de um igbim (caramujo) na cabeça. O homem que estava prestes a cometer a ação de suicidar-se, com grande admiração e louvor, levantou as mãos para o céu, agradecendo a Olorum (deus). Ele, que se julgava muito melhor do que aquele indigente leproso em semelhante estado de saúde, voltou para casa bastante satisfeito e confortado com o que vira.
Em pouco tempo, foi chamado para ocupar o trono de seu pai, que falecera. Nessa ocasião, não se esqueceu daquele leproso que estava ali abandonado. Assim que foi levado ao trono, mandou buscar o seu companheiro de infortúnio naquele mau dia. Assim, ficaram ambos bem...

4. IOROSSUN-MEJI - a tranqüilidade Regente: Iemanjá/Oxóssi/Iansã/Egum

Todo mundo que tem o odu quatro na cabeça traz caminho de Abicu. São pessoas que tem a cabeça perigosa, são pessoas que tem que procurar saber o que tem que fazer.

Pessoas com esse ODU são generosas, sinceras, sensíveis, intuitivas e místicas. Têm grande habilidade manual e podem alcançar sucesso na área de vendas. Entre os aspectos negativos estão a tendência a sofrer traições amorosas e a propensão a acidentes. Muitas vezes são vítimas de calúnias e da perseguição dos seus inimigos. Também precisam cuidar da alimentação, pois seu ponto vulnerável é o estomago.
Quando positivo, traz brilhante futuro, e uma essência que emana sua riqueza e sua potência.
Este odu é o quarto no jogo de búzios (Oyó Ifá) e o quinto na ordem de chegada no sistema de Ifá (Opele Ifá), onde é conhecido pelo mesmo nome. Fala de casos amorosos com separação, maldade, miséria, problemas de egum (antepassados), fala de Abicu, diz que se não tratado, a vida de seus Omos (filhos) não caminha.
A fecundação deste Odu: Obatalá (rei do pano branco) pediu auxílio a Isele. Mas uma vez mandou a mesmo que raspasse uma madeira de cor avermelhada para retirar um pó de nome Ossum. Pediu que cravasse na ponta de cada lança uma cabaça grande. Coloca-se dentro de cada uma das cabaças um pouco daquele pó com pedaços de pano vermelho e quatro argolas de cobre, assim nasceu o Odu Yorossum, nascido, porém sem pecado original, sem ato sexual. O lado positivo deste odu pode indicar: Vitória pelo esforço despendido, conformação, trabalho que surge, início de uma nova empresa, peregrinação religiosa, conquista de bens de pouco valor, mas que irão trazer satisfação, obtenção de recursos suficientes para satisfazer as necessidades, sorte no jogo, alegrias em ambiente familiar, uma paixão repentina, futuro brilhante, etc.
O lado negativo pode indicar ofensas, calúnias, perigo de acidentes, derramamento de sangue, homem que deve ser evitado, mulher perigosa e faladeira, notícias ruins, doenças em casa ou na família, recursos insuficientes, etc.
. É o odu da imaginação, do choro, da dificuldade na vida. São pessoas que não podem perder, porque quando perdem é um problema muito difícil de se recuperar. São pessoas com cargo de santo e que possuem características que trazem problemas espirituais, são pessoas muito teimosas e ficam muito em dúvida quando tem que tomar uma decisão séria, são pessoas indecisas, inseguras e tudo o que começam a fazer, param sem chegar ao seu objetivo, traição, difamação, calúnia, ciladas armadas.
Este odu significa muita falsidade: há falsidade dentro da própria família, falsidade dentro de casa, é cercado de falsos amigos, ingratidão, indiferença. É necessário ter cuidado com a saúde, pois são sujeitos a doenças passageiras, problemas nos olhos que poderá vir em acidente com recuperação muito difícil. Pessoas deste odu deverão ter muito cuidado com feitiços que poderão deixar no leito pro resto da vida. É muito perigoso mexer numa pessoa que tem Iorossum na cabeça, por elas terem caminho de abicu e por terem cargo de santo. As pessoas deste odu não podem errar, pois se errar, o erro pode ser fatal. São pessoas muito protegidas por Xangô e Oxalá
Iorossum abre o jogo com quatro búzios fechados e doze búzios abertos. Quando Iorossum sai na cabeça, ou nos pés ou do lado esquerdo, ele está trazendo perdas, problemas com eguns e grandes dúvidas em matéria de negócios, a pessoa deve tomar cuidado com a decisão que vai tomar, com aquilo que vai fazer para não se afundar.
Se Odi sair antes haverá notícias de morte e se sair depois o consulente terá grandes perdas, roubo ou pessoas queridas a perder assim como doenças passageiras.
Os filhos deste odu são predestinados a adquirirem conhecimento dentro do culto a Ifá, para que não pereçam precocemente. Para que a morte não ocorra de forma precoce. São pessoas orgulhosas, animadas, exaltadas, realizadoras, muito agressivas e que se deixam dominar pela cólera com muita facilidade. É um Odu de prenúncios medianos, que fala do bem e do mal com a mesma intensidade, geralmente são mão aberta e não suportam ver as pessoas chorando miséria. São gratos e gostam de ajudar. São pessoas espalhafatosas, se atraem pelo oculto, pelo mistério, pelo misticismo, porém estão sempre ligados ou junto à eguns.

Saudação: MIKAN LOSO MEJI MA DO NU KUN MIA NI E O!
Tradução: Saudemos Iorossum-Meji para que nossos olhos jamais se anuviem!

Yorossum-Meji proíbe seus filhos: O uso de roupas e objetos vermelhos, as frutas e cereais de cor vermelha, relacionamento sexual com filhos de Omulu ou de Xangô, envolvimento em brigas, discussões ou questões judiciais (das quais saem sempre perdedores). A carne de galo, não deve comunicar a ninguém seus planos, sob pena de não vê-los realizados. Não podem roer ou chupar ossos de animais, principalmente da cabeça. Saltar sobre valas, buracos, fossas e caminhar por locais onde existam mangues e, se isto for inevitável, devem fazer limpezas de corpo com ovos e velas. Este odu é do sexo masculino.
Elemento: Fogo sobre a terra, o que indica escassez, parcimônia, insuficiência de recursos para que a meta seja atingida com toda a plenitude.
Este odu corresponde ao ponto cardeal Este Nordeste, a carta 3 do tarô (a Imperatriz) e seu valor numérico é o 4.
“Lema provérbio de Ifá”: “ Se um pássaro capturar um Alaxa (espécie de verme provido de pele espinhosa e urticante) deve adaptar ao bico, uma pinça de ferro”. Isto quer dizer: Alguém que quer o mal do consulente verá este mal virar-se contra si.

Em um certo tempo um homem que se achava em situação tão precária e em tal aperto, que não via de lado algum qualquer milagre que pudesse salvá-lo.

Ele resolveu ir até a casa de um Oluô fazer o ebó (oferenda) indicado.
Feito tudo...lá se foi ele para um lugar reservado, acendeu o fogo, em seguida colocou as pimentas maduras no lume e pôs-se a receber fumaça nos olhos.
Em um dado momento, ia passando um príncipe reinante e herdeiro do trono. Observando aquela cena de sofrimento espontâneo, admirou-se do tal sujeito,que, no dizer dele, estava procurando o meio mais curto possível para pôr termo à existência. O príncipe, condoído com aquilo, o fez chegar aos seus pés e indagou dele o que havia ou o que queria dizer aquilo. Sem demora, o homem historiou a razão daquele ato de castigar a si próprio. Tratava-se de compromissos inadiáveis, que ele não podia cumprir. Disse o príncipe que, tendo pena dele, não consentiria tal cena. Também sem hesitação, o príncipe mandou-lhe uma verdadeira fortuna, com o qual o homem poderia viver toda a sua vida, sem o menor vexame.

5. OXÊ-MEJI - a fama

Regente: Oxum/Iemanjá/Omulu
O Odu Oxê, fala na 5a. casa do Oráculo de ifá, ou seja, 05 búzios fechados e 11 búzios abertos. Os búzios fechados falam de Odu, os búzios abertos falam de orixá. Este odu foi gerado com cinco espelhos, um grande pano amarelo e uma bandeira branca na beira de um rio. Ali foi concebido sem pecado original da própria natureza. Desta concepção, nasceu a Oxum Igimum que é a Oxum mais velha de todas as Oxuns e dali se deu o grande encanto a todos os caminhos de odu, porque Oxê é a própria feitiçaria.
Quando este odu cai três vezes (se joga sete), no segmento de três, ele está trazendo morte, feitiçaria, necessidade, luta, extremamente negativo, problemas sérios com eguns ou com as Iyámis.
O Odu Oxê, é o odu da fertilidade, da paz, do amor, da prosperidade para os seus filhos. São pessoas quase sempre calmas, choram muito, e que se preocupam mais com a dor dos outros do que com a sua própria, depois é que vem a traição, o desprezo. A pessoa ajuda, ajuda, ajuda, depois vem aquela malvadeza em cima, não reconhecem nada. Cuidado. Pense em si. Cuidado com ilusões amorosas, vinganças e problemas de barriga, no baixo ventre também.
Se souberem se tratar espiritualmente, conseguirão tudo o que querem e almejam. São pessoas vaidosas e que gostam do grande mistério do ocultismo, normalmente tem o poder da feitiçaria, da palavra, tem o poder de se comunicar com as pessoas.
São pessoas que geralmente tem grandes lucros, tem cargo de santo e são também pessoas muito vingativas, às vezes não costumam se dar muito bem na vida amorosa, são pessoas que gostam de liberdade e sonham demais e viajam na maionese, estão sempre sonhando com coisas que às vezes nunca irão acontecer.
Uma das principais características do Odu Oxê é a capacidade de transformação que este odu traz.
Quando ele está positivo, ele pode transformar qualquer situação ruim ou negativa, em algo bom. É um odu famoso por resolver questões de transformação na vida material, assim também na área do amor, pois é um odu muito positivo, são excelentes amantes, ótimos cozinheiros e amam a limpeza, assim também, quando este odu está no aspecto negativo ele traz muita degeneração, ele transforma as coisas para o lado ruim e as pessoas vão perdendo, perdendo, perdendo cada vez mais, até ficar numa situação muito difícil, costumam ter problemas profundos ligados ao abdômen, não são muito sinceros e são dissimulados, então é um odu de grandes extremos.
Quando ele está muito bom, ele realmente transforma, ele vira para melhor a vida da pessoa, porém quando negativo ele tem esse efeito contrário.
É um odu grandemente ligado ao Orixá cabeça, ao plano mental, e as pessoas desse odu normalmente são pessoas calientes com grande sensibilidade até mesmo para a área da arte, também possuem grande inteligência. As pessoas deste odu devem procurar conhecer e tratar muito bem da ancestralidade, de antepassados, de egungum, Iyámi, e é justamente através dessas forças que ele pode transformar para melhor ou para pior a vida ou a situação de alguém.
Os nativos desse odu são pessoas carismáticas, de exótica beleza, irresistível. São líderes natos. Adoram tudo que é ligado a beleza e normalmente são limpos e caprichosos em tudo o que fazem. Amam profundamente, mas vivem em lutas amorosas e financeiras. Não sabem agir e perdem grandes oportunidades. Seus inimigos ocultos impedem que seus esforços sejam bem recompensados, contudo espera sempre vencer. Normalmente (tratando de santo) são vencedoras. Se por qualquer motivo são contrariados, em primeiro lugar vem o choro e depois, aguardam uma boa vingança. Não esquecem o que fazem com eles, por isso não “dormem” com nenhum tipo de prejuízo. Adoram a família, principalmente os filhos. Estão sempre prontos a colaborar. Roupas demasiadamente coloridas (principalmente mistura de três cores) não devem ser usadas por seus nativos, assim como não podem comer galinha d’angola, galo e deve ter muito cuidado ao dirigir veículos motorizados.
Pessoas com esse ODU têm mão de magia, força e proteção espirituais, religiosidade e uma inclinação especial para o misticismo e as ciências ocultas. São ótimos professores e se destacam em qualquer atividade que exija liderança, mas precisam aprender a controlar sua vaidade e seu egocentrismo. Outro aspecto negativo é a tendência a se vingar quando estão com raiva. Seus pontos vulneráveis são o aparelho digestivo e o sistema hormonal.

Conta-se que um filho de Orixalá que se chamava dinheiro, que se dizia ser tão poderoso que poderia dominar até mesmo a morte.
Este, fez uma oferenda indicada pelo babalaô e saiu maquinando como poderia trazer preza a morte, conforme prometera diante de todos. Deitou-se na encruzilhada e as pessoas que passavam na estrada deparavam com um homem espichado no meio do caminho. Diziam uns:
-xi ! Está este homem esticado com a cabeça para a casa da morte, e os pés para a banda da moléstia e os lados do corpo para o lugar da desavença.
Ouvindo tais palavras dos transeuntes, levantou-se o homem e disse, então, com ironia:
-já sei tudo o que era preciso conhecer. Estou com os meus planos já feitos.
E lá de foi ele direto para a fazenda da morte. Chegando no local, começou a bater os tambores fúnebres de que a dona da casa(sra. Morte) fazia uso quando queria matar as pessoas indicadas para morrer. Ela tinha uma rede preparada e, quando a morte aproximou-se, apressada , afim de saber quem estava tocando os seus tambores, o homem envolveu-se na rede e levou logo ao maioral orixalá. Dizendo-lhe estas palavras:
Aqui está a morte que eu lhe prometi trazer em pessoa à vossa presença.
Orixalá, então lhe disse essas palavras:
-vai-te embora com a morte e tudo de melhor e de pior que possa haver no mundo, pois tu és o causador de tudo o que há de bem e de mal. Some-te daqui e a leva embora e, então, poderás possuir tudo e conquistar o universo inteiro.

6. OBARÁ-MEJI - a riqueza e o brilhoRegente: Xangô/Oxóssi/Logun-Edé

O Odu Obará é o odu da riqueza, da prosperidade. Ele abre na casa de Ifá, no grande oráculo, pela 6a. casa, os seis ministros que absorvem. Respondem com seis búzios fechados e traz em sua caída quase todos os Orixás, mas principalmente Xangô, Iansã, Logum Edé, Oxóssi. Esse Odu é o odu do progresso. Ele foi gerado e nasceu de um bloco maciço de ouro e suas arestas foram representar as grandes riquezas da natureza.
Contam os itans que o Odu Obará fez e sua fecundação junto com Ejilajeborá e de Obará nasceu então os caminhos dos progressos. Obará nasceu de Ejilajeborá com Orain que por sua vez, não vem na cabeça de ninguém, e quem é de Xangô não tem Obará na cabeça, tem Obará pelo caminho de progresso no dia a dia. Ajejalunga foi quem gerou Obará junto com Ejilajeborá. Aje quer dizer a mãe terra, a natureza, a riqueza, por isso que esse odu tem a prosperidade, tem o caminho do progresso, tem tudo o que se pode pensar de positivo, porém este Odu traz muita traição, falsidade, mentira, sofrimento da pessoa ou de parentes, traz também muita vaidade.
As pessoas deste odu devem tomar cuidado com miséria, roubos e furtos, gostam muito de fofocas, calúnias, sempre chorando miséria, pois não podem viver sem dinheiro, está sempre diante de grandes oportunidades e vitórias, principalmente nos negócios e demandas, tem muito medo da justiça, verdade e solidão. Devem fazer segredo dos seus projetos, senão fracassam logo em seus negócios, Trazem muitos feitiços e são sempre vítimas de invejas e são perseguidas gratuitamente, porém as possibilidades de melhoria de vida são muitas, só é necessário um bom líder espiritual em sua vida, tem grandes ideais a realizar, mas não sabem como começar e fracassam às vezes por não pedirem ajuda e o sofrimento não é duradouro, porém o Odu Obará é um odu de tanta prosperidade, de tanta riqueza que não se despacha Obará, não se pode despachar o progresso da vida de ninguém. Quando se positiva o Odu Obará para ele dar caminhos, a parte negativa dele se desfaz e ele passa a caminhar com o lado positivo. Obará se cultua, mesmo que não se tenha ele na cabala.
Esse odu representa riqueza, ele foi gerado das profundezas de uma mina de ouro. Suas arestas representam a riqueza, e a prosperidade, é o mais rico e quando se chama por ele, tem que gritar em voz alta, (pois Obará é surdo) e de preferência numa quarta-feira de lua cheia.
Obará era o irmão mais pobre dentre seus irmãos. Os outros não lhe procuravam para nada, pois eram ricos. Todos os anos os outros irmãos procuravam um Babalawô para dar presentes para não ficarem pobres. Quando o Babalawô jogou, sentiu a falta de um irmão e eles se entreolharam e disseram: “É Obará, nosso irmão mais pobre, pois nós não o procuramos, por ele ser a ovelha negra da família”. O sacerdote então disse: “Toma essas abóboras de presente para vocês”. Irritados, foram na casa de Obará comer e dormir. Na manhã seguinte foram embora e deixaram as abóboras para Obará que as plantou no quintal enriquecendo-o, pois dentro das abóboras havia todas os tipos de pedras preciosas. Dessa forma Obará tornou-se o irmão mais rico de todos.
As

Pessoas com esse ODU têm grande proteção espiritual e costumam vencer pela força de vontade, especialmente em profissões relacionadas à Justiça. Mas são com freqüência vítimas de calúnias e não têm sorte no amor. Devem aprender a silenciar sobre seus projetos e a determinar por onde começá-los. Seu ponto vulnerável é o sistema linfático.

Dizem que no principio do mundo, 15 dos 16 odus seguiram todos à casa do Oluô, afim de procurar os meios que os fizessem mudar de sorte, mas nenhum deles fez o que foi determinado pelo Oluô. Obará um dos dezesseis odus existentes,não se encontrava no grupo na ocasião em que os demais foram consultar o Oluô. Sendo ele, porém, sabedor do ocorrido, apressou-se em fazer o que o Oluô determinara. E que os demais odus não fizeram por simples capricho da sorte. Obará com afinco fez o máximo que pode para conseguir seu desejo, dada a sua condição precária (de pobreza). Como era de costume, os 15 odus de cinco em cinco dias iam à casa de olofim, e nunca convidavam obará , por ser ele muito pobre, tanto que olhavam para ele sempre com menosprezo. Pois, então, foram a casa de Olofim, jogaram e até altas horas do dia não acertaram o que queriam que Olofim adivinhasse e, com isso, acabou que todos eles se retiraram sem ter sido satisfeita sua curiosidade. Olofim, com desprezo, ofereceu uma abóbora a cada um deles, e eles, para não serem indelicados levaram consigo as abóboras ofertadas.

No caminho, porém, alguém se lembrou apontando para a casa de Obará, de fazer ali uma parada, embora alguns fossem contra, dizendo que não adiantaria dar semelhante honra a Obará, pois ele era um homem simples que nunca influía em nada.
Mas um deles, mais liberal, atreveu-se a cumprimentar Obará-meji com estas palavras:
-- Obará, bom dia ! Como vais de saúde? Será que hás de comer com estes companheiros de viajem?
Imediatamente respondeu ele que entrassem e se servissem da comida que quisessem. Dito isso, foram entrando todos, eles que já vinham com muita fome, pois estavam desde a manhã sem comer nada na casa de olofim.
A dona da casa foi ao mercado comprar carne para reforçar a comida que tinha em casa e, em poucas horas, todos almoçaram à vontade. Depois, Obará convidou todos para que se deitassem para uma madorna, pois estavam todos cansados e o sol estava ardente. Mais tarde, eles se despediram do colega e lhe disseram:
-fica com estas abóboras para ti ---e lá se foram satisfeitos com a gentileza e a delicadeza do colega pobre e, até então, sem valia.
Mais tarde, quando Obará procurou por comida, sua mulher o censurou por sua fraqueza e liberalidade, dizendo que ele tinha querido mostrar ter o que não tinha, agradando a eles que nunca olharam para ele, e nunca ligaram nem deram importância ao colega.
Porém as palavras de Obará eram simples e decisivas.
-eu não faço mais do que ser delicado aos meus pares, estou cumprindo ordens e sei que fazendo estes obséquios, virá à nossa casa prosperidade instantânea.
Finda explicação, Obará pegou uma faca e cortou uma abóbora, surpreendendo-se com a quantidade de ouro e pedras preciosas que haviam dentro dela. Surpreso, e com muita felicidade, viu que em uma abóbora havia lhe dado o título de odu mais rico, porém logo percebeu que haviam mais outras 14 abóboras a serem abertas e em cada uma delas haviam outras riquezas em igual quantidade.
Obará comprou tudo que precisava, palácio e até cavalos de várias cores.
Daí que estava marcado o dia para todos os odus irem novamente à conferencia no palácio de olofim, como era de costume, já muito cedo, achavam-se todos no palácio, cada um no seu posto junto a olofim.
Quando Obará veio vindo de sua casa com uma multidão que o acompanhava, até mesmo os músicos de uma enorme charanga. Enfim, todos numa alegria sem par. De vez em quando, Obará mudava de um cavalo para outro em sinal à nobreza.
Os invejosos começaram a tremer e esbravejar, chamando a atenção de olofim que indagou o que era aquilo. Foi então que lhe informaram que era Obará. Então perguntou olofim aos demais odús o que tinham feito com as abóboras que presenteara a eles. Responderam todos que haviam jogado no quintal de Obará. Disse então olofim que a sorte estava destinada a ser do rico e próspero Obará. O mais rico de todos os odus.

7. ODI MEJI - o rancor e a violência

Regente: Obaluaiê/Omulu/Exú/Oxóssi/Oxalá

O Odu Odi vem por três caminhos, e antes de se fazer ebó tem que se verificar por qual caminho ele vem. Os caminhos são a água doce, a água salgada e a terra (estradas). Quando ele vem por água doce despacha-se no mar, por todo o rio vai para o mar, quando ele vem por terra despacha-se na encruza ou praça. Para despachar no mar, procura-se uma praia com bastantes pedras, pois Odi tem pavor delas.
A fecundação de Odi: Odi é um Odu feminino, filho de Orunmilá e Ologbara. Seu nome significa duas nádegas que nasceu dos órgãos genitais, em Odi, nasceu, também, a cor preta, as galinhas, as baleias, a cabaça, o carma e os íbis (caracóis) e todos os peixes do mar. Odi fala, também, em problemas com egum, antepassados, ancestrais, enfermidades graves em pânico quando ele está no lado negativo da cabala.
O Odi é um dos mais ricos. Aliás, corre uma lenda que para ser zelador de santo, tem que ter Odi no seu conjunto Odúnico. Isto é contado num dos itans de ifá e no Omerê de Logum também.
As pessoas do Odu Odi quando estão do lado bom, elas são pessoas alegres, satisfeitas, contentes, são amigas, são prestativas, caridosas, são pessoas que procuram obter sucesso no que fazem, possuem muita sorte, fartura, dinheiro, grandes amores, adoram sexo, gostam de organizar a área financeira e aperfeiçoar formas de gerar rendimentos, possuem muita fé na vida. Este odu é maravilhoso quando ele está bem, porém quando ele está negativo é um problema, pois pode trazer muita dificuldade, caminhos fechados, fracasso na vida conjugal e no trabalho, aliás, em tudo que se propõe a fazer, destruição, perseguição, vida complicada, vive em eterno começar, ganha rápido e perde mais rápido ainda, pois nunca consegue fixar-se com êxito. Se a caída repetir significa choro por morte. Essas pessoas devem ser bem tratadas espiritualmente, caso contrário, tem futuro incerto e normalmente sofrem por sete anos consecutivos. São pessoas humildes, forte em personalidade e forte tendência para o envolvimento com coisas ocultas e misteriosas se forem bem preparados espiritualmente tornar-se-ão grandes feiticeiros, pois adquiriram extraordinária força. Elas não temem a morte. Apesar de humildes são pessoas influentes, gostam dos prazeres, são ambiciosas, pensam em grandes lucros e viagens. Estão cercados por invejas, olho grande, traições. Cuidado com doenças de coração, nervos, pressão alta e rins. O Odu Odi pode trazer muita coisa boa da natureza.
Dentro da ordem de Ifá tradicional, ele é o quarto Odu, por isso ele tem uma importância muito grande porque está relacionado diretamente aos quatro grandes elementos: água, terra, fogo e ar. Então, quando se positiva o Odu Odi de uma forma eficiente, tanto no campo espiritual, mental, emocional e físico, pode-se ter uma boa resposta para isso.
Para positivar o Odu Odi através de banho, use folhas de mamona, sálvia e orobô ralado.
Este Odu representa caminhos perdidos, discórdia, guerra na vida da pessoa, desgraça de modo geral, traição, problemas com drogas. Quando ele está negativo tem que se fazer um ebó com tudo em sete. Odi quando está no lado positivo é só lhe dar caminho, fazer presentes dentro de um alguidar ou balaio com tudo em sete elementos, para ele trazer sorte, vitória no amor, vitória em trabalhos, vencer uma grande demanda.
Obaluaiê, detentor dos segredos da morte, da cura e das doenças sem deixar de dizer, o Senhor da vida, é a própria terra que recebe nossos corpos para que vire pó. Nos sete primeiros dias do mês de agosto são feitas rezas aos pés desse Orixá que fica ornamentado no centro do barracão (no Axé) coberto de palha da costa e com deburu aos seus pés. Debaixo da saia de Obaluaiê ficam sete panelinhas de barro com mel e uma moeda para o Odu Odi.
Pessoas com esse ODU são ambiciosas e costumam ser bem sucedidas na sua profissão, mas a indecisão as leva a não concluir muitos dos seus projetos. Quando a fé as impulsiona, porém, ultrapassam todas as barreiras. Sonham com o poder e adoram se divertir, às vezes, provocam enormes confusões. Não têm sorte no amor. Seus pontos vulneráveis são os rins, a coluna e as pernas.

Conta-se a história de um homem que era escravo e um dia se viu abraçado em um eminente perigo. Este homem foi amarrado por dele terem dito que cometera um crime. Segundo as leis daquela terra, botaram o homem num caixão grande todo pregado e deitaram a caixa rio abaixo. Por uma dessas coincidências que sempre acontecem no destino* das criaturas, a correnteza lançou o caixão na praia duma cidade cujo o rei estava morto e enterrado, e onde os súditos ainda estavam guardando luto.

Acontece que ali haviam muitos príncipes com direito a sucessão imediata, mas sobre todos pesava alguma grave acusação, de forma que não se sabia como haviam de decidir o complicadíssimo problema da sucessão do rei morto, como nunca jamais acontecera na história do dito povo. Depois de muito cogitar do assunto, foi decidido que marcassem um prazo para surgisse uma pessoa estranha àquela nação que assumiria o governo e seria o rei daquela terra daí em diante.
Dito e feito, esse homem, que tinha antes do cativeiro feito uma oferenda que o babalaô determinara, veio ele se esbarrar, dentro do caixão, na praia de ibim, onde o acolheram e imediatamente o elegeram rei daquele povo. Assim ficou ele sendo o venturoso rei de uma nação . Onde só o destino (odu) poderia dar tamanha sorte.

8. EJONILÊ-MEJI - a impaciência e a agitação
Regente: Oxaguiã

Este Odu significa vaidade, orgulho, ajuntamento de corpos, gozo, proteção, simpatia, estruturação, interiorização, expansão geral, sucesso e amor, mas se tiver negativo pode trazer muita ruína, doenças, destruição no lar, traições, brigas, esquecimento de amizade e desavenças. Mudanças no amor, no trabalho, problemas de saúde com câimbras, enfermidades nas pernas. Fortuna, perseguição e intrigas por parte das mulheres, brigas e fofocas, ódio acumulado no íntimo, vinganças e falsidades lhe cercam. Este odu enganou até a própria morte e quando ele responde no jogo, quem está jogando deve levantar-se três vezes em reverência a Oxaguian.
Esse Odu é ligado a força do sol, a força do fogo, a força do céu. É o odu mais quente de todos e ao contrário do que muita gente muita gente acha, esse é um odu todo composto por fogo e por isso quando ele está negativo traz males terríveis, principalmente na cabeça. Traz problemas de sistema nervoso, irritação, pressão alta, dificuldade de concentração, dificuldade de poder encontrar realmente o melhor caminho a ser seguido. Traz muitas dúvidas, uma irritação fora do comum onde a pessoa vira literalmente o cão chupando manga e traz muita confusão mental e muita confusão ao redor da vida da pessoa. Muita briga e muita dificuldade da pessoa se centralizar. É a famosa cabeça quente, pois o sistema nervoso fica abaladíssimo podendo também prejudicar a saúde aonde entra problemas como pressão alta, taquicardia, etc.
As características das pessoas deste odu são principalmente que são muito inteligentes, são pessoas dinâmicas, com uma velocidade muito grande de pensamento, com raciocínio muito bom e são também pessoas de um temperamento muito ardente, muito passional, que às vezes mesmo sabendo que estão fazendo a coisa errada, fazem movidas pelo fogo da paixão, pela impulsão. Quando elas conseguem dominar este fogo, dominar este ímpeto, e elas colocam essa inteligência para guiá-las na sua vida, elas conseguem realizar grandes coisas na sua vida, são pessoas bastante talentosas. As pessoas deste odu têm grande proteção espiritual, boas amizades, procuram a calma, mas são geniosas.São aquelas pessoas que brigam, se irritam, vivem nervosas e não fazem nada com essa força que tem, não conseguem realizar nada, pois vivem com os caminhos fechados, as pessoas procuram briga com elas, é uma situação de completa estagnação. É uma bomba que está explodindo por dentro. Às vezes são vingativas, porém em geral são delicadas, honestas e de grandes paixões. Costumam sofrer por amigos em geral. Tem quizila com inhame e taioba.
O Odu Ejionilê tanto tem a energia da vida como a energia da morte, os espíritos de encosto. Dentro dos caminhos de Ejionilê, existe uma qualidade de Oxalá Odudua Barabá Afunfun que veste uma saia preta para fazer os seus orôs através de caminho de Itotô que é a terra, que é Onile.
Através do Odu Ejionilê, ele pode trazer a visão, pode trazer o sol, a força, fazer subir na vida como pode lhe arrasar, lhe trazer a morte e lhe jogar no buraco, no fundo do poço. Quem carrega esse odu na sua cabala não deve deixar para amanhã para cuidar dele.
Ebós feitos a esse odu devem ser duplos para despachar negatividades e atrair sorte e prosperidade.

Pessoas com esse ODU são dedicadas e honestas e levam uma vida quase sem sofrimentos. Mas estão sujeitas a acidentes graves. Amam com intensidade e têm amizades sinceras. Quando são repudiadas ou sofrem uma traição, podem se tornar vingativas. Devem evitar o consumo de álcool e de carne vermelha e se vestir de branco nas sextas-feiras. Seu ponto vulnerável é o sistema nervoso central.
Naquele tempo, mandaram todas as árvores fazerem oferendas a Olorum (deus) mas nenhuma deu importância ao conselho. Somente a cajazeira fez a oferenda. Daí por diante, todas as árvores morreram sem delongas quando estavam deitadas, exceto a cajazeira, que mesmo deitada, caída ao chão, sempre grela e renasce.

9. OSSÁ MEJI - a desconcentração

Regente: Iansã

Este Odu traz muita abundância de tudo, expansão social, investir e concretizar projetos de vida, porém este odu traz muitas dificuldades financeiras, muitas dívidas, roubos, assaltos, fugas, problemas com pessoas que entram e saem da sua casa, trazendo-lhe confusões, discórdias, brigas e dores de cabeça, épocas difíceis, fugas preventivas.
As pessoas deste Odu devem ter cuidado com acidentes com fogo, com mar: risco de quedas dentro de casa e se for gravidez, devem tomar cuidado com pressão alta e aborto. Este odu faz com que as pessoas estejam bem num momento e mal no outro, é difícil entender, pois são como as quatro estações num só dia. Quando estão doentes, devem fazer oferendas para não piorar. É um odu muito característico ligado a Iyámi Oxorongá.
É considerado o odu dos enfeitiçados. As grandes reencarnações de bruxas e a presença delas, está nele. Quem é regido por Ossá, tem indicação de muita influência negativa de egungum, passando por situações de desespero e de muito pranto. Atraem com facilidade falsas amizades e por tanto devem guardar segredos a sete chaves. São pessoas donas de si, mandonas e desobedientes. Escutar conselhos é coisa que não fazem, e por este motivo vivem quebrando a cabeça. Possuem um lado espiritual super aguçado, mais infelizmente não sabem administra-lo muito bem, são pessoas astuciosas e à frente do seu tempo e tem grande tendência para ser regido por Iemanjá. Esse consulente derramará muitas lágrimas.
Quando este odu cai três vezes seguida no jogo, indica feitiço em cemitério, causando horríveis transtornos na vida do consulente. Esse odu na fase negativa traz má circulação nas pernas, fortes dores nas costas e muito desperdício de água em casa. Esse odu tratado beneficia a pessoa com elevação espiritual, material, poderes parapsicológicos, vitórias, progresso e muita felicidade. Para serem felizes precisam freqüentar templos espirituais. Os nativos desse odu não devem usar tecidos vermelhos ou de fundo azul, nada de que seja feito de bambu, como por exemplo: móveis, porta incenso, instrumentos musicais, etc. Objetos com cores misturadas, azul e vermelho, e usar arco e flecha.
O lado negativo dos filhos deste odu é que são super teimosos, autoritários e adoram rogar pragas. O lado positivo é que são líderes natos, inteligentes, simpáticos, responsáveis e de bom caráter, tem sempre grandes projetos, mas estão sempre cercados de pessoas que fingem ser amigas. Tem muita proteção de Oxalá e Xangô e devem ter muita força de vontade para vencer os obstáculos contando com esses dois Orixás. Esse odu fala em falsidade, perseguição de mulher ou homem e de uma perda que não trará desgosto. Quando responde Ossá-Meji três vezes consecutivas significa felicidade, boas notícias, porém traz uma perda com desgosto e dor. Esse odu tem grande tendência para proteção de grandes pais de santo e grandes mães de santo e outros líderes espirituais; A parte positiva é abundância em tudo.
Os dias de sorte são todos menos quinta-feira e sexta-feira.
Pessoas com esse Odu são líderes natas, mas seu autoritarismo lhes cria sérios problemas, inclusive conjugais. O instinto protetor e a religiosidade também as caracterizam. Seus pontos vulneráveis são os conflitos psicológicos e, no caso das mulheres, os problemas ginecológicos.

A cor é branca e prata.

· Obs: Antes de presentear esse odu, na véspera se presenteia a egungum.
Conta-se que no princípio mandaram Orunmilá fazer uma oferenda citada, porém, ele não o fez. Orixalá, sim, fez tudo conforme havia sido determinado. Num certo dia, veio muita gente que fugia apavorada, mas o chefe e maioral do lugar, como deveria ser, recebeu todos e os salvou das perseguições e eles, em gratidão, entregaram-lhe tudo de valor que cada um trazia consigo, assim orixalá ficou muito próspero no devido tempo. Ou quando chegara sua vez de ter tal fortuna.

10. OFUN-MEJI/OGIOFUN - os problemas de saúde

Regente: Oxalufã
Este odu traz semeadura de virtude, posse de objetos valiosos, desenvolvimento na área profissional, porém este odu traz aperto financeiro, prejuízo, problemas de saúde, problemas nas pernas, no sangue, no baixo ventre, na barriga. Cuidado com os seios quando senhora, podendo até ter que fazer cirurgia. Não tem sorte no trabalho. São pessoas teimosas, observadoras.
Perigo de acidentes, agressões, calúnias e envolvimento com a polícia. Tristeza e desgraça por causa de dinheiro. Cuidado com traições de pessoas ligadas a você. Este odu é muito rico, velho, teimoso, não gosta da cor preta, geralmente só traz vitória rápida quando responde duas vezes consecutivas, e quando isso acontece deve ser dado um obori à cabeça.
Sua parte positiva é muito forte, pois seus nativos são caridosos, humanos e pacientes. Geralmente entendem seus problemas assim a liderança de ajuda para quem precisa dele.
As pessoas sob influência desse odu têm o mistério em sua vida, são sinceras, honestas, inteligentes e sabem fazer boas amizades e conservam por longos anos as boas amizades.
Esse consulente deve ser orientado por causa de uma série de perturbações. Amores, trabalhos, dinheiro, inimigos, talvez até doenças, gravidez, doenças de barriga, trabalhos feitos de feitiçarias, conseqüências amorosas com prejuízos pessoais. O lado negativo dos seus nativos é que tem o poder de odiar profundamente, por isso são vingativos e rancorosos (nunca faça mal a quem é regido por esse odu).
Esse odu fala de paz, tem que ser cuidado, pois fala em perigo de morte. É aconselhável banhos leves e dá um obori à cabeça. Quando ele chega a pessoa se levanta. É aconselhável que passe um ebó branco no consulente e coloque uma oferenda a Oxalufã. Deve ser ofertada também uma oferenda para Iansã.
Sua parte positiva é muito forte e só deve ser cuidado para explorar o lado bom do odu, pois Ofun é o odu da prosperidade, da riqueza e da calma.
No jogo de búzios quando sai na primeira queda, indica perturbação espiritual e material. Se cair três vezes seguidas, é feitiçaria na certa, trazendo com isso perigos de acidentes e muitos prejuízos, não conseguindo o consulente concluir seus projetos principalmente no campo sentimental. Quando sua posição é nos pés, é sinal de grandes doenças e possíveis cirurgias abdominais. Quando está positivo traz bons empregos, cargos de chefia, riqueza, vitória rápida em qualquer problema.
Os nativos deste odu não devem assoprar fogo, usar roupas vermelhas e pretas, comer carne de porco, pegar carvão, comer nada que leve azeite de dendê. A cor é o branco e o dia de sorte é sexta-feira.

Pessoas com esse ODU são inteligentes, fiéis e honestas, capazes de dedicar atenção total ao seu amor. Têm amigos sinceros e elevada espiritualidade. Em contrapartida, mostram-se muito teimosas e tendem a sofrer perseguições e desilusões amorosas. Seus pontos vulneráveis são o estomago e a pressão arterial.

Um dia foi marcado uma reunião entre todos os orixás, cada um tratou de realizar as oferendas especificas afim que tudo transcorresse muito bem, orixalá tratou logo de preparar a sua. Findando a feitura da oferenda, entregaram a orixalá panos brancos para ele fazer um vestuário e penas de papagaio da costa para ele colocar em sua cabeça. Assim feito tudo, chegou o dia da grande reunião em que todos os orixás se apresentaram.

Orixalá apareceu de uma forma tão maravilhosa em suas vestes novas, como se fosse iluminado pelos raios do sol. Assim, todos foram se curvando diante de tamanho brilho da aurora nascente, juraram fidelidade e lhe deram tudo o que possuíam, com a palavra de o adorarem para sempre...

11. OWARYN-MEJI - a ansiedade

Regente: Iansã/Exú/Ogum
Este Odu traz muito sucesso nos negócios, satisfação com aquilo que se deseja ter, lucros e sociedade, mas pode trazer muita demanda, acidentes, ingratidão, doenças passageiras, fracasso no amor, dificuldade de ter o que deseja, tudo o que quer é por meio de esforço, porém se estiver positivo, traz muita prosperidade, paz, harmonia com toda a família e amigos. Poderá ter uma relação amorosa muito forte e duradoura. Tendência a fazer uma boa e grande viagem.
São pessoas com má influências perturbadas, com dúvidas, felicidade oculta e difícil. Se for homem é volúvel e sem fé e luta com muitas dificuldades para a realização de qualquer objetivo.
Sofrem por calúnia, perda de bens e outros valores sentimentais, doenças passageiras. Egum em cima, muito carrego e só vencem obstáculos com muita luta e após sofrer com grandes sacrifícios.
Tendência para mendicância e para os vícios da bebida e das drogas, ou ainda envolvimentos com pessoas e casos obscuros, levando a envolvimentos com a polícia. Não se sensibiliza com o que vier acontecer.
Para levantar seus nativos, o zelador ou zeladora deve ter muito conhecimento e paciência. São pessoas boas, porém volúveis; lutam com dificuldade para um grande projeto e tem que agir com calma, caso contrário perderão tudo. Vencerão os obstáculos com a razão; porém quando este odu está positivo, ele oferece vitória sobre todas as lutas e obstáculos. As pessoas que tem este odu na cabala deverão lhe dar um presente a ele todo dia 11 de cada mês para ficar em paz e tranqüilidade.
O Odu Owarin é um odu extremamente ligado à sexualidade, aliás, existem dois grandes odus que regem a sexualidade: O Okaran e o Owarin, particularmente o Owarin no sentido de sedução, da parte de relacionamento, de amor, de sexo, etc., tanto que existem famosos rituais de atração. Quando um homem quer sair e atrair muitas mulheres à noite, existem banhos, pós e feitiços classificados em Owarin que ele pode utilizar para essa finalidade. O comportamento de Ogum em Owarin é como o próprio Orixá ogum que é de grande virilidade, de grande força, seja ela energética dos caminhos, seja ela até mesmo ligada a sexualidade. Ogum nesse caminho é o Ogum namorador, quando ele pega Oxum, quando ele pega Oiá, quando ele pega as Iabás, etc. O comportamento de Ogum como um sedutor, um cara que conquista muitas mulheres e faz da conquista das mulheres uma guerra onde ele adquire essas vitórias na conquista, ele faz da mulher um prêmio, então tem uma relação muito grande envolvendo a parte da sexualidade e a parte das relações.
Agora no dia a dia, os filhos de Ogum ligado a esse odu, são pessoas com temperamento bem quente, mas também com uma sensibilidade emocional muito grande. São pessoas que apesar de terem um temperamento um pouco quente, possui também uma sensibilidade, uma espiritualidade bastante sensível e nessa combinação está a chave de grandes poderes associados à força e a sensibilidade.
Este odu tem a filosofia de que quem tem que morrer não adoece, morre logo. Quando ele aparece e diz que a pessoa vai morrer não espere doença, pois ela morrerá logo, sem adoecer.

Pessoas com esse ODU têm imaginação fértil, boa saúde e vida longa, mas as más influências e a falta de fé as levam a enfrentar dificuldades materiais e a só alcançar o sucesso depois de grandes sacrifícios. São muito volúveis no amor. As mulheres geralmente fracassam no primeiro casamento, mas acabam encontrando a felicidade. Devem evitar a bebida e outros vícios. Seus pontos vulneráveis são a garganta, o sistema reprodutor e o aparelho digestivo.

Em certo dia, uma mulher muito fiel aos orixás fora numa fonte lavar roupa levando consigo sua criancinha. Lá havia outra mulher invejosa que, vendo que ela estava distraída com a sua ocupação, tentou lançar a criancinha da outra numa bacia d'água. Mas outra mulher ainda, ouvindo o chorinho da criança, correu para ali e a tirou de dentro d"água, salvando-a do perigo, antes mesmo de sua mãe se der conta. Do horror que acontecia.
Assim se vê o ponto onde uma pessoa má pode chegar... E também o quanto podemos contar com a ajuda e proteção através de oferendas específicas.

12. EJILOSEBORÁ - a justiça e o discernimento

Regente: Xangô

Este Odu traz muita agonia, desassossego, insônia, inquietude, falta de ânimo, rancor, mas também justiça e vitória em casos difíceis. As pessoas deste odu estão sujeitas a muitas calúnias, traições, perseguições, invejas, amigos errados, desilusões, separações no lar, desconfiam da sua própria sombra, porém trazem sempre o poder da justiça para conseguir o que almejam, mas sempre vencendo admiravelmente, desenvolve formas de melhora, performance e qualificação profissional, organização de suas finanças. Cuidado com envolvimento com polícia. É um odu que tem grande relação com os quatro elementos e é um odu muito ligado a comunicação. Dor de cabeça, pessoa com problemas mentais na família ou parentes com tendência para loucura. Herança no futuro, bebidas e mulheres trarão muitas dificuldades e desespero. Tendência acentuada para o alcoolismo. Facilidade para progredir e subir na vida, como também descer e se afundar. Geralmente são pessoas agradáveis, boas, simpáticas, porém muito mão fechada. Se aparecer duas vezes cuidado com roubos. Significa que só conseguirá progressos mediante a feitura do santo.
Esse Odu representa também as doze Iabás, sendo que seis condenam e seis absorvem. São pessoas que devem ser bem cuidadas.
As pessoas com influência desse odu são boas, prestativas, inteligentes, arrogantes, mas de bom coração. Mesmo quando não ocupam posições elevadas não deixam de possuir qualidades de seu Orixá.
Quando esse odu aparece no jogo joga-se Ejilajeborá + Ossá na rua, despachando a rua.
Quando ele sair a pessoa muito subirá ou se afundará de uma vez. Indica que encontrará a ajuda de um amigo, uma herança com grandes futuros, mas um homem ou mulher trará dificuldades.
Fala em desgraças, prisão, briga, miséria, sangue, ruína, perda de tudo. Cuidado com roubos. Significa também problemas com a justiça.
Pessoas com esse ODU têm o dom de convencer os outros. Dotadas de grandes qualidades espirituais, são bondosas, justas e prestativas, embora às vezes se mostrem arrogantes. Apaixonam-se com facilidade e são muito ciumentas. Devem evitar bebida e podem ter problemas judiciais ou relacionados à perda de bens. Seu ponto vulnerável é a circulação sanguínea.

13. EJIOLIGIBAN MEJI - a tranqüilidade e a concentração

Regente: Nanã
Este Odu traz inveja, vida e lutas difíceis, muitas dívidas, sagacidade e destreza para conseguir fortuna ou bem-estar, trabalhos feitos para te derrubar e te arruinar. Muita doença e tristeza. Cabeça fraca; Envolvimento com paixões difíceis e impossíveis, traições, desprezo. Mas se esse Odu estiver positivo, conseguirá tudo com êxito e sucesso. Atividades ligadas à comunicação.
Inveja, dúvida, homem mau, mulher má. Costumam vencer suas dificuldades, porém não tem sorte no amor e levam uma vida com perturbação.
Morte, destruição, ruínas, em caso de pessoas com problemas na família poderá trazer morte. Trabalhos de feitiçaria em cemitérios ou enterrados em outros locais. Analise bem sua caída e confirme mais de uma vez, pois pode ser a cabeça pedindo obori.
Golpes, paixão, amor impossível, sonhos que não se realizam, fantasia e ilusão, resignação a tudo, à doença, ao progresso, à dor, ao luxo, à pobreza, enfim, tudo, para o alto bem como para o baixo astral.
As pessoas que estão sob o domínio desse odu vencem as maiores dificuldades, mas não tem muita sorte com o amor e vivem com perturbações. São trabalhadoras, honestas ao extremo e possuem grande vontade própria.
Esse odu representa morte, mas também pode representar fim de sofrimento e inicio de nova vida.
Tem facilidade de descobrir novos caminhos e assim recomeçarem com uma nova vida de sucesso e amor. Também significa doenças passageiras.
Pessoas com esse ODU aceitam com resignação os sofrimentos físicos, emocionais e espirituais, conscientes de que todas as situações da vida são transitórias. Além disso, sua profunda fé termina por lhes assegurar vitória. Não têm muita sorte no amor. Dotadas de mão de cura, se destacam nos serviços médicos e de assistência psicológica e nas terapias alternativas. Seus pontos vulneráveis são o baço e o pâncreas.

14. IKÁ MEJI - o conhecimento e a sabedoria

Regente: Oxumarê/Ossaim

Novidades que poderão vir a acontecer, podendo ser boas ou más, demandas, perdas, investidas que poderá trazer arrependimento. Paixões, doenças passageiras, tem o vício da juventude e o carisma de um olhar malicioso e penetrante, perigoso com pensamentos intensos.

São pessoas difíceis de lidar, pois estão sempre em estado de defesa e, sendo assim, é bom estarmos alertas para um golpe certeiro. Pode ser desferido a qualquer momento. É sempre bom, ter cautela com seus nativos.

É um Odu rico e promissor e seus nativos sempre estão exuberantes e em estado de grande força, pois sempre se adaptam e tiram vantagens de qualquer ambiente em que estiverem.

Esse odu mostrar despertar surpresas, cartas, dinheiro, lucros ou negócios, amores, felicidades para se arrependerem mais tarde. Significa que novidades estão para acontecer. Novas amizades: essas pessoas são confiantes e deixam passar a felicidade. Demanda, algo pendente, paixões e doenças passageiras. Surgem novas esperanças, mas não tem muita firmeza no que querem. São inconstantes, fazem boas amizades, são bons amigos e gostam de prazer.

Este odu estando negativo pode trazer muitas brigas, agressões, envolvimento com a polícia, vingança, prisão, perversidade. Está sempre em desacordos. Brigas com amigos, parentes, filhos e com todos que discordem dos seus pensamentos e atos. Cuidado também com inimigos ocultos. Agressões entre casais, dificuldades financeiras, vêm muito dinheiro, mas logo perde. Está sempre cercado de olho grande e inveja. Bem estar fácil no fim de qualquer tempestade.

Belas e sensuais, as pessoas com esse ODU têm aparência juvenil e forte poder de sedução. Vivem paixões arrebatadoras mas passageiras e estão sempre em busca de novos amores. Possuem talento para a magia e enorme força espiritual, que se manifesta através do olhar. Enriquecem com facilidade e se destacam na vida profissional e social, mas são desconfiadas e propensas a ter conflitos psíquicos. Seu ponto vulnerável são as articulações que podem lhes causar problemas de locomoção.

15. OGBEOGUNDÁ MEJI - o discerminio total


Regente: Obá/Ewá

Este Odu traz muito sofrimento, perdas, inveja, intriga entre parentes e amigos que entra e sai na sua casa. Está sempre sendo estagnado por alguém, intrigas, provocações por má influência. Muita felicidade, perigo de acidentes. São pessoas que brigam muito em casa e no trabalho, quase sempre sem motivo, depois se arrependem. Podem ser muito felizes no amor, tem que lutar muito para conquistar a pessoa amada, pois vai encontrar sempre concorrentes em seu caminho.

Guerra, conflitos, pessoas com problemas nas pernas, disputa por mulheres ou homens, realização de negócios com poucas chances de vitória, progresso incerto.
Traz riqueza, prosperidade, quando em outra fase de transição para seus nativos, gostam de jogos e tem muito gosto para selecionar e escolherem tipos de relacionamentos.

Pessoas com personalidades duvidosas, nunca se afirmam no que realmente querem e desejam; é necessário a ajuda dos outros odus para ajudar em processos difíceis.
Devem o zelador ou zeladora analisar bem para conseguir acertar essas cabeças, pois são complicadas. Apresentam também mudanças repentinas.
Esse odu representa guerra e paga a justiça com retidão. Desvio, perdas, amores com perturbações. Guerra de homem ou mulher por sua causa.
As pessoas sob influência desse odu são favorecidas em negócio de pouco lucro. Poucas possibilidades de sucesso, apesar disso podem vencer obstáculos e realizar seus projetos.
Esse odu sempre precisa da força dos outros odus para seu maior progresso.

São geralmente cabeças difíceis e dão muito trabalho aos seus orientadores espirituais.
Devem ser passados nove banhos de água de canjica a esse consulente.
Pessoas com esse ODU são valorosas, combativas e imparciais, mas costumam sofrer desilusões amorosas, o que acentua sua agressividade e seu sentimento de rejeição. Têm saúde frágil: estão sujeitas a problemas nos olhos, ouvidos e pernas e a distúrbios do sistema neurovegetativo.

16. ALÁFIA-ONAN - a paz

Regente: Ifá

Pessoas regidas por este odu, normalmente estão de bem com a vida. Fartura, progresso, prosperidade, felicidade e amor, apesar de haver muitas invejas, ciúmes e falsidades. São pessoas calmas, desenvolvidas espiritualmente, com fortes tendências a vencer e terminar seus dias com muita alegria, paz, tranqüilidade, estruturação, interiorização, elaborações internas, expansão em geral. As pessoas deste Odu devem procurar usar sempre roupas brancas aos domingos.

Confirmação de pleno êxito, contentamento, felicidade, lucros, herança, viagens e a cor branca deve sempre se fazer presente em sua vida. Grandes chances nos negócios realizados aos domingos, mas apesar de tudo tem suas limitações, como qualquer ser humano.

Seus nativos podem estar tristes, pobres, mas não se iludam porque de repente transformam tais situações em situações espantosas que assustam a todos.

Significa também, o sol, a luz, a verdade, desembaraço, felicidade, tranqüilidade, lucros, herança, viagens, amores a realizar.

A resistência, a tolerância e as mutações são uma constante aliada ao progresso tanto para cima quanto para baixo. É necessário que o babalorixá ou Ialorixá procure o equilíbrio do odu.

É o grande Orixá que representa o sol, a luz, o desembaraço, a verdade, a felicidade tranquila. Esse odu significa triunfo, lucros, boas propostas.

Não deve ficar triste, pois tem a felicidade nas mãos, necessitando apenas de uma boa orientação. Deve fazer sempre banhos de limpeza.


Obs.: As perguntas devem ser feitas sempre dirigidas a Orunmilá e sempre serão duas jogadas para cada pergunta feita.
Calmas, racionais e espiritualizadas, as pessoas com esse ODU têm domínio sobre suas paixões. São excelentes nas áreas de vendas e de artesanato, mas desistem facilmente dos seus projetos e perdem o interesse por aquilo que já conquistaram. Estão sujeitas a problemas cardiovasculares, psíquicos e de visão.

01. Odú Okaran

Okaran foi aquele que, nas divisões no orum, teria que dar caminho a todos seres criados por Obá Orixá, pois ele foi o primeiro Odú a nascer e passou a ser Igbá que seria a sustentação do Ayê.

Temos uma revelação, uma coincidência com o formato da terra. Sendo assim, Okaran passa a ser o primeiro no destino de todos os seres viventes na terra. Ele é o primeiro na vida e na morte, pois ele está sempre no novo recomeço, representado em cada nascer do sol, na primeira chuva que cai, na primeira estrela existente no Orun, na primeira hora do dia e é padroeiro do primeiro filho de um casal. É o protetor e defensor do "rombono". Todos os ebós e oferendas serão sempre na contagem de 01: 01 obí, 01 orobô, 01 vela, 01 moeda, etc.

Contam os nossos antigos que Oduduwá, almejando conhecimento e popularidade, fez oferenda a Okaran: uma pombo, um camaleão e uma galinha. Esta oferenda deu para ela o poder e a incumbência de criar a terra.

Podemos ver que Okaran, sendo reverenciado com respeito e sendo o primeiro na vida de cada ser, poderá trazer muita prosperidade e fartura no caminho daqueles que o cultuam.

A força desse Odú está vinculada a terra e ao fogo, reconhecida como Obá Oná.Somente Exú responde neste Odú, pois Exú é o mensageiro e pode estar em diversos lugares ao mesmo tempo: ele é princípio dinâmico, é aquele que pode fazer uma pessoa se sentir culpada mesmo que ela não tenha culpa, é aquele que pode entrar em uma festa, criar confusões e sair sem ser visto, pois Exú é o maior representante de Okaran no Ayê.

Perfil:

Seus filhos são criativos, persistentes e de excelente memória. Possuem forte intuição, são maus gostam de ficar sós, possuem aparência descuidada, são egoístas e medrosos. Tendem ao egoísmo e ao individualismo.

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02. Odú Ejiokô

Ejiokô foi o segundo Odú a ser criado e tem como padroeiro MEJI OGUN, traz em sua influência meia personalidade de Okaran, pois foi ele quem veio ao Ayê acompanhando Oduduwá e os Irumalés.

Oduduwá, com medo de se perder no vazio que existia antes da formação da terra, pediu que Meji criasse dois elos: um para mantê-lo preso no Orun e outro para mantê-lo no recente Ayê - embora ja tivesse formado e o omolê já estivesse pisado - Oduduwá não sentia a segurança de pisá-lo, pois foi os dois elos criados por Meji que ligou e o mantém preso até os dias de hoje por uma corrente que normalmente encontra-se no assentamento desse Orixá.

Mas não é somente Meji que responde neste Odú, temos também Logun Edé, Obá, Ewá e Iemanjá

Conta um antigo Babalawô que se chamava Ojibeniji que Ogun, querendo ter o poder de ser invecível nas batalhas e nas lutas, fez uma oferenda para Ejiokô de dois galos de briga, duas adágas, dois elos de ferro e dois inhames akará. Ofertou tudo em uma mata que nenhum homem jamais havia penetrado. Neste local havia um senhor com roupas em farrapos e pediu a Ogun que lhe desse os akarás, pois estava faminto e já fazia sete dias que ele n~~ao comia.

Ogun guerreiro louco dos músculos de aço - tinha água em casa, mas se lavava com sangue - aquele que não tinha piedade nem de si próprio, aquele que jamais poderia ser chamado em vão - pois ele se volta contra aquele que o chamou - aquele que mata o ladrão e o proprietário da coisa roubada. Sentiu-se penalizado perante o ebomi, pegou os akarás e deu para que o pobre homem comesse, entregou-lhe as adágas para que se defendesse, pegou os elos e também os entregou dizendo para que em qualquer momento que estivesse em perigo e sem defesa, batesse um elo no outro chamando por ele, que mesmo estando em qualquer lugar do mundo, viria lhe socorrer.

Esse senhor falou para Ogun;

- "Me chamo Ejiokô e foi a mim que vieste ofertar estas oferendas e seu bom coração lhe tornou invencível na guerra e ninguém poderá tirar sua vida a não ser você mesmo quando cansar de viver no Ayê. Devolvo suas adágas e lhe presentearei com o Isá Ogun e terás o nome que só seus filhos poderão lhe chamar:

OGUN MEJI ALODÊ IRÊ (Senhor das sete partes do Irê) ou também OGUN MEGÊ (Guerreiro que na guerra divide-se em sete).

- Em cada região conquistada, serás chamado por uma Sunda, que com o passar do tempo, se tornará um dos seus nomes.

- Quando armar-se para ir a guerra, lhe chamarão de IGBI MEJI (aquele que nasce e se transforma em dois - referência de Ogun e suas duas espadas-). Quando for trabalhar na forja, lhe chamarão de ALAGBEDE (O ferreiro).

- Quando for visitar seu pai, se vestirá de branco. Irá desarmado e lavará sua prefer^}encia gastronômica, o ajá e se sentará a mesa para degustar de sua iguaria junto a seu pai e seus irmãos, que lhe chamarão de uma forma íntima, de OGUN JE AJÁ (Ogun que come cachorro) e lhe saudarão com OGUN PATAKURI JESE JESE (Ogun cabeça importante de todos os Orixás).

- Quando for colher suas folhas junto com Ossaim, lhe chamarão OGUN ASO MARIWÔ (Ogun que veste a roupa de mariwô).

- Quando conquistar reinos que não lhe pertence, usará um capacete que se chamará AKORÔ (coroa de mariwô que somente os decendentes de Ogun poderão usar).

- Estará sempre a frente das batalhas, dos caminhos, dos palácios governamentais e palácios religiosos. Pois quando Ogun vai a guerra, não usa escudo porque sabe que é imortal. Por este motivo, não se pode fazer feitiço para os filhos de Ogun.

- E os galos comeremos juntos, pois toda vez que ofertarem a Ogun, terão que ofertar a Ejiokô também, porque Ogun e Ejiokô passarão a ser um só corpo e uma só cabeça que lutarão juntos nas guerras. Cada um representando uma espada e não tocarão em nada de Ogun sem antes pedir permissão a Ejiokô, senão será sentenciado por *Exu Olobé (guardião das ferramentas de Ogun)."


*Esse Exu é o representante de Ejiokô na Ayê, que come junto com Ogun para manter a ordem e o equilibrio do signo que dá destino ao caminho de todos os decendentes de Ogun até os dias atuais. Para utilizar o Abé, temos que pedir permissão a Exu Olobé, Ejiokô e Ogun, para que o sacrifício seja bem sucedido e a pessoa que ofertou ao Orixá consiga tudo que busca.

Perfil:

Seus filhos são geniosos e exigentes. Impõem a sua vontade, por isso também adquirem muitos inimigos. São alegres e felizes porém quando nada lhes sai a contento, tornam-se sofredores. Possuem muito bom coração. São corajosos, briguentos, possuem iniciativa própria, são ambiciosos.
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03. Odú Eta-Ogundá

Foi o terceiro Odú a vir para o Ayê, é a representação dos Imolés tendo a influência de Egum e do culto aos ancestrais. É ele que mantém viva a memória dos Babalorixás que partem de volta ao Orum.

Etaogundá é representado por Iná no Ipadê, é a luz que nunca se apaga. Podemos perder o Ará, que na verdade não nos pertence. É uma massa retirada do Ayê e aquele espaço fica aberto até o dia de retornarmos a ele, pois nós não perdemos nada e sim, ganhamos o direito de conviver com outros no Ará Ayê que vem da mesma massa. Seja ela branca ou negra, fazem parte da mesma origem de existência.

Etaogundá é a permanência da vida seja no Orum ou no Ayê.

Conta um Babalawô Ojibonu Ayodede que Oyá teve nove filhos e todos os nove não tiveram forma, mas tinham vida. Por eles se acherem diferentes, viviam no Ayê Balé, pois lá eles sabiam que ninguém iria incomodá-los. Oyá triste, foi até o rei Xangô e perguntou o que poderia fazer para que seus filhos fossem aceitos por toda comunidade. Xangô, conhecido como Obá Inlá (grande rei), gostava das festas, de brincadeiras, muitas mulheres e principalmente a beleza da vida que contagiava todos os seus súditos e descendentes. Atraia visitas ilustres para seu reino. Aquele que tudo o que come tem que ser quente, admirador do sol e do fogo, fazia reuniões, convidava todas as suas mulheres, obás, seus súditos e até mesmo alguns escravos para dançar em volta da fogueira e para comer amalá, pois ele sabia que enquanto eles dançassem em volta da fogueira, no sentido horário, a vida continuaria. A adoração era tanta pelo fogo, que passou a ser chamado de Obá Iná e conseguiu criar o akará do qual ele fazia o seu ajeum, que deu poder ao rei de cuspir fogo. Não poderia deixar uma de suas esposas mais amadas e alegres, ficar triste daquela maneira, trazendo para seu reino tristeza, frieza e amargura. Procurou um Babalawô perguntando a ele o que poderia fazer para que sua linda esposa voltasse a sorrir.

O Babalawô mandou que comprasse bastante espelhos, panos coloridos, oxés e serês e colocasse tudo isto na entrada do Ayê Balé e chamasse todos os egungun e mandasse que se vestissem com todas as oferendas e que usassem em suas mãos as representações do rei, como o serê e o oxé. Com as roupas coloridas representariam a alegria e a vida. Com as cores fortes e os instrumentos do rei, os fariam populares. Egum grato com o rei passou a respeitá-lo como se fosse seu próprio pai, pois foi o único que se preocupou com o abandono do Egun e o fez respeitável e adorado até os dias de hoje.

Por esse motivo devemos colocar contas referentes a Xangô toda vez que participamos de enterros, velórios e axexê. Pois Egun sabe que somente Xangô dá direitos e faz que todos os seres tornem-se importantes para a sociedade.

Este Odú deve estar ligado a encantados Irumalé, é o Odú da terra que é reverenciado por Egun e Obaluaê. As cores desse Odú estão representadas no branco, que é o ar e a atmosfera e no preto, que é a terra e o luto.

Perfil:

Seus filhos são pessoas conscientes que sua forçaa de vontade é importante para o sucesso, persistência e coragem para tirar melhor proveito das situações, pessoas que usam muito a razão; em seu lado negativo, traz a mentira, falsidade, fingimento, avareza e falsidade.

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04. Odú Iorosun

Este foi o quarto Odú existente e está associado a Oxum, Iemanjá, Xangô e Ibeji.
É conhecido como o Odú dos pássaros, a representação da magia feminina. Iorosun é representado numa grande árvore da qual a copa cobre todo o pátio. Nesta árvore são penduradas 04 cabaças, cada uma representa o poder feminino.

Iorosun é o poder feminino na terra, o poder do renascimento, da gestação, da fertilização e da fecundidade.

Encontramos Iorosun na chuva que cai na terra, ligando a água e a terra e transformando a massa mais antiga do mundo, que nós chamamos de Axé e com isso fertilizando o solo e gerando frutos. Iorosun está no cordão umbilical que liga o bebê a mãe, está representado no pó mágico que é extraído de uma casca de árvore sagrada que chamamos Ossun.

É à força do número 04, são as quatro estações do ano, os quatro pontos cardeais. É o número que se subdivide e gera filhos.

Uma anciã chamada de Yá Jacutá Beneji que trouxe muitos africanos ao mundo, sacerdotiza do culto de Oxum, protetora dos pássaros que posa sob a pedra sagrada da rainha das águas doces, protetora do rio Osogbo. Disse que há muitos anos uma moça a procurou pedindo receitas para engravidar, ela disse a esta pessoa que pegasse um peixe dourado, alguns panos bonitos, algumas jóias brinquedos, doces e colocasse tudo dentro de um cesto e entregasse para a divindade do rio, chamasse por Iorosun no caminho de Oxum Beremi, isto indica que fazendo o ebó necessário conseguirá alcançar tudo que almeja.


As cores desse Odú são: amarelo, verde água, azul claro ou todas as cores misturadas. É conhecido como o Odú da inocência, maternidade e novas gerações.

Perfil:

Ele determina fim de sofrimento, traz grandes possibilidades de triunfos e de cargos, terá possibilidades de se envolver com grandes personalidades, é também envolvido em mistérios, indica mediunidade, bom caráter, cargo de chefia na casa de santo e no trabalho.


As pessoas regidas por este Odú, tendem a sofrer problemas ligados a calúnias e difamações.

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05. Odú Oxé

É representado por Oxum, Iemanjá, Ogum, Oxóssi e Logum Edé.

É um número representando os cinco pontos da cabeça. Tem um Orixá como responsável, não muito cultuado nos dias atuais, mas primordial para a iniciação de uma pessoa, seja ela Ogan, Ekedji ou Yawô, pois não se pode chegar ao Orixá sem antes agradar ao Orí. Por isso ela é conhecida como Yá Orí (senhora da cabeça, mulher da cabeça ou mãe da cabeça).

Oxum tem sua predominância também neste Odú, estando ligada à criação do culto dos Orixás e é representada em um preparado que é colocado sobre o centro da cabeça, que nós chamamos de adoxu. Todo yawô para ser considerado iniciado é necessário receber o Oxú que ligará ele através de Oxum no mundo espiritual. E assim ele nascerá para o mundo dos Orixás e do Candomblé, recebendo um novo nome pelo qual será chamado pelos seus irmãos de santo.

Esta cerimonia é chamada Omo Orunkó (filho dê o seu nome), Orixá Omo Orunkó (Orixá, dê o nome de seu filho).

Este nome ligará esse novo adepto do Culto dos Orixás, a sua família material e ancestral.

Também temos a presença de Oxóssi o caçador. Esse seria Odé Imbô, caçador das profundezas. É aquele que se afogou no rio para provar o seu amor por Oxum, esse é o verdadeiro pai de Logum Edé que também está ligado a este Odú.

As cores desse Odú estão associadas ao azul e o amarelo, as águas e as matas. O dia de cultuar este Odú é a quinta-feira.

Perfil:
São pessoas misteriosas e vaidosas. É mão aberta quando lhe é conveniente. Possui muito charme, além de ser muito inteligente, gosta dos prazeres, são prosas e convencidas, ambiciosas, perseverantes e complicadas no amor. Quase sempre são impetuosas na maneira de agir e com isso, perdem grandes oportunidades, pois sempre haverá um inimigo oculto, tentando com grandes esforços derrotar as pessoas desse Odú


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06. Odú Obará

Xangô Baru com influencia em Exu, Logum Edé, Oxossi e Oyá.

Este Odú está associado aos Orixás da riqueza, do movimento, da prosperidade, principalmente no fator material. Baru como está ligado ao elemento fogo, a vida e ao movimento, é o principal Orixá a falar neste Odú; tendo Exu como seu mensageiro tudo acaba acontecendo mais rápido. Mas é o Odú que enriquece por causa do desprezo dos outros.


Conta um antigo Babalorixá de Xangô que este Odú nada tinha a oferecer aos seus familiares, toda vez que procurava os outros Odús era desprezado, procurou um Babalawô para saber o que poderia fazer para acabar com a pobreza e a miséria, pois não suportava mais comer migalhas e se sentia derrotado.

O Babalawô disse que ele só ia ter fartura no momento em que ele parasse de fazer as coisas com mesquinharia, que ele deveria fazer durante 06 dias uma mesa com todo o tipo de fartura, às 06hs da manhã e que convidasse todas as pessoas que o desprezava para comer de suas farturas.

O 1º dia ele arriou uma mesa e convidou todos os nobres da vizinhança; cada um deles vinha com sinal de deboche e trazia uma abóbora como desprezo, pois a família de Obará não poderia jamais comer abóbora; por este motivo os nobres continuavam levando todos os dias para a casa de Obará uma abóbora. Todos os dias eles conversavam e riam de Obará, cochichavam dizendo:

- “Quero ver o que ele vai comer quando acabar a comida!”.

E assim seguiam dizendo:

- “Terá que comer abóbora”.

Finalmente no 6º dia Obará já não tinha mais dinheiro, juntou todas as migalhas de casa para dar a última parte da oferenda, o dia amanheceu e a hora foi passando, a fome foi apertando.

Obará não tinha saída e teve que abrir as abóboras para alimentar-se.

Ao abrir a 1ª abóbora deparou-se com vários diamantes, moedas, riqueza das quais o valor era incalculável, Obará não conseguiu entender.

Comprou fazendas, cavalos, construiu palácios, comprou muitos escravos e a partir do dia 06 de Janeiro daquele ano, Obará passou a ser o Odú de maior riqueza e popularidade. Por este motivo, toda vez que Obará responder em nosso jogo, devemos ofertar o melhor que temos, pois ele sempre paga em dobro.

O dia da semana deste Odú é a quarta-feira, as cores são o vermelho e o branco; amante de todas as coisas que tem brilho e valor como: coroas, ouro, notas de dólar são apreciadas por ele.

Perfil:

As pessoas regidas por Obará, possuem grandes idéias e passam boa parte de sua vida tentando realizá-las e dificilmente encontram meios de como começar. Algumas vezes, ou na maioria, fracassam por não pedirem ajuda, porém todo o sofrimento não é duradouro, possuem espírito de luta e não se entregam facilmente. São batalhadoras e possuem o privilégio de muita proteção espiritual.
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07. Odú Odí

Neste Odú temos a presença de Ogun e Xangô.

Odí é o Odú das guerras representado no nº 07, é ele quem nos mostra as demandas, as negatividades, feitiços e todo o tipo de energia que possa vir a prejudicar nossas vidas. Não se pode, de maneira alguma, pronunciar o nome desse Odú sem antes soprar três vezes.

Um antigo Babalawô da Bahia, conhecido como Ogun Jobi, que tinha uma casa de Candomblé no Matatu, contava que um dia ele marcou uma grande festa para o Orixá dele. Convidou muita gente da Salvador, Rio de Janeiro e todos os famosos Babalorixás da época e na hora do Candomblé, a polícia chegou e prendeu todas as pessoas presentes. Aí o Tio Procópio lembrou que ele tinha jogado búzio antes do Candomblé e a caída foi Odí, 07 búzios abertos e teria de fazer o ebó correspondente a caída do búzio, mas não fez e por isso não poderia tocar a festa de Ogun naquele dia, visto que estava na cadeia.

Mandou avisar uma negrinha que chamava carinhosamente de Mariazinha e pediu a ela que pegasse uma panela de barro par fazer uma feijoada. Que cortasse 07 pedaços de pão, descascasse 07 laranjas, cortasse 07 folhas de couve e levasse a beira de uma estrada de barro, acendesse uma vela e pedisse a Ogun no caminho de Odí que se ele saísse da prisão antes de completar sete dias, ele daria uma bela feijoada para Ogun e muitos bolinhos de inhame para Xangô.

No 3º dia ele foi solto e no 7º dia ele tocou a festa do Ogun.


Contam todos os antigos, que foi a maior festa de Ogun da época com a presença do inspetor da polícia local.

Como podemos ver, apesar da negatividade que mostra a história referente a prisão, este Odí poderá trazer resultados miraculosos.

O dia de tratar esse Odú é a terça-feira e a cor é o branco, azul anil, verde água, azul claro e prata.

Perfil:

As pessoas regidas por esse Odú, são pessoas muito importantes, influentes em todas as camadas sociais (da mais alta a mais baixa), gostam de todos os tipos de prazeres da vida, principalmente os de sexo. São também ambiciosas, pensam em grandes lucros, sonham demais com grandezas, viagem com propósitos de obter lucros elevados, enfim, vivem sempre sonhando com uma melhora repentina da vida
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08. Odú Ejí-Onilé

Neste Odú fala Xangô, Oyá, Oxóssi, Iemanjá e Aganjú.

Este Odú está associado ao amadurecimento de nossas atitudes, pois ele cobra até nossos erros nos obrigando a crescer mesmo depois de uma derrota.

Um dia, Olufã, Rei de Efá, teve que se ausentar de seu reino deixando seu filho caçula (que atendia pelo nome de Kabiesí) no trono. Este que era muito ambicioso sentia-se incomodado com a presença dos Orixás Funfuns, por impedirem todas as novas leis e determinações criadas pelo filho do Rei.

Kabiesé sentia-se constrangido e incomodado com os Obás e começou a jogar uns contra os outros fazendo intrigas, inventando historias e armando ciladas, criando assim uma grande guerra e levando a cidade de Efá à ruína.

Quando não sabia mais o que fazer pela grande situação que causou, Kabiesí procurou seu amigo que era Babalawô de nome Ojise Bó Iká ou Orô Jinse e que costumava chamar Kabiesi de Orixá Iyan que significa "Orixá Comedor de Inhame".

O Babalawô penalizou Kabiesí:

- Todas as intrigas que criastes voltarão contra ti, pois seu pai é sábio e saberá apurar os fatos de todo o acontecido.

- Vá e reúna-se com todos os ministros que hoje estão separados.

Kabiesí se viu preocupado, mas sentia-se seguro. Ele acreditava que nunca mais os ministros se reuniriam pelo tamanho da intriga que ele mesmo havia causado.

E disse mais o Babalawô:

- O pai que tens é o Senhor da Verdade e sua cor é o branco. Por menor que seja a sujeira ela sempre aparecerá sobre o branco.

Kabiesí perguntou:

- O que devo fazer?

Babalawô respondeu:

- Faça oferendas para Ejíonilé porque este é o Odú da intriga, mas tratando-o de maneira correta poderá alcançar sucesso e prestígio.

Kabiesi perguntou:

- Como faço estas oferendas?

Babalawô respondeu:

- Deverá abrir um alá funfun e colocar sobre ele 08 pratos brancos e dentro de cada prato você deverá colocar uma vara de orirí, uma moeda prateada, uma folha da costa, uma bolinha de algodão, um acaçá e um igbin. Convidará

cada ministro de seu pai e dará um prato com tudo o que colocou dentro para cada um e pedirá a todos eles "agô" por tudo que causou. Você seguirá em procissão levando em sua mão direita um pombo branco e na esquerda um pombo preto que pintarás com efun escondendo assim a sujeira que tem e deixará que Oxalufã escolha o pombo que quiser.

Todos aguardavam a chegada de Oxalufã. Kabiesí sentia-se seguro porque tinha conseguido reunir todos os ministros.

Oxalufã chegou a seu reino muito cansado, com ar de tristeza e decepção.

Junto dele tinha um distinto homem muito carinhoso e atencioso com o Rei, ele se chamava Ayrá. Toda família funfun estranhou o apego do Rei com aquele estranho homem. Em todos os locais da aldeia que ele ia, este homem estava junto. todas as comidas e bebidas ofertadas ao rei Lufã eram passadas ao estranho primeiro e este sentava-se na cadeira ao lado do Oní.

As vestes que não eram permitidas a nenhum Orixá que não fizesse parte da família funfun era permitido a Ayrá.

Este Orixá tornou-se mais íntimo do que os próprios familiares.

Após o Rei trocar de roupa e alimentar-se, caminhou até o poste central da aldeia, sentou-se em seu trono para receber os presentes dos amigos, parentes e vizinhos.

kabiesi aproximou-se do pai.

Oxalufã o olhou e disse:

- Meu filho querido, cujo meus excessos de carinho transformaram o direito em poder, não respeitando mais o direito de outras pessoas e deixando assim que só o seu desejo prevalecesse. Soltarás o pombo verdadeiramente branco e

guardarás para si o pombo preto que pintaste e terás que mantê-lo sempre branco para que as pessoas nunca descubram a verdadeira negatividade que você traz. Darei uma terra seca onde nada nasce e terás que fazer esta terra produzir e lá criarás seu próprio reino. O que vai fazer seus descendentes crescerem é a dificuldade que passarão até construir seu próprio reino. Pois será essa dificuldade que fará de ti um grande Orixá e seus filhos terão orgulho do pai que tem.

Kabiesi sentiu-se entristecido, mas ao mesmo tempo contente, pois esperava um castigo muito maior de seu pai.

Kabiesí teve ajuda de seu grande amigo Ojinse que com as mãos da magia conseguiu transformar a terra seca em terra fértil. Construiu um palácio um mercado e todos os anos na colheita dos novos inhames ele levava todo o carregamento para o Ilé Ifan onde residia seu pai.

Após muito tempo, Oxalufã resolveu perdoar o filho por todos os maus atos cometidos, dando a ele o direito de vestir o branco novamente e o título de Elejibó, nome que recebeu a aldeia de Kabiesi.




Perfil:

Por não aceitar sugestões de ninguém, as pessoas desse Odú apresentam dificuldades em se manter no mesmo emprego. São de fino trato e se preocupam muito com a aparência. Possui o dom de dividir o que é seu com outras pessoas e são amantes perfeitos. São trabalhadores, decididos e valentes.
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09. Odú Ossá

É o Odú que representa as grandes cabeças e está associado ao crescimento espiritual e material.


Os Orixás que respondem neste Odú são Oyá, Yemanjá, Obaluaê, Aganjú e às vezes Exú. Ossá é um Odú que também está ligado a terra.

Olojí Berekan Ogbonu Agbá é um Babalawô de muito conhecimento e sabedoria, pois é o guardião dos segredos do Culto de Obaluaê. É o grande Esó da terra Yorubá, conhecedor de todos os feitiços, magias e curas medicinais através das folhas. Contou certa vez, que Ossá foi um Odú que perambulou pela terra muitas vezes sem ter o que comer ou beber e toda porta que batia as pessoas costumavam ignorá-lo.

Um dia cansou de tantas ofensas e resolveu procurar um Babalawô que lhe mandou fazer uma oferenda de 09 aves brancas, 09 tatus, 09 galinhas Angola, 09 acarajés e 09 acaçás. Mandou que colocasse tudo dentro de um cesto de palha e que levasse para a terra de Xapanã, Orixá conhecido como Rei das Pérolas. Lá chegando ofertaria tudo ao Rei.

Ossá Mejí sentindo-se assustado falou com o grande Orixá dizendo a ele que já não aguentava mais passar por todas as dificuldades que vinha passando, pois todos os outros Odús tinham muitos adeptos, eram festejados e prósperos, menos ele.

O Grande Rei Xapanã sentiu-se penalizado ao ouvir aquela narrativa. Disse-lhe;

- Deixe aqui somente as aves brancas e em troca lhe darei o poder feminino que me foi deixado de herança por minha mãe, o Ibirí que levará contigo e por onde passar mostrará para todas as pessoas que caçoarem de ti, pois terás o segredo da vida e o conhecimento dos feitiços, serás temido e respeitado por todos que atravessarem teu caminho. Levará o cesto até a região de Xeketé e entregará os acarajés e Rainha Oyá que o receberá com grande festa e honra.

E assim foi Ossá até a distante região de Xaketá e se surpreendeu com a recepção da rainha Oyá que já o esperava e perguntou:

- O que tens pra me oferecer gentil cavalheiro?

E ele respondeu:

- Tenho para lhe oferecer senhora, a minha força de trabalho, dedicação e lealdade.

Oyá, encantada com aquele estrangeiro, novamente falou:

- Mostra-me alguma coisa que tenhas e que possa acrescentar ao meu poder.

E Ossá disse:

- Conheço o segredo da vida e os mistérios da morte.

Oyá falou:

- Pois então me conheces, pois que sou a massa que movimenta o ar e aquela que leva todos os que partem do Ayê de volta para o Orun. Preciso de você

Ossá, para que eu tenha filhos e será padrinho de todos eles. Será a representação das mães que ganham e perdem seus filhos, estarás presente no nascimento e no leito de morte e ninguém falará com Oyá se não for através de Ossá.

Perfil:

Representam os Ajés, os poderes do mal. É um dos Odús mais perigosos. Rege o sangue. São pessoas audaciosas e dedicadas ao amor. Não admitem traição. São admiradoras do lado oculto (perfeitos para serem zeladores de santo). Geralmente são muito zelosos, mas desconhecem a palavra perdão.


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10. Odú Ofun

Ofun é o Odú do compromisso, da seriedade e principalmente do respeito. É o Odú que representa o Emí (atmosfera), também conhecido como "sopro divino", chamado de Ofurufu. Ofun responde nas coisas claras que é representado por um casal de pombos branco, pois é o Odú da cobrança espiritual.

Babá Olú Are Efun Daji é uma celebridade africana que mais branco usou na vida e costumava dizer em um comentário muito alegre:

- O que não é branco, é Dundun Imolé (negro).

Essa é a maneira que todas as famílias funfun enxergam a cultura e a crença originária de Ilê Ifé.

Em uma conversa emocionante, Babá Olú contou que todos os Irumalés, Eboras e Orixás não achavam mais graça no Orun, pois nada tinham o que fazer, se reuniram e foram aos pés de Olodumaré - Senhor Criador - e perguntaram-lhe o que deveriam fazer.


O Grande Pai Celestial disse:

- Criarei um mundo onde todos os Irumalés, Orixás e Eboras possam viver e darei a todos vocês um pouco do ar que respiro e todos os seres criados nesse novo mundo terão a necessidade de sentir-me, pois sem este ar nenhum ser terá vida.


Darei a cada um de vocês uma personalidade para que possam auxiliar todos os seres que através de vocês chagarão a mim.

Estarei sempre presente e vocês poderão falar comigo através do culto que Orumilá criará.


Ifá será o guardião desse culto porque as pessoas que não forem iniciadas no mesmo, jamais poderão ter acesso.

Orumilá deverá escolher cada um de seus seguidores para que não haja traição, pois tudo que será utilizado no culto deverá ser guardado em segredo.

Ajalá, através do Amó, que pedirá emprestado a Ikú (um dia terá de voltar ao ponto de partida), ensinará a Obatalá a moldar os corpos, sendo que todas as cabeças serão construídas uma parte para Ajalá e outra parte para Olorí, pois os homens terão muita sede de conquista e alguns deverão desenvolver mais que outros. Por este motivo, Iyá Orí deverá permanecer no Ayê até o dia da morte de cada ser existente. Enquanto o mundo existir, Iyá Orí permanecerá no Ayê e será conhecida como "A Mãe da Consciência" e terá um culto particular onde todos os descendentes de Orixás deverão cultuá-la através do Borí e depois da maioridade, o Ibá Orí.

Oduduwá será a Mãe da Terra, pois levará consigo a massa que da a forma ao mundo que será habitado. Será cultuada no Culto dos Ancestrais terá como seus representantes Omilé, Araiyê, Obaluayê e Omulú. Esses deverão receber na terra todas as sementes que logo se transformarão em raízes e mais tarde em árvores, se renovando através da fé de cada um. Serão eles que consentirão o direito dos seres retornarem a sua massa de origem (a terra).

Nanã vai manter as memórias, o poder feminino e o poder nas profundezas dos rios. Será representada em todos os peixes que são venenosos; será a guardiã do Ibirin. Ela levará para todos aqueles que estiverem no leito de morte o descanso eterno, pois aquele que morre no Ayê renascerá no Orun. Será conhecida para os homens e seus descendentes como Burukê, ou Ikurê.

Iemanja cederá o espaço para que o novo mundo seja criado e terá direitos de cobrar os homens mediante seus erros, por mais fortes que eles se tornarem jamais serão tão fortes quanto à natureza. Presenteará os homens que se sustentarem do mar ofertando em suas mesas o Ajeum em abundância.

Oxum ficará responsável pela fertilidade e crescimento. Será a Grande Mãe que protegerá todos os seus filhos. Senhora da alegria, do brilho e do poder material. Terá como símbolo as águas doces dos rios.

Os demais Orixás deverão conquistar seus direitos através das guerras que acontecerão e através dos tempos, pois, os homens necessitarão de lideres que se ponham a frente para as grandes decisões.

Teremos Xangô que será eleito para seu povo como Senhor da Justiça e terá uma característica mais política do que divina.

Ogun deixará de ser rei para se tornar um grande líder nas guerras, até mesmo aquelas que não lhe pertencem.

Oxossi passará por muitas dificuldades, mas se tornará o maior caçador que estimulará outros a lhe seguir.

Todos os meus filhos terão uma parte de mim e poderão falar comigo sempre que precisar, pois Ofun será o meu signo para os homens e os Orixás.


Perfil: São pessoas calmas e dignas. Assumem todas as consequências de seus atos. O que se faz para as pessoas regidas por este Odú tem retorno imediato.
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11. Odú Owarin

Dizem os antigos sacerdotes que esse Odú é conhecido como Ojú Etá - o terceiro olho - aquele que rege Onã ou Dono do caminho.

Um Babalawô, muito considerado na região de Lagos, antiga capital da Nigéria, disse que esse Odú dá caminho para Afefe, o vento.

Fala nesse Odú Exú e Oyá.

Ele contou que um vendedor de obí chamado Ikin, passando por uma grande dificuldade, resolveu consultar o Oráculo e o Odú que respondeu foi Owarin e o Babalawô mandou que fizesse um Ebó contendo 11 moedas de ouro, 11 moedas de prata, 11 moedas de cobre, 11 búzios brancos, 11 conchas do mar, 11 okutá inã, 11 igbin escuro, 11 fechos de palha da costa trançadas e nas pontas de cada trança um saoro, 11 obis e 11 igbá. Mandou que arrumasse tudo dentro de uma peneira coberta com palha da costa e que levasse a onze caminhos e que em cada caminho que chegasse ele deixaria um apetrecho de cada item.

No primeiro caminho ele deveria louvar Exú Marabô o dono da multiplicação também conhecido como Baba Bara Exú.

No segundo caminho ele deveria louvar Exú Lonan, porque ele é o dono dos caminhos, somente ele permitirá que os caminhos se abram.


No terceiro caminho ele deveria entregar a oferenda ao Exú Tiriri, pois este Exú é rápido, sensato e procura cumprir com dignidade tudo aquilo que à ele se pede.

No quarto caminho deveria louvar Bara Lojiki porque ele conhece como ninguém a transformação.


No quinto caminho deveria louvar Exú Lalu porque é o senhor das coisas douradas, representante da realeza, supremacia e das coisas caras, ou seja, ele é o apreciador do belo, pois representa a própria riqueza.


No sexto caminho deveria entregar à Exú Bará, pois é ele quem guarda e alimenta o corpo mantendo a coordenação motora. É o padroeiro da sexualidade tendo o sêmem como sua maior representação.


No sétimo caminho deveria entregar a oferenda à Exú Olodê que é aquele que cobra e também é o comunicador, quem leva todas as oferendas para o Orun e entrega ao Orixá o que foi ofertado, pois sem ele o homem não conseguiria se comunicar com os Orixás.

No oitavo caminho deveria louvar Exú Elerú senhor dos carregos, é ele quem recebe as oferendas é entregue á Ikú, esse Exú é conhecido como Aukurijebo, senhor do carrego ou, carrego dos Orixás.


No nono caminho deveria entregar a Exú Odara, senhor da alegria, exuberância, poder, sedução e magia. É ele quem transporta a negatividade, transformando os ambientes limpos.


No décimo caminho deveria ofertar a Exú Jelu que é o representante do branco. É ele que mantém a ligação entre o corpo e a atmosfera, ou seja, nos guarda e nos protege. É o primeiro a partir após o nosso falecimento, sendo ele, quem devolve o corpo físico ao Ayé e o Emi a sua própria atmosfera.


No décimo primeiro caminho deveria ofertar a Exú Adaque, muito conhecido como Olobe representante da lâmina afiada, a faca de dois gumes, aquele que guarda os metais, pai de Ejiokô guardião de todas as armas que levam a morte pois ele é quem mais nos livra das brigas, envolvimento com a faca ou arma de fogo.

Somente após a entrega das onze oferendas aos onze Exús, o ebó estaria concluído.

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12. Odú Ejí-Laxeborá

Fala neste Odú Xangô e Yemanjá.

Xangô era um homem muito galante. Gostava de festas, bebidas e mulheres. Teve três esposas: Oyá, Obá e Oxum. Tinha como mãe Iê Iê Omo Ejá (mãe dos filhos peixe). Mas sua mãe sentia-se incomodada com a presença de Xangô pois tudo que ele fazia, a ela contava. Ela não suportava mais a situação e foi procurar o Babalawô Olukotun Bi Oye e disse a ele que o amor que ela sentia pelo seu filho Xangô era grande, tão grande que era capaz de doar sua vida pra que ele se mantivesse vivo se necessário fosse. Era um amor carnal, da paixão de uma mulher por um homem.

Então perguntou:

- O que posso fazer para conquistá-lo? O Babalawô ensinou uma bebida mágica que encantaria Xangô, mas depois desse dia, nenhum de seus descendentes poderia provar desse fruto, pois isso seria a tragédia de Xangô. Yemanjá se viu muito preocupada e disse que jamais faria aquela bebida porque não suportaria ver seu filho que representava o calor do sol e a alegria da vida, derrotado por um ato mal pensado de sua mãe. Retornou à sua aldeia e continuou levando a vida como antes: aconselhando pessoas e cuidando das cabeças dos filhos.

Mas um belo dia Exú, que se aproveitando da situação, disse a Yemanjá que teria uma grande festa no reino de Oyó e que Xangô tinha dito aos quatro cantos do mundo que pagaria duzentos mil kauris se existisse mulher mais bonita do que as mulheres que ele tinha. Yemanjá sentiu-se ofendida pois que era possuidora de uma grande beleza feminina, que encantou Reis e teve filhos com todos. Teve tantos filhos que já não sabia qual cabeça não lhe pertencia. Mulher bela com ar de prata, seios avantajados, brilho da lua. Vestiu-se como Grande Rainha que era, com seus Elekês, tranças torneadas com búzios, muitas pérolas em volta do pescoço, muitos braceletes de prata que dava o toque da sensibilidade feminina. Foi à festa acompanhada de suas Ekedis e soldados. Já havia passado meses sem que mãe e filho se vissem.

Quando Xangô a viu não reconheceu, viu uma bela mulher e logo sentiu-se encantado. E falou:

- Quem é esta linda Rainha que brilha como água, que encanta meus olhos e faz chorar de amor meu coração?

Xangô não podia saber que independente da beleza de Yemanjá, existia os feitiços e encantamentos de Exú. Yemanjá, também enfeitiçada, pegou o fruto que Xangô mais gostava com algumas folhas mágicas, dadas por Exú, misturou com obí e deu para que Xangô bebesse.

Ele sentiu-se embriagado pela bebida e dominado pela paixão, pois nunca tinha visto no mundo uma mulher tão perfeita e acabou entregando-se a sedução. Com ela deitou e passou uma das noites mais felizes de sua vida.

Ao clarear o dia, Exú retirou o encanto e Xangô ao acordar deparou-se com sua mãe nua sobre seu corpo. Não pode acreditar. Revoltou-se com o mundo, teve vergonha de sua própria mãe. Acreditava que jamais poderia encontrar uma mulher que faria o Rei Xangô sentir tudo aquilo que ele sentiu. Nem Oyá com sua força e beleza, nem Obá com sua inteligencia, nem Oxum com sua sedução conseguiu reanimar o Rei. Ele deixou de comer, de beber e principalmente, deixou de sorrir. O sol já não tinha mais a mesma intensidade sobre a terra. As flores do reino começarão a morrer. O povo se reunia na frente do palácio e clamavam:

- Obá Kossô, Obá Kossô Arayê, Obá Iná Ifé, Obá Iná Emí!

Xangô chegou a conclusão que não poderia mais viver para o povo porque seu tempo na terra tinha se acabado. Então, reuniu seus ministros, chamou seus irmãos, fez uma grande reunião onde estava todos os Reis e principalmente Yemanjá, a mãe do Rei Xangô e disse:

- Meu irmão mais novo, você sempre foi um inconsequente, toda a vida que morou em meu reino causou muitos atritos e confusões. Eu sei que o maior mal para você, meu irmão, será a responsabilidade. Eu lhe darei a minha coroa, o meu Oxé, minha gamela, meu Xerê e a responsabilidade de conduzir os caminhos de meu povo e julgá-los. Terás de saber como punir ou absolvê-los e darei controle a ti para que lhe cobrem. Darei Seis Osí Obá à sua esquerda e Seis Osí Obá à sua direita que governarão contigo em meu nome. A partir desse dia, ninguém ousará lhe chamar pelo seu Arú pois estou lhe dando o meu título de Guardião de minha coroa até o meu próximo descendente que só governará após seu regresso ao Orum. Aí está a senha de meu reino e todo o povo lhe chamará Barú que com o passar do tempo, serão poucas as pessoas que saberão quem verdadeiramente tu és.

Perfil:

Não admitem ser contrariados. Tem forte tendência a obesidade. São ligados a mãe e a família. Gostam da vida, mas não temem a morte. São gulosos, dorminhocos, briguentos e senhores de suas obrigações. É simbolizado através de uma fogueira. São orgulhosos e guerreiros.


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13. Odú Ejí-Ologbon

Este é o Odú da grande família Dan, Senhor do Mundo, atuante da região de Daomé, Savalú, Savé, Mahin, Nupé, Tapa e Igena. É o vodú da criação. É representado por uma enorme serpente com uma cauda que começa na terra e a cabeça pairando sobre as nuvens do céu. É ele que liga a terra ao céu.

Fala neste Odú Oxumarê, Ewá, Dankô, Irôco, Possun, Onilé, Nanã, Ossain, Obaluaê e Ikú. É a maior representação da família Gege no país Yorubá.Simboliza a vida e a morte. É um Odú muito perigoso e toda vez que ele cair para uma pessoa, é necessário que tire um Ebó Ikú e depois de uma semana, ela retorna para que seja feito um novo jogo.

Um Oluwô, da região do Benin, contou que Lisa Wawu criou este Odú para punir todas as pessoas que se voltasse contra a terra, visto que ele é a representação da terra. Este mesmo Oluwô teve uma experiência: ele nasceu para morrer e sua mãe que se chamava Nanã Igbejú, preocupada com seu estado de saúde, fez oferendas para Ikú pedindo que a morte fosse embora de seu caminho e o Vodú da família lhe mantivesse vivo. Até hoje, ele tem que esconder-se da morte e teve que formar-se Guardião de Ifá para que sempre possa consultar o Oráculo com a intenção de saber se Ikú está perto ou longe, porque Eji-Ologbon quando não mata, dá a vida.

Nanã teve vários filhos e todos diferentes:

Sapatá, trouxe o Isanbô , a epidemia e as doenças;

Oxumarê, a transformação, metade Okô e metade Dan;

Irôko, trouxe a velhice precoce;Dankô, os nós do banbuzal;

Possun, a fera
Onilé, a terra que espera e que guarda todas as coisas que são vivas e que um dia sarão comidas por ele. Ele é o dono do Ojubó, não se deve abrir um buraco sem pedir permissão a ele. É o mesmo que colhe as raizes e expulsa para fora da terra os brotos.

Nanã sentiu-se amargurada, pois todos os filhos que teve nasceram com dom, sabedoria e uma beleza rústica e ela não sabia compreender essa beleza, tinha pavor de todos eles:

Sapatá, ela colocou num balaio feito de palha da costa, cobriu com búzios para aquele que o encontrasse, pois na época dos Orixás e Vodus, o búzio era usado como moeda. Caminhou até a região de Egbá, porque ouviu dizer que naquela região existia uma bondosa senhora que não recusava nenhuma cabeça, pois acreditava que todas as cabeças pertenciam a ela, não importando se esta era feia ou bonita, defeituosa ou perfeita, boa ou ruim, ou seja: era a mãe perfeita para o filho de Nanã. Então, colocou o filho na beira d'água e ficou observando por nove dias e nove noites. Ao término do nono dia, avistou um clarão que envolveu o cesto e o levou. Nanã sentiu-se feliz, pois agora sabia que seu filho seria bem cuidado visto que a Rainha do Lodo, Senhora do Ará, não tinha jeito com crianças;

Irôko ela levou-o para a cidade de Ifé, pois aos olhos de Nanã todos que alí nasciam, já nasciam velhos e ela não suporta a velhice.

Ikú, nunca aceitou sair do lado de sua mãe, pois que era igual a ela. Tinha grande amor e admiração por ela. Como ela sabia que ele jamais iria embora, deu a ele a incumbência de buscar todos os corpos que a ela pertence. quando Ikú aproxima-se de uma pessoa é porque a mesma está correndo risco de vida.

Ewá foi violentada pelo seu próprio irmão, então revoltou-se com toda masculinidade e com o ato sexual. Como seu irmão bateu muito nela na hora do ato, ela ficou deformada, isso a levou a não suportar nada que reflita sua aparência e toda as vezes que aparece para seus devotos, é da melhor forma para que as mulheres não percam a vaidade, pois é ela a representação da beleza feminina e só permite que seus devotos sejam iniciados com a menor idade e, de preferência, antes da primeira menstruação.

Oxumarê nunca ligou para as atividades da mãe, pois era dotado de um grande dom, o da adivinhação. Motivo este, que as pessoas não se preocupavam com sua aparência, seu dom era maior do que a forma que tinha e os seus acertos lhe davam riquezas e honras. Teve tanta fama que até um poderoso rei da aldeia vizinha consultou Oxumarê e quando viu o tamanho do poder, não deixou mais que Oxumarê fosse embora e deu a ele o título de Ojú Obá - Os Olhos do Rei. Muitos anos Oxumarê serviu a este rei.

Mas um dia, Olodumaré viu que a vida no mundo estava ameaçada porque não existia nenhum Orixá encarregado de fertilizar a terra e uma terra seca não há de dar fruto e o homem sem fruto não terá vida. era necessário um Orixá da terra, retornar ao infinito e somente ele saberia como fertilizar a terra.

O Rei Olodumaré, criador de todas as coisa, sabendo e conhecendo Oxumarê tão bem, mandou que fosse morar de vez no Orun.

Possun era um guerreiro louco, muito semelhante a Ogun. Tinha as mesmas vontades e a mesma fúria, com uma diferença: os Voduns tinham o poder de ser transformar em feras quando encolerizados. Assim era Possun, uma fera. Nunca aceitou aliança com os Yorubás, por este motivo não se assenta este Orixá em casa de Keto.

Dankô é o Vodun que vive no meio dos bambuzais. ele tem no corpo várias dobras que são iguais aos nós do bambu, tem a cabeça pontiaguda semelhante aos Yorubás. Guarda e protege as casa. Todas as vezes que se passar por um bambuzal, é de bom grado cumprimentá-lo e atirar moedas para que ela possa nos proteger do feitiços e encantamentos.

Ossaim nem esperou que sua mãe o mandasse embora. Como não suportava a maneira que ela o tratava e tendo vergonha da família, foi morar na mata. ao viver na floresta, foi adotado por Igbó a árvore e teve dois companheiros; um que se chamava Eleyé - o pássaro que tudo vê e nada esconde de Ossaim e o outro que era Imolé da floresta que ele batizou com o nome de Aroní. Nunca nenhum Orixá, nem Vodun, nem ser humano havia entrado nas profundezas da mata. Igbó se transformou no pai de Ossaim, o ensinou a combater todos os perigos e ameaças que poderia sofrer. Depois mandou que Ossaim procurasse Yá Mí, a feiticeira que controlava todos os segredos da floresta. Ossaim aprendeu com Igbo o segredo das folhas e com Yá Mí o que fazer com elas: curas, encantamentos e feitiços. Yá Mí mostrou a Ossaim as duas folhas mais importantes da mata:

Uma que se chamava Ewe Ifé e disse:

- Esta é a folha do amor, da pureza e da vida.

Depois mostrou a segunda e disse:

- Esta é a Ewe Ikú que é a folha do abandono, da falsidade, da traição e da morte. Yá Mí disse ainda para Ossaim:

- Eu moro com Igbó, a árvore, embora muitas pessoas não saibam, mas Igbó é o tronco, a parte que sustenta. Eu sou a copa, a parte que ampara e dá sombra, sirvo como abrigo e pouso para os pássaros. Por isso, tudo aquilo que vêem me contam da mesma forma que Eleyé lhe conta. Se Igbó é seu pai, eu serei sua mãe, pois fostes abandonado e se intitulou Ossaim com vergonha do seu verdadeiro nome. Por pior que seja a família não devemos renegá-la porque é ela é nossa raiz e somente a família nos faz existir. O seu povo, eternamente lhe chamará pelo seu nome Agué Maré, mas o mundo lhe chamará por sua sunda que é Ossaim. Não se apresentará mais no mundo dos homens. Teu saber é muito grande e os Voduns e Orixás tentarão tornar-se donos de sua sabedoria e poder. Por esse motivo, toda vez que quiser algo da cidade, terá que mandar Aroní. Muitos Orixás, Reis e Olojás não vão querer negociar com Aroní. Para esses Reis, Voduns e Orixás, Aroní usará o seu nome e com o passar do ninguém saberá quem é Aroní ou quem é Ossaim. Confundirão as cabeças dos devotos pois dessa forma a mata nunca se acabará e os Orixás que quiserem falar com Ossaim, deverão vir até você e nunca irás até eles, mesmo que tentem roubar o segredo de Igbá, onde você guarda suas folhas e sementes secretas e sagradas.

Você não deverá se preocupar porque o segredo está em você porque na cabaça estão só as folhas e sementes. Você me representará no culto e poderá falar em meu nome porque o que você tem, não fui eu que lhe dei, mas nasceu contigo, porque tu nasceste da Mãe da Morte para dominar os segredos da vida".

Perfil:

As pessoas regidas por este Odú, são inteligentes, sensatas e audaciosas. Seguros de si. Trazem o feitiço nos olhos. Normalmente viveram uma infância com muitas dificuldades. Nunca perdem uma batalha.
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14. Odú Iká

Neste Odú fala Egun e Bessem.

Contam alguns sacerdotes antigos do Tongo, numa cidadezinha chamada AGUEREDISA, habitava um ser que era semelhante a Oxumarê dos Yorubás ou Dan, a serpente dos Daomedanos. Algumas pessoas também lhe chamavam de DANBURÁ – o homem que de seis em seis meses trocava sua pele. Quando estava próximo de sua transformação, era chamado de FREKUEN, ou seja, aquele que tem o poder da transformação.

Todas as vezes que ele ia para água, deixava em seu trono um grande amigo que se chamava BABA LAILAI, e era conhecido também, como Senhor das Hierarquias, da Antiguidade e da Tradição. Usava vestes coloridas, panos de diversas cores, muitos penduricalhos como saoro, kasisis, guisos de serpente, pedaços de espelhos com ornamentação, muitos búzios e algumas ráfias que se assemelha a palha da costa.

Bessem tem o poder da vida e da morte e conduz o vapor da terra até a atmosfera e é através dessa união que surge o Oro Ijô, a chuva que serve para manter todos os elementos vivos. Por esse motivo, temos que manter sempre próximo ao assentamento desse Orixá vasilhas, potes, quartinha, porrões, principalmente um poço ou uma fonte. Ele é representado sob o pé do assentamento de todos os Orixás, pois é a água que lava, limpa e purifica. É considerado o pacto que Deus fez com os homens.


É importante que todas as vezes que for fazer algo por um Orixá, manter uma quartinha com água representando a vida, a ligação do homem com seu Deus. Esse é o Orixá que une. Simboliza os pares que unidos se transformam em um só ser como um homem e uma mulher perante o casamento, o dia e a noite, o sol e a lua e o céu e a terra.


Também encontramos Egun interagindo com muita predominância neste Odú, pois, Bessem é o encanto e Egun é o Imolé que guarda e protege esse encanto.

Perfil:

As pessoas regidas por Iká são persistentes e facilmente conseguem alcançar seus objetivos. É de fácil convívio, apegadas a família mesmo estando longe de casa. Iká é o Odú da saúde - mente sã e alma limpa.
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15. Odú Ogbé-Ogundá

Fala neste Odú Obá, Oyá e Ogun

Este Odú fala sobre as guerras, as brigas e principalmente a desunião.

A Padroeira deste Odú é Obá e traz em sua defesa sua irmã mais nova conhecida na cidade de Ibadá como Oyá e na cidade de Irema como Iansã.

Oba é um Orixá feminino que pertence ao culto dos Yorubás. Teve dois relacionamentos em sua vida. No primeiro, ela foi violentada e se exilou indo viver nas profundezas da floresta e criou um culto próprio que se chamava YÁ MI EGBÉ, ou seja: Comunidade das Feiticeiras.

Obá começou a conspirar contra o culto dos homens e não teve nenhum Orixá masculino que a vencesse numa luta corporal, era rápida, astuta e tinha uma força que nem o temido Ogun conseguiu vencê-la. Envergonhado, procurou um Esó da floresta para saber o que poderia fazer para vencer essa poderosa fêmea, que quando brava, parecia um homem.

O feiticeiro mandou que ele pegasse inhame e quiabo, fizesse uma massa bem viscosa e colocasse atrás de um mato, longe dos olhos daqueles que iriam assistir a luta, assim sendo, conduziria Obá para aquela região e quando ela colocasse os pés na massa, iria cair e Ogun deveria possuí-la mostrando assim que por maior que seja a força feminina, jamais será superior ao poder masculino. O principal poder do homem é a força bruta e da mulher é a consciência. O que controla a cólera é a consciência

Obá sentiu-se envergonhada após ser violentada em público e jurou que nunca mais, nenhum homem ousaria tocá-la. Retirou-se de vez da cidade, passando a viver na parte mais obscura da mata.


Mas, um belo dia, um rei de tranças, que usava argolas em suas orelhas, muitas pulseiras de cobre, colares rente ao pescoço, robusto, com ar de alegria e um sorriso que representava a vida, perdeu-se nas profundezas da mata em uma das suas viagens onde iria visitar Ogun, na cidade de Irê.

Obá avistou esse poderoso rei que trazia um brilho tão ofuscante que mais parecia o sol. Obá encantou-se. Estava apaixonada. Seu coração chorava por que se via mediante a promessa que havia feito e que a proibia de entregar-se ao amor.

Xangô, o rei, galante e conhecedor da beleza que tinha, usou seu charme e encanto para seduzir aquela triste mulher que tanto sofrera. Xangô disse:

- Por que se esconde mulher? A beleza que procuro é a que vem do coração. Porque burro é o homem que não consegue enxergar a beleza que traz escondida dentro de você.

Obá nunca tinha ouvido elogios. Não pôde controlar-se entregou seu coração aquele homem que tinha a conquista como o maior prazer – “possuir o que ninguém mais possui”.

Após esse teatro de amor, Obá mostrou-lhe o caminho de volta e ele viu que maior que a beleza física, era a lealdade que ela devotava a ele, sabia que ela jamais o trairia, pois os filhos de Xangô para não sofrer injustiças e perseguições, devem ter assentado Obá, única Ayabá que guarda a retaguarda de Xangô. Obá deixa de cuidar de si para cuidar de Xangô.

Perfil:

São pessoas de grande valor. São incompreendidas e se tornam agressivas quando não bem sucedidas. Ambiciosas, buscam paz na Terra e no Mundo, sonhadores e desligados. Costumam sofrer muito no amor.
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16. Odú Alafiá

Este Odú representa o princípio da vida, o equilíbrio do Universo. Nele falam todos os Orixás funfuns que são os responsáveis pela vida e pela continuidade da mesma. São todos os 154 representantes da família do branco e cabe a cada um deles, a missão de manter o equilíbrio da atmosfera terrestre.

Temos Oduduwá que traz na tradução do seu nome, o sentido gerador, a fonte geradora da vida. Temos também Obatalá, Pai e Senhor do Céu, ou seja, da grandeza e ainda Oxalá que poderíamos descrever como Pai Guardião do infinito.

Dentro da filosofia africana, acredita-se em um só Deus, isso faz com que seja monoteísta, que é conhecido pelo nome de Oludumaré, que é tido como Senhor Deus do Destino Supremo dos Homens e todos os seus derivados como os Irumalés, que se subdividem em Orixás, Eboras e os nossos conselheiros que permanecem no Ayê nos auxiliando e aconselhando e que nós chamamos de Pai do Espírito que é Babá Egun e temos um homem e uma mulher de confiança que através de seus conhecimentos manterão interligados os homens aos seus Orixás.

O termo ORIXÁ significa guardião da Cabeça porque todo segredo da vida está armazenado na cabeça. A cabeça é a fonte de continuidade do sustento e preservação da vida. É através do Orí que o ser humano recebe a ligação de Eledá.

Alafiá representa a alegria, uma vida melhor, tranquilidade e todo o ar que respiramos sem o qual a vida não existiria. É o sopro da vida.

Perfil:

Pessoas que sempre estão procurando ajudar a todos. Clamam ao extremo, mas não são radicais em atitudes e pensamentos. Não ligam muito para os valores financeiros e sim para os valores emocionais. Estão sempre em paz.
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Uma explanação sobre Odú, caminho! Espero que gostem!

Os ODUS, Suas Fecundações, Histórias, Ebós e OMOS-ODUS:‎

‎ Os ODUS, Suas Fecundações, Histórias, Ebós e OMOS-ODUS:‎

ODUS : resultado de uma jogada feita no Jogo de adivinhação com o Opelê ou de ‎côcos de dendê ou Búzios. os Odús principais são 16. Sua combinação pode dar mais ‎‎16 a eles subordinados os (OMO-ODU) cuja combinação total é 256. Cada um destes ‎tem mais 16 combinações possíveis, num total geral de 4.096, Odus ou resposta dos ‎Orixás. Nome dos Odus do jogo de búzios:‎

‎01 - OKARAN SODÉ ‎ ‎ BARA‎

‎02 - MEGIOKO OGUN‎

‎03 - ETAOGUNDÁ OBALUAYÊ

‎04 - YROSUN YEMANJÁ‎

‎05 - OXÉ OXUN‎

‎06 - OBARÁ ‎ ‎ ‎ ‎ OXÓSSE E ‎ LOGUN-EDÉ

‎07 - ODI OMOLÚ E OXALÁ‎

‎08 - EJIONILÉ OXAGUIÃ‎

‎09 - OSSÁ YEMANJA E YANSÃ‎

‎10 - OFUN OXALUFÃ‎

‎11 - OWARIN YANSÃ‎

‎12 - EJILA XEBORÁ XANGÔ‎

‎13 - EJIOLIGBON NANÃ BURUKU

‎14 - IKÁ OXUMARÊ E ‎ OSSAYN

‎15 - OBETEGUNDÁ TI OMOM KI EWÁ ‎ E OBÁ

‎16 - SE ALAFIA NI ORIXALÁ‎

‎ ODU OKANRAN. Sua fecundação, Olorun fez o homem, que era sua imagem e ‎chamaria isélé, como isélé vivia muito só e pediu uma companheira a Olorun, Olorun ‎então chamou o seu Orixá mais puro e belo e pediu que ajudasse isélé naquilo que ‎fosse necessário. O Orixá belo e puro não aceitou as determinações e revoltou-se ‎insubordinando, desobedecendo as ordens de Olorun. Este então, diante de tão grande ‎desobediência, ordenou-lhe que descesse a uma grande fossa com todos os seus ‎pecados. Desta desobediência, revolta e insubordinação, foi gerado o ODU OKANRA

ODU OKANRAN

‎1° KANEJU ‎

‎2° - OXÒ‎

‎3° - LALÚ‎

‎4° - EPE9° - AZELEJÙ‎

‎5° - YATENJI‎

‎6° - MONJU‎

‎7° - LONAN‎

‎8° - KALINGUÊ‎ ‎1 ABERTO 15 FECHADO‎

‎9° - AZELEJÙ‎

‎10 - JELÙ‎

‎11° - MAWAN‎

‎12° - OTONTI‎

‎13° - MANBOJI‎

‎14° - OLANFIN‎

‎15° - LEGI‎

‎16° - OTO YKU‎

Odu Eejioko N° 02:‎

O Odu Eejioko foi gerado da união do Odu Oxé com o Odu Ejionilé, os mais antigos

‎ Babalorixás afirmam que este Odu não possui pecado original.‎

Omos-Odus de


‎1° - EDA‎

‎2° - VOIA‎

‎3° - EDE‎

‎4° - NITA‎

‎5° - OLARIN‎

‎6° - OITO‎

‎7° - NIOSALAN‎

‎8° - ONAN‎ ‎ Eejioko N° 02: abertos

‎9° - AJA‎

‎10 - KERE‎

‎11° - INTE‎

‎12° - OGI‎

‎13° - MANDE‎

‎14° - XANAN‎

‎15° - LESSA‎

‎16° - KANDIM‎

Odu Etaogundá ou Taogundá N° 03:‎

Este Odu, foi gerado com peixe, morim branco e areia da praia, foi gerado sem ‎pecado original.‎

Odu Etaogundá ou ‎

‎1° - YAFOMAN

‎2° - JAGUN‎

‎3° - IPOKO‎

‎4° - ZADIGURUN‎

‎5° - INKI‎

‎6° - DADE‎

‎7° - SALAN‎

‎8° - KIBUKO‎ Taogundá N° 03: abertos

‎9° - SAPONAN‎

‎10 - KERESSI‎

‎11° - KASSANDE‎

‎12° - OSSAIN‎

‎13° - VOIU‎

‎14° - SIRIN‎

‎15° - MORUDI‎

‎16° - EKIO‎

Odu Yorossun N° 04:

Olorun chamou mais uma vez, isélé e mandou que ele (isélé) raspasse um pouco de ‎Ossun (uma espécie de madeira), e a colocasse em um brejo, através deste acontecimento ‎foi gerado o Odu Yorossun, sem pecado original.‎

Omos-Odus de yorossum

‎1° - OKUM‎

‎2° - NIJÓ‎

‎3° - OTIM‎

‎4° - BALEM‎

‎5° - KOIO‎

‎6° - OLORU‎

‎7° - LERE‎

‎8° - SARON‎ ‎4 Búzios abertos 12 fechado‎

‎9° - TOROSSI‎

‎10 - LERÂ‎

‎11° - ESSE‎

‎12° - NILÚ‎

‎13° - SIRE‎

‎14° - LOYÓ‎

‎15° - YAPONÃ‎

‎16° - EBA‎


Odu Oxé N° 05:‎

Este Odu foi gerado por cinco espelhos, um pano bem alvo, na beira do rio. Foi ‎concebido este Odu sem pecado original, desta concepção a primeira filha foi Oxun ‎Ajimun, a mais velha das Oxuns

Omos-Odus de Oxé:‎

‎1° - BEUIM‎

‎2° - NILÁ‎

‎3° - EPONDIA‎

‎4° - KUKUASSE‎

‎5° - XERE‎

‎6° - SONAN‎

‎7° - MISSIWA‎

‎8° - SODA‎ ‎5 Búzios abertos 11 fechado

‎9° - ONTE‎

‎10 - ODA‎

‎11° - KANAN‎

‎12° - YABOSSI‎

‎13° - OXIM‎

‎14° - YABATAN‎

‎15° - DIJIN‎

‎16° - AKANDI‎

Odu Obará N° 06:‎

Este Odu representa riqeuza. Foi gerada de um bloco de ouro, a sua aresta ‎representam a riqueza. O ODU Obará, fez a fecundação com Oji-Boxeborá, nasceu ‎Araium, que por sua vez não vem na cabeça de ninguem, e nasceram 12 Xangôs. Ajé ‎nada gerou.‎

Omos-Odus de Obará Meji:‎

‎1° - OJE‎

‎2° - KIBUKO ODE‎

‎3° - GEGIA‎

‎4° - BURUÍ‎

‎5° - OWA‎

‎6° - EKARDI‎

‎7° - EDE KORE‎

‎8° - MUTALEMBO‎ ‎6 buzios abertos 10 fechado

‎9° - UNKE‎

‎10 - MARKUÍ‎

‎11° - LEDASSI‎

‎12° - IONIJÉ‎

‎13° - TEKUM‎

‎14° - PAMPORAN‎

‎15° - ALUJIÉ‎

‎16° - OSSI‎

Odu Odi N° 07:‎

O Odu Odi, foi fecundado de água e farofa, níquel (metal branco) e outro metal, o ‎eletro prata. o Odú Odi, enamorou-se de Eta-Ogundá e desta união nasceu Yemanjá e ‎Oxaguiã, Odi e Odé, nasceu Oxumarê e do Odu Eta-Ogundá, Yemanjá e Anibein e ‎destes nasceram Ogun-Torominam e Abalujú (Ogun-Já).‎

Omos-Odus de Odi:‎

‎1° - OLUFA‎

‎2° - EDUN-KANKAN

‎3° - SALANGÀ‎

‎4° - EBENEDI‎

‎5° - SANSE

‎6° - YUMILÁ‎

‎7° - OANSI‎

‎8° - KANBARAN‎ ‎7 Búzios abertos 9 fechado‎

‎9° - ALUBIVARÁ‎

‎10 - OMINITÁ‎

‎11° - ERE‎

‎12° - MURITÓ‎

‎13° - AMBI‎

‎14° - NIOLIGE‎

‎15° - MATALAMBI‎

‎16° - BEKA‎

ODU-EJI-ONILE ODU Nº 8”‎

Isilê levou um bicho de quatro pesa parte mais elevada de uma montanha para oferecer em ‎holocausto e daí foi fecundado Eji-Onile, na terra com os bichos de quatro pés servindo de ‎fecundação Eji-Onilé, naceu Kunamam. Eji-Ogbê é o mesmo que Ogbé-meji mas por ser o ‎mais velho de todos e também o Rei dos odus é o único que tem direito de ser chamado de ‎Eji-Ogbé as pessoas que consultam Obara ò chamam de Eji-Onilé que é uma contração de ‎Eji i Onilé, que quer dizer aquele que é o dono da terra, dono do mundo.‎

Omos-Odus de Eji-onilé

‎1° - OLANFIN

‎2° -ODOLUÁ

‎3° - KUDIRÉ

‎4° - SAGRIM‎

‎5° - EBUIM‎

‎6° - ACANJI‎

‎7° - YALANTE‎

‎8° - EKIO ‎8 Búzios abertos 8 fechado‎

‎9° - SILIM‎

‎10 - KOKONISSE‎

‎11° - IRÔ‎

‎12° - SACONAN‎

‎13° - SOIA-DÃ

‎14° - MOROSSSE‎

‎15° - G E A‎

‎16° - DEJANISSÉ

FUNDAMENTO:‎

Eji-ogbé é o mais velho é o Pai dos Odus, governando todos os demais ele é o nascente.Sua ‎principal função é a de estimular a vida, comandar o mundo, assegurar as colheitas, é o ‎senhor do dia e do que se passa na terra durante o dia, controla o afirmamento durante a ‎claridade, a respiração a coluna vertebral e o mundo externo. De eji-Ogbé depende os rios, ‎a chuva o mar, os vasos sanguíneos, sem o sangue, a cabeça dos homens e dos bichos, não ‎há vida, o passaro lekeleke, consagrado a Oxalá ,é protege hokos, as montanhas, a terra o ‎mar, e os brancos. ‎

ODU OSSA- 9 Buzios aberto- 7 fechado.‎

Fecundação: O Odu Ossa foi gerado da união da papoula vermelha e do Axó Pupa (roupa ‎vermelha) isto simboliza sua fecundação. O odu Ossa foi gerado de um pano vermelho, ‎sendo agitado ao vento e daí nasceu Ossá tudo aconteceu po tudo aconteceu pó intéémedio ‎de iselé os filhos de Ossa são brigões e rancorosos.‎

‎ Odú Ossá é o Odú de yemanjá e iançã e iamim Oxorongá. Traz algumas crianças e riqueza ‎abundante. Representa os Ajés (feiticeiros) os poderes do mal por tanto a noite é também o ‎fogo. Os poderes do mal têm a sua maior eficácia à noite. O fogo é muitas vezes ‎representado pelo sexo feminino. As ajés são poderes do mal que vem logo após dos Orixás, ‎dentro da ordem hierárquica são o fogo, daí ser Ossá, um dos Odús mais perigosos.‎


Omos-Odus de OSSÁ

‎1° - ISSA

‎2° -TERE

‎3° -NISSO

‎4° - BEKERI‎

‎5° - TEMONGI‎

‎6° - SAMANDI‎

‎7° - ODAN‎

‎8° - LEJÔ ‎9 Búzios abertos 7 fechado‎

‎9° - OGBO‎

‎10 - NEKERENDE‎

‎11° - NISSEIÓ‎

‎12° - OKU‎

‎13° - OBELESSUN‎

‎14° - ONIA‎

‎15° - OBAKORÒ‎

‎16° - BENESSO

Ele criou todos os bichos usados na feitiçaria, os gatos pretos e os pássaros feiticeiros. ‎Tornando-se pássaros feiticeiros. A afinidade entre a terra e a lua, faz do odú Ossá, um Odú ‎da terra. Ele rege o sangue, a abertura dos olhos, os intestinos, tornando-se por essa última ‎atribuição. Faz jorrar o sangue e graças a ele é que os Ajés sobrevivem. É dono de todos os ‎órgãos internos do corpo, principalmente o coração e, conseqüentemente, a circulação ‎sanguínea. Não conhece ninguém, seja quem for, todos são sua presa. Governa os olhos, as ‎orelhas e as fossas nasais, os lábios, as cochas, as pernas, os pés e os órgãos genitais ‎femininos. É o responsável pelos paralíticos e estropiados. Vive no fluxo da menstruação ‎das mulheres, no próprio ventre, a sua grande nocividade. ‎

ODÚ OGIOFUN-Nº 10” (Oshalufan)‎

Fecundação. Deus chamou Iselê, e mandou que ele pegasse Efun, uma espesse de argila ‎raspasse e misturasse com oê, e mandou que ele pegasse Efun, uma espesse de argila ‎raspasse e misturasse com orvalho neblina, sendo que desta foi gerado sem pecado original. ‎

Omos-Odus OGIOFUN

‎1° - IFALERÈ

‎2° -OLOKUÁ

‎3° -ALENDE

‎4° - OSSAIN‎

‎5° - ONI‎

‎6° -ODIE

‎7° - UNTALA‎

‎8° - OGETÒ ‎10 Búzios abertos 6 fechado‎

‎9° - MAKAUWA‎

‎10 – ASSEN OFUM‎

‎11° - BONKIRE‎

‎12° - ETAUWAN‎

‎13° - OLERE‎

‎14° - ADAIN‎

‎15° - KEJA‎

‎16° - GIPONAN

FUNDAMENTO
As pessoas desse Odú serão importantes. As pessoas da casa não serão molestadas por ‎pessoas estranhas. Os inimigos não poderão fazer mal facilmente. Todos os mistérios são ‎regidos por ofun-meji que tem o poder de ressuscita os mortos. No começo ele não ‎dominava o ar que ele criou, isso só aconteceu depois que ofun meji liberou. Rege a sorte ‎dos homens e das mulheres, e dos passos dos ebós que saen dele, tudo que é móvel, tudo ‎que é branco especialmente as pessoas albinas e os cabelos brancos dos velhos, seus ebós ‎exige que as coisas sejam em número de 10 Ofun Meji juntamente com Ossá Meji e ‎Ierossun-Meji governam a menstruação e os gases intestinais. É um Odu tão perigoso que ‎não se deve pronunciar realmente o seu nome diante de uma pessoa sem feitura, e sem axé , ‎deve se chamar de Babá Epá ( babá quer dizer pai, e Epa é uma exclamação exprimindo ‎medo) Quando sai o ODÚ OFUN-MEJI se sopra três vazes a palma da mão direita, como ‎se houvesse algum pó, afim de evitar uma desgraça iminente. Se OFUN-MEJI aparece no ‎jogo de bará, ele tem a preferência sobre os outros.‎

ODÚ OWARIN Nº 11‎

‎“INASÃ-OGUM – EXHU”‎

Omos-Odus OWARIN

‎1° - IALAMBI

‎2° -ALUÁ

‎3° -EKIO

‎4° - LOKO‎

‎5° - EBOIN‎

‎6° -AKANTIRI

‎7° - OBAKAN‎

‎8° - SANDI ‎11Búzios abertos 5 fechado‎

‎9° - KANSAN‎

‎10 – DANDORO

‎11° - INKI‎

‎12° - JEROSSI‎

‎13° - OTAMONJI‎

‎14° - BAKONTI‎

‎15° - LOYA-FI

‎16° - LOPON

FUNDAMENTO

As pessoas desse Odú terão vitórias sobre seus inimigos, obstantes eles dizerem injurias ‎sobre sobe eles. As pessoas já falecidas à que em vida gostavam das que estão vivas, a sua ‎intenção é vir buscá-las para longe da terra. O OWONRIN-MEJI é o responsável por ‎enumeras doenças localizada no abdômen, as quais são bastante temidas. Atua como uma ‎espécie de EKU-MEJI comandando a morte durante o dia. É o criador das cores isoladas e ‎de todas a um só tempo, como num tecido estampado. Crio os rochedos e as montanhas, as ‎mãos os pés dos seres humanos, as cólicas privativa das mulheres. As pessoas que são de ‎OWARIN-MEJI trazem o acidente e o desastre, sem permitir que se desfrute, por muito ‎tempo do beneficio que ele dá. O parentesco que o uniu a OMOLU, OGUN, IBEIJI e a ‎morte, deram-lhe um terrível poder maléfico. Também ele esta unida a OXUMARÊ e ‎OXALA-MEJI, é um ODÚ muito perigoso. ‎

ODÚ EJILAXÉBORA-Nº 12” OBAS TOTAL FORÇA.‎


Fecundação:‎

Esse odú é simbolizado através de uma fogueira. Concebido sem pecado original. Esse ‎ODÚ por sua vez gerou XANGO ARUAREMA, muito velho hoje inexistente, este ‎XANGO foi quem gerou LOGUN-EDÉ.‎

NOTA: EJILAXSEBORA + OSSA É IGUAL A ÉBRIO’‎

Omos-Odus EJILAXÉBORA

‎1° - OBA MUKUILA

‎2° -OBA ZANKE

‎3° -OBA MUKANDE

‎4° -OBA ELA

‎5° - OBA AZALUN‎

‎6° -OBA BARU

‎7° - OBA ODADUWA‎

‎8º- OBA KARENTE‎ ‎12Búzios abertos 4 fechado‎

‎9° - OBA MUKUIALA ODI

‎10 – OBAZANKE ODI

‎11° - OBA MUKANDE ODI‎

‎12° - OBA ELA ODI‎

‎13° - OBA AZALUN ODI‎

‎14° - OBA BARU ODI

‎15° - OBA ODADUWA

‎16° - OBA KARENTE

‎“OS GRANDES OBAS” OSALA - OSANILÁ - OLORUM - LISSA.‎

OBATALA - MAUWU - SAMBI - Decidirão finalmente quem tem realmente razão + um ‎ou – um conforme a contabilidade mística do Africano.‎

ODÚ OJILJIBAN Nº 13‎

Omos-Odus EJILOBAN


‎1° - BUBUU INAN

‎2° -BUBUU IKU

‎3° -BURU JOSE

‎4° -BURU MONE

‎5° - BURU TAPELEJI‎

‎6° -BURU KORE

‎7° - BURU NEPÁ‎

‎8º- BURU KOSSO ‎13Búzios abertos 3 fechado‎

‎9° - ONAN INAN‎

‎10 – YKU INAN

‎11° - JOSSE‎

‎12° - MONEANJI‎

‎13° - TAPELEKUM‎

‎14° - KORE-SORÓ

‎15° - NEPA-OKÓ

‎16° - KOSSERAN

OBS.: Quando sair esse ODÚ, fecha-se o jogo neste dia para o jogador ( quando se tratar de ‎assunto referente a vida ) quando se tratar de assentamento.‎

ODÚ IKA-ORI N º 14’‎

FECUNDAÇÃO

O aparecimento deste ODÚ foi para destruir ESELE, que achou-se muito importante ‎perante ORUMILA, motivo por que ele foi destruído por IKA-ORI.‎
Omos-Odus IKA-ORI

‎1° - EDIJA

‎2° -JUASSORÈ

‎3° -TAWAMEJI

‎4° -ADAGONIAN

‎5° - PETECONI‎

‎6° -SASSUARÀ

‎7° - SOBA-TORÈ

‎8º- LEKE-PORAN ‎14 Búzios abertos 2 fechados

‎9° - TOLA-MARÉ

‎10 – OWA-KOSAN

‎11° - BEKESSI‎

‎12° - SIMOLETÀ

‎13° - ETAJILÈ‎

‎14° - JUFUN-IKA

‎15° - OKIARÈ

‎16° - BONIATÀ

FUNDAMENTO’‎

As pessoas desse Odú viverão muitas. Haverá sempre alguém pensando em maldade para ‎com elas, mas não terá condições de fazê-lo Ika Meji representa a serpente, governa todos ‎os répteis, bem como alguns pássaros que andam nas florestas.Governa os lagartos, os ‎macacos, os sapos as rãs os igbins, as tartarugas, os porcos espinho, todos os peixes, todos ‎os animais de sangue frio, aquáticos e terrestre. Crio a piedade e o amor. Odú-ika Meji, ‎Governa a caixa torácica, com exceção do externo e da coluna vertebral. Ika-Meji é um odú ‎perigoso, hábil nos feitiços, trouxe os haussás ao mundo, dá o mínimo de alegria e é um ‎Odu do fogo. Responde pela morte das crianças. As pessoa desse Odú poderão ocupar ‎cargo de chefia , mas o que vai se gastar de ebó o cargo torna-se irrisório. Ika-Meji trouxe ‎os macaco para a terra, os quais pertence a Ibeji, daí quem estiver fazendo consulta, e ‎responder ika Meji esta sujeito a ter ibeji . esse Odú esta ligado aos Ibeji, Xangô, Nana, ‎Oxumare, Oxalá, Ogum e Iroko. ‎

‎“ODU OBEOGUNDÁ’ – Nº 15”‎

Oba – Ewa - Osumare – Omolu.‎

Saldação para esse Odú em gêge : RÔ – GÔ – GÔ‎

Saldação para esse Odú em Oruba – : OBEGUNDA -TI OMOM KI.‎

FEQUNDAÇÃO

Este Odú é feminino e foi concebido se acaçás brancos e amarelos, p e amarelos, próximo a ‎uma montanha de minério de ferro. Veio pôr fim assim, a uma guerra entre irmãos. Esse ‎Odú gerou o primeiro Ogum.‎

Os ebós para esse Odú são feitos em lua cheia, e também gosta de frutas.‎

Omos-Odus Obeogunda

‎1° - JAVICORÉ

‎2° -FON-FOM

‎3° -KUJA TI

‎4° -ELETÀ

‎5° - TOMO-ORU

‎6° -SIDOGON

‎7° - YAKESSA‎

‎8º- TOKO-EFUN ‎15 Búzios abertos 1 fechado‎

‎9° - EWI KORE

‎10 – EWI- FON‎

‎11° - EWI- TION‎

‎12° - EWI- ETA‎

‎13° - EWI -ORU

‎14° - EWI -AGON

‎15° - EWI - ESSA‎

‎16° - EWI - EFUN‎

ODÚ ALÁFIA -Nº 16’ - ONAN . ‎

Todos os grandes Obas os grandes Osalás”‎

ALÁFIA SIGNIFICA Orim ou parte positiva de cada Odú, quando suplica a OROMILÁ ‎quer dizer que está pedindo a uma força superior assim esse Odú foi concebido sem pecado ‎original.‎

ODÚ ALAFIA significa tudo de bom quem tem esse Odú deve vestir-se de branco e fazer ‎negócios aos domingos‎

Omos-Odus Aláfia

‎1° - OSSO - OFUN‎

‎2° -OSSO - OFAN‎

‎3° -OSSO -BEBUE

‎4° -OSSO - MORÈ‎

‎5° - OSSO - GBIA‎

‎6° -OSSO - LUFAN‎

‎7° - OSSO - PEONDA‎

‎8º- OSSO - GBELÈ‎ ‎16 Búzios abertos

‎9° - OFUN

‎10 – OFANTÒ

‎11° - BEBUÈ‎

‎12° - MORE SITA

‎13° - GBIAN‎

‎14° - LUFAN ANI

‎15° - PEONDA OGBI

‎16° - GBELÈ

OBS: NÃO SE SACRIFICA BIXOS PARA OMOS ODÚS, OS BIXOS QUE ACOMPANHAM OS EBÓS ‎EM CADA CASO. DEVE SER SOLTO VIVOS EM LUGAR ADEQUADO, EM PRESERVAÇÃO A VIDA.

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ÒKÀNRÀN

Personalidade: São criativos, persistentes e de excelente memória. Possuem forte intuição, são maus gostam de ficar sós, possuem aparência descuidada, são egoístas e medrosos.
Tendem ao egoísmo e ao individualismo. RESPONDE ESU.

Era um pobre peregrino que vivia migrando. Permanecia em diversos lugares, mas, depois de fazer as plantações, mandavam embora, ficando os donos das terras com tudo o que ele tinha feito.
Por conselho de alguém, esse homem foi um dia a casa de um oluô, que lhe indicou um ebó (oferenda). tendo tudo preparado, partiu o homem para a grande mata fronteiriça e, lá chegando deu início ao serviço.
Mais tarde, ouvindo um barulho naquele lugar tão impenetrável, assustou-se. Era ogum, o dono dessa mata misteriosa. Chegando perto, ficou ogum espreitando o estranho, até que este, muito amedrontado, implorou misericórdia, perguntando a ogum se queria se servir de alguma coisa servida no ebó. Que falasse sem cerimônia, pois estava tudo a sua disposição.
Ogum aceitou tudo o que havia ali e ficou satisfeito. Perguntou, então, quem era tão perverso a ponto de mandar o peregrino para aquela paisagem impenetrável. O homem contou todos os percalços de sua vida.
Então, ogum, transfigurado, aterrorizante, bradou que ele pegasse o mariô e fosse marcar as casas dos seus amigos, pois ele, ogum, iria aquela cidade à noite destruir tudo o que lá se achasse. Iria arrasar todos os haveres lá existentes, até o solo.
Dito e feito...
Ogum acabou com tudo, exceto as casas e os lugares que tenha sido demarcados pelo homem com a colocação de mariô em cima das portas. Tudo o que havia de riqueza ali ogum deu para ele, tudo mesmo, conforme tinha prometido.

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ÉJÌÒKÒ

Personalidade - são geniosos e exigentes. Impõem a sua vontade, por isso também adquirem muitos inimigos. São alegres e felizes porém quando nada lhes sai a contento, tornam-se sofredores. Possuem muito bom coração. São corajosos, briguentos, possuem iniciativa própria, são ambiciosos.

Responde Obaluaiye/Omulu

Dizem as histórias que havia diversos príncipes que disputavam o poder. Também havia outros fidalgos oriundos de diversas cidades. Entre estes, havia tela-okô, que era desprovido de todos os meios de subsistência.
E lá um dia, enquanto roçava, bem no lugar onde havia colocado o ebó que ele tinha feito conforme a maneira decretada, tela-okô bateu com a enxada num forno enorme, que se abriu, causando-lhe grande espanto. Chamou os companheiros que estavam mais afastados, dizendo que tinha afundado no buraco da riqueza.
Mas, em seguida, tendo ele reconhecido ser deveras um verdadeiro tesouro da fortuna o que encontrara, mudou repentinamente, dizendo que o que tinha encontrado era apenas um buraco cheio de orobôs, e que estes eram tão alvos que pareciam tratar-se de moedas.
Claro que através deste caminho de odú, entende-se que jamais devemos revelar de onde provem nossas riquezas e não o tanto o que temos, afim de evitar invejosos, perseguidores e ladrões.
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ËTÀÒGÙNDÁ

Personalidade- são pessoas conscientes que sua forca de vontade é importante para o sucesso, persistência e coragem para tirar melhor proveito das situações, pessoas que usam muito a razão; em seu lado negativo, traz a mentira, falsidade, fingimento, avareza e falsa modéstia. Responde Ogun

Dizem ter existido um senhor que, depois de ter estado muito bem, ficara num estado tão precário que, devido à extrema miséria em que se achava, viu-se forçado a procurar todos os meios para não pôs termo à própria existência.
Mas, tendo feito o que lhe determinaram fazer e tendo esperado a melhoria das suas coisas da vida sem ter algum resultado benéfico, foi-se para o mato com uma corda, afim de se enforcar.
Foi quando, de súbito, viu um pobre leproso que estava pelejando para botar a água de um igbin (caramujo) na cabeça. O homem que estava prestes a cometer a ação de suicidar-se, com grande admiração e louvor, levantou as mãos para o céu, agradecendo a olorum (deus). Ele, que se julgava muito melhor do que aquele indigente leproso em semelhante estado de saúde, voltou para casa bastante satisfeito e confortado com o que vira.
Em pouco tempo, foi chamado para ocupar o trono de seu pai, que falecera. Nessa ocasião, não se esqueceu daquele leproso que estava ali abandonado. Assim que foi levado ao trono, mandou buscar o seu companheiro de infortúnio naquele mau dia. Assim, ficaram ambos bem...

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ÌRÒSÙN

Personalidade: as pessoas deste odú pecam e sofrem por não guardarem segredo, exceto quando lhes é conveniente- são faladoras generosas e francas; orgulhosas e exaltadas. Gostam de ajudar o próximo, inclinam-se ao ocultismo e aos mistérios.

Responde Iyemoja

Em um certo tempo um homem que se achava em situação tão precária e em tal aperto, que não via de lado algum qualquer milagre que pudesse salvá-lo.
Ele resolveu ir até a casa de um oluô fazer o ebó (oferenda) indicado.
Feito tudo...lá se foi ele para um lugar reservado, acendeu o fogo, em seguida colocou as pimentas maduras no lume e pôs-se a receber fumaça nos olhos.
Em um dado momento, ia passando um príncipe reinante e herdeiro do trono. Observando aquela cena de sofrimento espontâneo, admirou-se do tal sujeito,que, no dizer dele, estava procurando o meio mais curto possível para pôr termo à existência. O príncipe, condoído com aquilo, o fez chegar aos seus pés e indagou dele o que havia ou o que queria dizer aquilo. Sem demora, o homem historiou a razão daquele ato de castigar a si próprio. Tratava-se de compromissos inadiáveis, que ele não podia cumprir. Disse o príncipe que, tendo pena dele, não consentiria tal cena. Também sem hesitação, o príncipe mandou-lhe uma verdadeira fortuna, com o qual o homem poderia viver toda a sua vida, sem o menor vexame.
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ÒSÉ

Personalidade: as pessoas deste odú gostam de muito prazer; são pessoas bem influentes, charmosas, ambiciosas e perigosas, principalmente no amor. Só pensam em lucro, são precipitadas no agir; perdem grandes oportunidades por existirem inimigos ocultos que impedem as vitórias. Tem o dom da feitiçaria. São aplicados no trabalho. Sentimentais, amantes das descobertas e de experiências místicas e científica. São choronas e um pouco fanáticas.

Conta-se que um filho de orixalá que se chamava dinheiro, que se dizia ser tão poderoso que poderia dominar até mesmo a morte.

Responde Osun

Este, fez uma oferenda indicada pelo babalaô e saiu maquinando como poderia trazer preza a morte, conforme prometera diante de todos. Deitou-se na encruzilhada e as pessoas que passavam na estrada deparavam com um homem espichado no meio do caminho.

Diziam uns:

-Xi ! Está este homem esticado com a cabeça para a casa da morte, e os pés para a banda da moléstia e os lados do corpo para o lugar da desavença.

Ouvindo tais palavras dos transeuntes, levantou-se o homem e disse, então, com ironia:-Já sei tudo o que era preciso conhecer. Estou com os meus planos já feitos.

E lá de foi ele direto para a fazenda da morte. Chegando no local, começou a bater os tambores fúnebres de que a dona da casa(sra. Morte) fazia uso quando queria matar as pessoas indicadas para morrer. Ela tinha uma rede preparada e, quando a morte aproximou-se, apressada , afim de saber quem estava tocando os seus tambores, o homem envolveu-se na rede e levou logo ao maioral orixalá.

Dizendo-lhe estas palavras:Aqui está a morte que eu lhe prometi trazer em pessoa à vossa presença.

Orisalá, então lhe disse essas palavras:-Vai-te embora com a morte e tudo de melhor e de pior que possa haver no mundo, pois tu és o causador de tudo o que há de bem e de mal. Some-te daqui e a leva embora e, então, poderás possuir tudo e conquistar o universo inteiro.

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ÒBÀRÀ

Personalidade: pessoas com temperamento um tanto estourado, são de extrema sinceridade; são um pouco tagarelas com habito de contar tudo o que irá ser feito, evitando assim a concretização dos planos. Despertam antipatia e inveja das pessoas. São justas e tendem a possuir bens.

Responde Sango, Logunede, Ososi

Dizem que no principio do mundo, 15 dos 16 odus seguiram todos à casa do Oluwo, afim de procurar os meios que os fizessem mudar de sorte, mas nenhum deles fez o que foi determinado pelo Oluwo. Obará um dos dezesseis odus existentes,não se encontrava no grupo na ocasião em que os demais foram consultar o oluô. Sendo ele, porém, sabedor do ocorrido, apressou-se em fazer o que o oluô determinara. E que os demais odús não fizeram por simples capricho da sorte. Obará com afinco fez o máximo que pode para conseguir seu desejo, dada a sua condição precária (de pobreza).

Como era de costume, os 15 odús de cinco em cinco dias iam à casa de Olofin, e nunca convidavam obará , por ser ele muito pobre, tanto que olhavam para ele sempre com menosprezo. Pois, então, foram a casa de olofim, jogaram e até altas horas do dia não acertaram o que queriam que Olofin adivinhasse e, com isso, acabou que todos eles se retiraram sem ter sido satisfeita sua curiosidade. Olofin, com desprezo, ofereceu uma abóbora a cada um deles, e eles, para não serem indelicados levaram consigo as abóboras ofertadas.
No caminho, porém, alguém se lembrou apontando para a casa de obará, de fazer ali uma parada, embora alguns fossem contra, dizendo que não adiantaria dar semelhante honra a obará, pois ele era um homem simples que nunca influía em nada.

Mas um deles, mais liberal, atreveu-se a cumprimentar obara-meji com estas palavras:
-Obará, bom dia ! Como vais de saúde? Será que hás de comer com estes companheiros de viajem?
Imediatamente respondeu ele que entrassem e se servissem da comida que quisessem. Dito isso, foram entrando todos, eles que já vinham com muita fome, pois estavam desde a manhã sem comer nada na casa de olofim.
A dona da casa foi ao mercado comprar carne para reforçar a comida que tinha em casa e, em poucas horas, todos almoçaram à vontade. Depois, obará convidou todos para que se deitassem para uma madorna, pois estavam todos cansados e o sol estava ardente. Mais tarde, eles se despediram do colega e lhe disseram:
-Fica com estas abóboras para ti . E lá se foram satisfeitos com a gentileza e a delicadeza do colega pobre e, até então, sem valia.
Mais tarde, quando Obará procurou por comida, sua mulher o censurou por sua fraqueza e liberalidade, dizendo que ele tinha querido mostrar ter o que não tinha, agradando a eles que nunca olharam para ele, e nunca ligaram nem deram importância ao colega.
Porém as palavras de obará eram simples e decisivas.
-Eu não faço mais do que ser delicado aos meus pares, estou cumprindo ordens e sei que fazendo estes obséquios, virá à nossa casa prosperidade instantânea.

Finda explicação, Obará pegou uma faca e cortou uma abóbora, surpreendendo-se com a quantidade de ouro e pedras preciosas que haviam dentro dela. Surpreso, e com muita felicidade, viu que em uma abóbora havia lhe dado o título de odú mais rico, porém logo percebeu que haviam mais outras 14 abóboras a serem abertas e em cada uma delas haviam outras riquezas em igual quantidade.

Obará comprou tudo que precisava, palácio e até cavalos de várias cores.
Daí que estava marcado o dia para todos os odús irem novamente à conferencia no palácio de olófim, como era de costume, já muito cedo, achavam-se todos no palácio, cada um no seu posto junto a olofim.
Quando obará veio vindo de sua casa com uma multidão que o acompanhava, até mesmo os músicos de uma enorme charanga. Enfim, todos numa alegria sem par. De vez em quando, obará mudava de um cavalo para outro em sinal à nobreza.

Os invejosos começaram a tremer e esbravejar, chamando a atenção de olofim que indagou o que era aquilo. Foi então que lhe informaram que era obará. Então perguntou olofim aos demais odús o que tinham feito com as abóboras que presenteara a eles. Responderam todos que haviam jogado no quintal de obará. Disse então olofim que a sorte estava destinada a ser do rico e próspero obará. O mais rico de todos os odús
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ÒDÍ

Personalidade: são pessoas comunicativas e fácil amizade, são sempre traídos por amigos, são sentimentais, tem forte poder intuitivo e psíquico. Quando espiritualizadas atingem posição de destaque na vida. Fora isso levam a vida em duras penas, tendo dificuldade de conviver com os impulsos. São desconfiados e ciumentos, possuem sorte para o jogo. Gostam de adivinhar ...

Responde Esu e Omulu, Osala
Conta-se a história de um homem que era escravo e um dia se viu abraçado em um eminente perigo. Este homem foi amarrado por dele terem dito que cometera um crime. Segundo as leis daquela terra, botaram o homem num caixão grande todo pregado e deitaram a caixa rio abaixo. Por uma dessas coincidências que sempre acontecem no destino* das criaturas, a correnteza lançou o caixão na praia duma cidade cujo o rei estava morto e enterrado, e onde os súditos ainda estavam guardando luto.

Acontece que ali haviam muitos príncipes com direito a sucessão imediata, mas sobre todos pesava alguma grave acusação, de forma que não se sabia como haviam de decidir o complicadíssimo problema da sucessão do rei morto, como nunca jamais acontecera na história do dito povo. Depois de muito cogitar do assunto, foi decidido que marcassem um prazo para surgisse uma pessoa estranha àquela nação que assumiria o governo e seria o rei daquela terra daí em diante.
Dito e feito, esse homem, que tinha antes do cativeiro feito uma oferenda que o babalaô determinara, veio ele se esbarrar, dentro do caixão, na praia de ibim, onde o acolheram e imediatamente o elegeram rei daquele povo. Assim ficou ele sendo o venturoso rei de uma nação . Onde só o destino (odú) poderia dar tamanha sorte.

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EJIONÍLE

Personalidade: são pessoas trabalhadoras, gostam de tudo rápido, exige anseio, limpeza; pessoas impulsivas; pessoas de espírito livre; enjoam de tudo facilmente; paixões violentas, são curiosos, adoram viajar. Responde Osala, Ososi

Naquele tempo, mandaram todas as árvores fazerem oferendas a olorum (deus) mas nenhuma deu importância ao conselho. Somente a cajazeira fez a oferenda. Daí por diante, todas as árvores morreram sem delongas quando estavam deitadas, exceto a cajazeira, que mesmo deitada, caída ao chão, sempre grela e renasce.

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ÒSÁ
Personalidade: são pessoas autoritárias, teimosas, brigonas; tendem a ter discórdias e rancores, possuem boas intuições e são voltados a grandes projetos de realização pessoal. São daquelas pessoas que só acreditam vendo, porém quando acreditam possuem forte tendência a lidar com o espiritual, são muito críticos metódicos e individualistas. Osala protege muito os seus filhos. Respondem - Iyami Osoronga, Osun, Oya e Iyemoja
Conta-se que no princípio mandaram orumilá fazer uma oferenda citada, porém, ele não o fez. Orisanla, sim, fez tudo conforme havia sido determinado. Num certo dia, veio muita gente que fugia apavorada, mas o chefe e maioral do lugar, como deveria ser, recebeu todos e os salvou das perseguições e eles, em gratidão, entregaram-lhe tudo de valor que cada um trazia consigo, assim Orisanla ficou muito próspero no devido tempo. Ou quando chegara sua vez de ter tal fortuna.
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ÒFÚN
Personalidade: são pessoas importantes com grandes sensos comunitários e de profundo saber prático, experientes, rancorosos,teimosos, vingativos, com senso de justiça muito imparcial, tendem obter sucesso após meia idade, são envelhecidos internamente, aparentam possuir muita calma e paciência.
O sucesso material depende do sucesso espiritual. Responde Osala (todos)

Um dia foi marcado uma reunião entre todos os orixás, cada um tratou de realizar as oferendas especificas afim que tudo transcorresse muito bem, orixalá tratou logo de preparar a sua. Findando a feitura da oferenda, entregaram a orixalá panos brancos para ele fazer um vestuário e penas de papagaio da costa para ele colocar em sua cabeça. Assim feito tudo, chegou o dia da grande reunião em que todos os orixás se apresentaram.

Orisanla (Osala) apareceu de uma forma tão maravilhosa em suas vestes novas, como se fosse iluminado pelos raios do sol. Assim, todos foram se curvando diante de tamanho brilho da aurora nascente, juraram fidelidade e lhe deram tudo o que possuíam, com a palavra de o adorarem para sempre...
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ÒWÓNRÍN
Personalidade: são pessoas de certa forma 'perigosas", obstinados por sucesso, felizes quando buscam profissões liberais que atuam junto ao público. Possuem muita energia, disposição; estão em constante movimento, agito. São muito nervosos. Possuem sorte na vida, porém são extremamente vingativos e defendem-se atacando. Responde Egungun (Egun), Oya.
Em certo dia, uma mulher muito fiel a Orisa fora numa fonte lavar roupa levando consigo sua criancinha. Lá havia outra mulher invejosa que, vendo que ela estava distraída com a sua ocupação, tentou lançar a criancinha da outra numa bacia d'água. Mas outra mulher ainda, ouvindo o chorinho da criança, correu para ali e a tirou de dentro d'água, salvando-a do perigo, antes mesmo de sua mãe se der conta. Do horror que acontecia.
Assim se vê o ponto onde uma pessoa má pode chegar... E também o quanto podemos contar com a ajuda e proteção através de oferendas específicas.
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EJÍLÀSEGBORA
Personalidade: são pessoas barulhentas, intrigantes, gostam de intrigas, orgulhosas, vaidosas ao extremo, prepotentes, autoritários, volúveis e sovinas.
Gostam de manipular as pessoas e as situações. Possuem forte tendência a obter altas posições na sociedade, possuem tendências a vícios, difícil de se arrepender de suas atitudes, a vitória faz parte de sua vida, venha como vier. Porém também não estão livres do fracasso, pois assim como se sobe, também pode-se descer.
RESPONDE SANGO
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EJÍOLOGBÓN

PERSONALIDADE: são teimosos, rancorosos, humildes, impacientes, zelosos, dóceis, conservadores. Possuem difícil trato, são bastante introspectivos. Em geral são pessoas com temperamento e aparência de pessoas masi velhas.

Tem pavor da morte. aparentam possuir uma felicidade que na verdade inexiste.

RESPONDE NANAN E PROBLEMAS COM ANCESTRALIDADE ACENTUADAS
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ÌKA Personalidade: Fazem boas amizades, são desconfiados, traiçoeiros. Possuem muita sorte relacionado ao dinheiro. São muito ativas, estão sempre em movimento(ação).
São pessoas equilibradas, preocupam-se com o bem estar de outrem, possuem muita liderança e facilidade de aprendizado, portanto adoram aprender e a ler (inteligentes)
Responde Osumare ]
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OBÈÒGÙNDÁ
Personalidade: são pessoas com grandes dificuldades em relacionamentos amorosos, levam vida agitada, são batalhadoras; possuem personalidade forte e exigente. São muitas vezes incompreendidas e vingativas.
Também são muito trabalhadoras e portanto são favorecidas nos negócios, (com pouco lucro, sucesso) mas com muita luta tendem a vencer.
Responde Osun, Ogun e Oba
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ALÁFIA

NÃO POSSUI REGÊNCIA DE ORISA DEFINIDA. PORTANTO NÃO PODE SER ASSOCIADO A NENHUM ORISA.
SÃO PESSOAS QUE ALCANÇAM TRIUNFO EM TUDO, LUCROS, HERANÇAS, VIAGENS, FELICIDADE, BOAS PROPOSTAS..
SÃO PESSOAS QUE SEMPRE PRECISAM DE ORIENTAÇÃO ESPIRITUAL.
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