OXALÁ.

OXALÁ
O grande Orixá", ocupa uma posição única. O mais importante Orixá e o mais elevado dos deuses yorubás . É o dono da argila e da criação, onde molda os seres humanos em barro.
Senhor do silêncio, do vácuo frio e calmo , onde as palavras não podem ser ouvidas. Por apreciar muito o vinho de palma, embriagando-se freqüentemente, perdeu a chance de criar a terra e tornou-se responsável pela moldagem das pessoas e ficou proibido de beber o vinho. Teimoso, às vezes passa por cima dessas regras. Pessoas com defeitos de nascença, provocados por ele, lhe pertencem.  Ele as protege para se redimir. Muda de nome conforme a situação .
ARQUÉTIPOS

Os filhos deste Orixá são pessoas calmas e dignas de confiança. São dotados de grande sabedoria, pois estão sempre buscando os significados de tudo o que ocorre ao seu redor, não cansam de estudar e buscar o conhecimento, mesmo com a tendência de serem preguiçosos.
O trabalho braçal não os atrai, preferem buscar lugares onde possam colocar as suas idéias e projetos em atividade. São ótimos projetistas e organizadores. Seus principais defeitos são: preguiça, teimosia e lentidão. Por serem calmos, nunca se deve abusar da paciência, pois quando acaba...
LENDAS
Oxalá era um rei muito idoso que andava com dificuldade, apoiado em seu cajado, o opaxorô . Um dia, sentindo saudades do filho Xangô, resolveu visitá-lo. Como era costume na terra dos Orixás, consultou um babalaô para saber como seria a viagem. Este recomendou que não viajasse. Mas, como o Orixá teimasse em ver o filho, foi instruído a levar três roupas brancas e limo da costa (pasta extraída do caroço de dendê) e fazer tudo o que lhe pedissem. Com essas precauções, o Orixá partiu e, no meio do caminho, encontrou Exu elepô , dono do azeite-de-dendê, sentado a beira da estrada, com um pote ao lado. Com boas maneiras, ele pediu a Oxalá que o ajudasse a colocar o pote nos ombros. O velho Orixá, lembrando as palavras do babalaô , resolveu auxiliá-lo; mas exu elepô, que adora brincar. Derramou todo o dendê sobre Oxalá. O Orixá manteve a calma, limpou-se no rio com um pouco do limo, vestiu outra roupa e seguiu viagem. Mais adiante encontrou exu onidu , dono do carvão, e exu aladi , dono do Óleo do caroço de dendê. Por duas vezes mais foi vitima dos brincalhões e procedeu como da primeira vez, limpando-se e vestindo roupas limpas, continuando sua caminhada rumo ao reino de Xangô. Ao se aproximar das terras do filho, avistou um cavalo que conhecia muito bem, pois presenteara Xangô com o animal tempos atrás. Resolveu amarrá-lo para levá-lo de volta, mas foi mal interpretado pelos soldados, que O julgaram um ladrão. Sem permitir explicações, eles espancaram o velho ate quebrar seus ossos e o arrastaram para a prisão. Usando seus poderes, Oxalá fez com que não chovesse mais desse dia em diante; as colheitas foram prejudicadas e as mulheres ficaram estéreis. Preocupado com isso, Xangô consultou seu babalaô e este afirmou que os problemas se relacionavam a uma injustiça cometida sete anos antes, pois um dos presos fora acusado de roubo injustamente. O Orixá dirigiu-se a prisão e reconheceu o pai. Envergonhado, ordenou que trouxessem água para limpá-lo e, a partir desse dia, exigiu que todos no reino se vestissem de branco em sinal de respeito ao pai, como forma de reparar a ofensa cometida. É por isso que em todos os terreiros do Brasil comemora-se as águas de Oxalá, cerimônia na qual todos os participantes vestem-se de branco e limpam seus apetrechos com profunda humildade para atrair a boa sorte para o ano todo.

Oferenda: Canjica branca, cocadas, flores brancas, mel, tudo enfeitado em uma bandeja com papel branco.
Local de Entrega: Na beira de água doce ou salgada.
Domínio: Cabeça, mente, cérebro, pensamento, harmonia, clareza, paz.
Responde com Oyá: pela verdades que devem ser mostradas.
Responde com Odé: pelas coisas difíceis de resolver e achar o caminho.
Responde com Oxum: pela união harmoniosa do mundo e do lar, pela prosperidade material.
Responde com Yemanjá: pelos pensamentos, problemas cerebrais, depressões, harmonia e diálogo em família, sócios, amigos, pela paz mundial e pela fartura espiritual.
Sua saudação: Epaô Babá, sua cor : branca, seu N°8


Oxalá é o detentor do poder procriador masculino. Todas as suas representações incluem o branco. É um elemento fundamental dos primórdios, massa de ar e massa de água, a pró-forma e a formação de todo tipo de criaturas no Aiye e no Orun. Ao incorporar-se, assume duas formas: Oxaguiã jovem guerreiro, e Oxalufã, velho apoiado num bastão de prata (Apoxorô). Oxalá é alheio a todo o tipo de violência, disputas e brigas; gosta de ordem, da limpeza e da pureza. A sua cor é o branco e o seu dia é a sexta-feira. Os seus filhos devem vestir branco neste dia. Pertencem a Oxalá os metais e outras substâncias brancas.
Em África, todos os Orixás relacionados com a criação são designados pelo nome genérico de Orixá Fun Fun. O mais importante entre todos eles chama-se Orixalá, ou seja, o grande Orixá, que nas terras de Igbó e Ifé é cultuado como Obatalá, rei do pano branco. Eram cerca de 154 os Orixás Fun Fun, mas no Brasil e em Portugal a quantidade reduz-se significativamente, sendo que dois, Oxalufã e Oxaguiã, se tornaram as suas expressões mais conhecidas. A designação de Orixá Fun Fun deve-se ao facto de a cor branca se configurar como a cor da criação, guardando a essência de todas as demais. O branco representa todas as possibilidades, a base de qualquer criação. O nome Orixalá foi contraído e deu origem à palavra Oxalá, e foi assim com esse nome que o grande Deus Pai passou a ser conhecido. Todos os Orixás Fun Fun foram reunidos em Oxalá e divididos em várias qualidades das suas duas configurações principais: Oxalufã, Oxaguiã, sendo este último, jovem e guerreiro, filho do primeiro, mais velho e paciente.Todas as histórias que relatam a criação do mundo passam necessariamente por Oxalá, que foi o primeiro Orixá concebido por Olodumarê e encarregado de criar não só o universo, como todos os seres e todas as coisas que existiriam no mundo.
No Xirê (festa em homenagem aos Orixás), Oxalá é homenageado por último porque é o grande símbolo da síntese de todas as origens. Ele representa a totalidade. Ele é o único Orixá que, como Exú, reside em todos os seres humanos. Todos são seus filhos, todos são irmãos.
Características dos filhos de Oxalá
Os filhos de Oxalá são pessoas tranquilas, com tendência à calma, até nos momentos mais difíceis; conseguem o respeito mesmo sem que se esforcem objectivamente para o conseguir. São amáveis e pensativos, mas nunca de maneira subserviente.Sabem argumentar bem, são reservados, mas raramente orgulhosos. O seu defeito mais comum é a teimosia; será difícil convencê-los de que estão errados ou que existem outros caminhos para a resolução de um problema.No Oxalá mais velho (Oxalufã) a tendência traduz-se em rabugice e intolerância, enquanto no Oxalá novo (Oxaguiã) tem um certo furor pelo debate e pela argumentação.
Fisicamente, os filhos de Oxalá tendem a apresentar um porte majestoso ou no mínimo digno, principalmente na maneira de andar e não na constituição física. Às vezes, porém, essa maneira de caminhar e postura dá lugar a alguém com tendência a ficar curvado como se o peso de toda uma longa vida caísse sobre os seus ombros, mesmo tratando-se de alguém muito jovem.


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